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PS Beja: Alqueva dinamiza economia, mas não basta

O Alqueva ajudou Beja a apostar no regadio e “a dar um salto enorme nas exportações”, mas são precisos “outros instrumentos” para dinamizar a economia, defende o líder da concelhia do PS.

31 de Janeiro de 2017 às 09:35
Sara Matos
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O empreendimento do Alqueva veio dar dinamismo à economia alentejana, assegura Paulo Arsénio, presidente da estrutura concelhia de Beja do PS. Porém, adianta o dirigente partidário, "faltam outros instrumentos", como boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias, para tornar a região mais atractiva a eventuais investidores, para chamar turistas e para dar uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.

 "Somos uma região de baixa densidade populacional e éramos, até há pouco tempo, uma região sem grande atractividade económica. Deu-se aqui um salto enorme nas exportações, o que se deve, em grande parte, aos sectores vitivinícola e do azeite. Muito importante para uma parte desta expansão foi o empreendimento de fins múltiplos do Alqueva", afiança Paulo Arsénio.

"[A electrificação da linha de Beja] é uma questão de coesão nacional. A CP tem de ligar a cidade com a dignidade que merece." Paulo Arsénio, Presidente da concelhia do PS de Beja   

A agricultura de regadio ganhou dinamismo, mas o desenvolvimento de outros sectores da economia no concelho de Beja tem esbarrado em alguns obstáculos, como o da pouca utilização do aeroporto. "Havia, e ainda há, muitas expectativas em torno do aeroporto", observa o presidente da concelhia socialista.

Embora admita que o tráfego de passageiros não seja, para já, a principal missão daquele equipamento, Paulo Arsénio lembra que o aeroporto deverá, em breve, ver começar a nascer uma unidade industrial de manutenção e desmantelamento de aviões que, numa primeira fase, irá criar 80 postos de trabalho.

Tornar Beja mais atractiva passa também, no entender do dirigente socialista, por melhorar as acessibilidades regionais. Contudo, nos casos que aponta – a ligação até Sines pelo IP8; e a electrificação da linha ferroviária que passa em Beja –, a decisão de avançar cabe ao Governo.

"O poder central está interessado em concluir o IP8, mas isso requer a renegociação do actual quadro de apoio, onde as vias de comunicação desta natureza não constam. Temos uma outra questão que, se calhar, não influencia tanto a economia, mas que para a qualidade de vida dos cidadãos é fundamental, que é a electrificação da linha férrea", explica Paulo Arsénio.

"Embora haja o problema do custo, neste caso tem que ser secundarizado. É uma questão de coesão nacional. A CP tem de ligar Beja com a dignidade que merece", defende o dirigente partidário, que adianta: "Temos a palavra de honra de que o Governo se vai empenhar seriamente na renegociação do quadro comunitário de apoio para permitir o financiamento para a electrificação da via ferroviária."

Boas acessibilidades podem ser também sinónimo de mais turismo, diz o dirigente do PS, que defende uma dinâmica regional para este sector. "As câmaras da região, em conjunto com a entidade de turismo, deveriam pensar na criação de pacotes turísticos integrados. Parte do turismo algarvio deveria poder subir ao Alentejo e fazer aqui um ou dois dias. Sobretudo para um turismo de património. [...] Beja é uma cidade com um património vastíssimo", conclui Paulo Arsénio.

 

perfil

Na História, na política e no Fisco

Presidente da concelhia do PS em Beja, Paulo Arsénio é também o actual líder da bancada socialista na Assembleia Municipal. Aos 22 anos foi eleito deputado. Integrou o Grupo Parlamentar do PS entre 1995 e 1999. Natural de Albernoa, Beja, é funcionário público na Autoridade Tributária e Aduaneira. Trabalha na repartição de Finanças de Beja. Tem uma licenciatura em História. 

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