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Bluepharma: ""Ter a universidade faz toda a diferença"

A Bluepharma nasceu e cresceu em Coimbra. Paulo Barradas, presidente da Bluepharma, conta ao Negócios a visão de futuro.

17 de Dezembro de 2014 às 00:01
Pedro Elias
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A Bluepharma nasceu e cresceu em Coimbra. Quais as vantagens de uma empresa estar sedeada em Coimbra?
Eu penso que temos um ambiente bom em Coimbra para  empresas com base no conhecimento e em que a inovação possa fazer a diferença. Porque temos a mão de obra qualificada que a universidade todos os anos põe cá fora. O facto de termos a universidade aqui ao lado pode fazer toda a diferença.

 

Podemos falar de um "cluster" de saúde em Coimbra?
Sim, está a funcionar com grandes hospitais públicos, com incubadoras de empresas e com uma medicina privada também forte. Coimbra tem condições na área da saúde para ser um bom pólo para criar riqueza e valor. A saúde tem isso: o primeiro objectivo é tratar quem precisa, mas, por outro lado, tem este efeito secundário positivo que é criar riqueza.

 

A Bluepharma também funciona como plataforma de lançamento de outras empresas?
Demos a mão a vários universitários. Arriscámos com eles e eles arriscaram connosco. A Bluepharma funciona um bocadinho como um ninho de empresas: nós financiamos essas empresas e somos seus sócios. Nós damos um suporte financeiro, tratamos da área financeira e administrativa, da estratégia, da área comercial e damos instalações. Portanto, criamos as condições para que esta tecnologia possa um dia chegar ao mercado.

 

A crise económica e financeira afectou gravemente o país. Qual o impacto na Bluepharma e no sector farmacêutico?
As farmacêuticas têm sofrido muito. A forma como a indústria tem sido tratada, as múltiplas alterações, a instabilidade permanente, isto tem afectado o nosso crescimento. Estamos satisfeitos com o que temos feito, temos tido um crescimento grande, de 25% ao ano nos últimos dez anos, não é mau. Mas sentíamos que podíamos fazer muito melhor. Hoje temos 300 pessoas a trabalhar, mas poderíamos ter 600 ou mil.

 

Como é que vê a Bluepharma daqui a 10 anos?
Começámos com 58 pessoas, hoje somos mais de 300. Começámos com uma empresa, hoje somos um grupo de 10 empresas. Os medicamentos genéricos foram instrumentais, como ainda são. É uma questão de responsabilidade social: termos medicamentos de qualidade a custos baixos, para contribuir para uma melhor acessibilidade ao medicamento. Contribuir para que o Estado pague menos, como tem vindo a pagar. O Estado somos todos nós. Os genéricos foram também instrumentais na medida em que nos permitiu criar equipas, tecnologia, conhecimento, e aproveitar tudo isto para chegar à inovação. Foi a partir dos genéricos que nos tornámos numa empresa inovadora.


Para o futuro, a nossa visão para a Bluepharma é sermos uma empresa inovadora e internacional. Queremos estar em mais países, não de uma forma primária exportando, mas de uma forma efectiva com instalações, com gente expatriada, e que a Bluepharma seja reconhecida pelos valores da qualidade, da informação e da competência.

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