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Reitor da Universidade de Aveiro: "Desinvestimento, a médio prazo, não é sustentável"

A Universidade de Aveiro (UA) apostou na ligação ao mundo empresarial. O responsável máximo da instituição, Manuel António Assunção, adiantou que estes contratos já valem 10% do orçamento, mas alerta para a falta de verbas.

24 de Fevereiro de 2015 às 00:01
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A Universidade de Aveiro (UA) apostou na ligação ao mundo empresarial. O responsável máximo da instituição adiantou que estes contratos já valem 10% do orçamento da UA, mas alerta para a falta de verbas, que está a prejudicar a manutenção dos edifícios e que não é, a prazo, sustentável. 

 

A ligação ao mundo empresarial é uma fonte de financiamento importante para a UA?
Claro. O que nós temos conseguido em contratação directa com empresas atinge cerca de 10 milhões de euros ou 10% do nosso orçamento. Depois há aspectos subsidiários desse impacto, como os projectos QREN [fundos comunitários], onde a parceria com empresas é definitivamente fundamental. 

 

O financiamento da universidade continua complicado?
Temos 50% do nosso orçamento associado a receitas próprias. Ou seja, o Orçamento do Estado corresponde apenas a cerca de 50%. Mas isto muda tanto num ano que é difícil ter dados comparativos. Na prática quer dizer que nos 50% que arrecadamos estão as propinas, uma fatia muito importante, os fundos de investimento que ganhamos com o QREN e que foram também muito significativos e absolutamente vitais para recuperar o parque de investigação e a contratação directa com as empresas e as verbas da FCT [Fundação para a Ciência e Tecnologia].

 

Qual é o orçamento?
110 milhões. Quando me pergunta como é que está a situação eu digo que está muito parecida com o que tem estado. Esperamos que não haja cortes adicionais. Escolhemos manter as pessoas, porque, primeiro, merecem-nos respeito e não queremos contribuir para problemas sociais mas sim resolvê-los. A parte de orçamento dedicada aos salários foi essencialmente mantida. Houve um ligeiro decréscimo. Isto quer dizer que o orçamento de outras despesas de funcionamento como água, luz,  manutenção de infra-estrutura e reabilitação de edifícios teve um corte de 30%. Onde é que se reflecte mais? Na manutenção do edificado. É a única coisa que não é para hoje. A electricidade, a água e a limpeza têm que se pagar.

 

Mas já têm problemas por isso?
Temos alguns problemazinhos. O campus é muito bonito e bem conservado. Mas já pode ver infiltrações, o reboco caiu em certos sítios... Esse problema não sei como vai ser resolvido, porque explicitamente o novo programa comunitário não prevê nenhum apoio às universidades em termos de edificação.

 

E os programas de reabilitação?
Não temos o regulamento. Estamos com a Câmara a analisar. A médio prazo, o desinvestimento não é suportável.
 
De quanto precisariam?
Precisamos de dois a três milhões de euros. Têm é que dizer onde é que eu corto.

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