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O luxo francês fortalece os fios lusos

A indústria têxtil é um dos motores da actividade económica na Guarda. Para os empresários que anseiam novas paragens, França poderá ser o destino. Aí, o sector já está bem robusto.

19 de Janeiro de 2015 às 21:00
Jacky Naegelen/Reuters
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França é o berço dos grandes nomes da moda. Chanel, Saint Laurent ou Dior são referências incontornáveis. Se for um empresário têxtil ambicioso, já terá desejado trabalhar com um deles. Não desista, mas o conselho da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) é que aborde o mercado francês através de parcerias locais, sobretudo fora de Paris. De uma forma geral, as estruturas empresariais francesas são experientes na resolução de problemas, pautando-se pela precisão e rapidez.


A partir daí, poderá dar passos rumo ao seu objectivo. Os franceses tendem a ser proteccionistas. Por isso, aposte só na marca própria depois de ter uma posição bastante consolidada no país. A qualidade é a chave, perante a forte concorrência asiática e do leste europeu.


Faça a bainha à sua estratégia, até ao último ponto, antes de tomar decisões. Os custos de investimento em França são elevados, mas o retorno poderá justificar o investimento. Quando tudo estiver assente, a montra poderá ser o mundo. Aí decorrem feiras internacionais importantes.


Em 2013, as exportações de bens e serviços para França representaram 8,4 mil milhões de euros. Para além do têxtil, veículos e materiais de transporte, máquinas, plásticos e borrachas ajudaram ao resultado. Aproveite a tendência: por aqueles lados, prevê-se que o consumo privado continue a crescer.

 

 

António Silva - Director da AICEP em França:

"Marcas de luxo produzem em Portugal"

A crescente desindustrialização abre oportunidades em França. No sector têxtil, há mais caminhos para lá dos produtos de luxo.

 

A marca portuguesa é valorizada em França?
No que se refere às marcas portuguesas [de moda] são poucas as que são reconhecidas. Daí que haja um trabalho a continuar nesta área, que passa pela presença regular de alguns estilistas portugueses na Semana da Moda em Paris e pela presença ou implantação em pontos de venda.

 

A orientação têxtil deverá ser no mercado de luxo?
Deve ser mais generalista, mas sempre com uma boa relação preço/qualidade. Portugal é reconhecido não tanto pelos preços baixos mas como "fazendo qualidade". É por isso que várias marcas de luxo produzem os seus produtos em Portugal. Os quase mil milhões de euros que exportamos para França no domínio da moda não são só na área do luxo mas noutras áreas de qualidade média e média alta.

 

Que outros sectores poderão ser interessantes?
A desindustrialização em curso em França abre novas oportunidades de negócio. No sector dos bens de consumo é já o primeiro mercado para as nossas exportações de calçado e de mobiliário e o segundo para o vestuário e os bens alimentares e bebidas. Outros sectores que têm despertado interesse das empresas francesas, na óptica do investimento em Portugal, são a aeronáutica, o turismo, a saúde e cuidados para seniores e os centros de serviços partilhados.

 

 

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