Outros sites Medialivre
Notícia

Roca: "Com um mercado mais pequeno, 80% é reabilitação"

Quatro quintos da facturação da Roca em Portugal dependia tradicionalmente de construção nova, sendo o restante reabilitação. Nos últimos anos, o bolo diminuiu e a proporção inverteu-se.

  • Partilhar artigo
  • ...

A Roca regista em 2014 uma recuperação no volume de negócios, mas ainda está abaixo dos níveis de 2008. O que explica a evolução?
O ano de 2014 [reflecte] claramente uma evolução dos mercados que servimos. De Espanha, particularmente. Mas não reflecte totalmente a realidade económica, porque também beneficiámos com a produção de produtos que eram feitos em outras fábricas do grupo, que fecharam. O mercado de Espanha caiu de 800 mil casas por ano para menos de 50 mil, assim [num estalar de dedos] e o grupo teve de se adaptar.

 

Do ponto de vista estratégico qual a vantagem de encerrar fábricas em Espanha e manter a de Portugal?
É uma fábrica que ao longo dos anos se tem destacado em termos de serviço e de capacidade de reacção. Quando se produz uma garrafa, é fácil produzir mais garrafas iguais. Mas quando nos pedem uma garrafa quadrada temos de preparar toda uma estrutura produtiva para chegar a esse resultado. E temos tido capacidade de reacção às necessidades do grupo. Uma das nossas unidades foi concebida para produzir um único produto, mas hoje produz 200 produtos diferentes.

 

Em Portugal existem essas condições? Fala-se muitas vezes de falta de flexibilidade.
Temos essas condições. É evidente que implica disponibilidade para investir, e reduções de custo contínuas.

 

E os custos laborais?
Não é segredo nenhum que Espanha tem uma renda média ‘per capita’ maior do que Portugal. É evidente que aqui a mão-de-obra tem um custo comparativamente mais baixo.

 

Em que ponto é que estamos da "situação económica desfavorável", para usar a expressão que refere?
Nestes últimos anos houve muitas empresas do sector – seja da construção, seja do canal de distribuição dos produtos sanitários – a morrer pelo caminho e penso que nesta altura as coisas estão mais estabilizadas. Nos últimos dez a doze anos a construção nova baixou de forma brutal.

 

Mas a Roca depende mais de habitação nova?
Dependíamos no passado. Há quinze anos o mercado português era provavelmente de 80% de obra nova e 20% de reabilitação. Das escolas, dos hotéis, dos hospitais, das casas. Hoje, com um mercado muitíssimo mais pequeno teremos a proporção inversa: do que se vende 20% vai à obra nova e 80% à reabilitação.

Mais notícias