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O grande desafio neste ecossistema da mobilidade está em criar um ponto de vista próprio sobre o futuro, salientou Miguel Cardoso Pinto, Advanced Manufacturing and Mobility Leader e partner da EY, na 3.ª edição da Electric Summit, o Fórum Transição Energética e Mobilidade em Portugal 2024, que é uma iniciativa do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, tendo Oeiras Valley como município anfitrião e a EY como knowledge partner.
Miguel Cardoso Pinto não tem bola de cristal, mas, na sua opinião, quem vai gerar e capturar o maior valor deste futuro serão as organizações "que consigam olhar para fora, descodificar quais é que são as principais tendências sociais, económicas, regulatórias, tecnológicas, compreender as necessidades maiores dos clientes tanto as articuladas, as que nos conseguem dizer, como as necessidades não articuladas dos clientes, para entender exatamente o que é que eles irão precisar no futuro e como é que nós podemos criar uma proposta de valor".
As escolhas do consumidor
Com base num estudo da EY Mobility Consumer Index 2023 e que é feito desde 2020 com base em entrevistas com 15 mil pessoas em diferentes geografias, Miguel Cardoso Pinto fez um retrato da visão consumidores sobre a mobilidade elétrica. Uma das principais é que, em 2020, 30% das pessoas diziam que, na próxima aquisição de um veículo, este seria elétrico. Em 2023 subiu para 55%, o que representa uma grande ascensão.
Em 2021, a compra dos veículos elétricos era justificada, sobretudo, pelas preocupações ambientais. Dois anos depois, o aumento do preço dos combustíveis passou a ser a principal razão para a escolha do veículo elétrico mantendo-se as preocupações ambientais e as multas sobre os veículos tradicionais. "Já não são apenas as razões da sustentabilidade que guiam a escolha de um veículo elétrico, os temas económicos estão presentes na avaliação desta opção", reforça Miguel Cardoso Pinto. Mais de 70% dos potenciais consumidores estão dispostos a pagar até mais 30% por um carro elétrico do que um automóvel de combustão.
"A decisão para a escolha já não é apenas o carro, é a proposta de valor à volta do automóvel, sendo os carregamentos um fator importante, tal como a oferta de soluções de carregamento rápido", alertou Miguel Cardoso Pinto.
Em 2021 cerca de 50% das pessoas diziam que não escolhiam os veículos elétricos porque tinham um preço inicial elevado. Hoje o primeiro problema referido pelos consumidores é a falta de postos de carregamento. Miguel Cardoso Pinto assinalou ainda a ansiedade e a segurança com o carregamento em casa, o aumento do custo da energia, a dificuldade de encontrar lugares de carregamento públicos, o tempo de espera.
Mas salientou que o ecossistema tenta responder a estes desafios. Deu como exemplo o Nio. É um fabricante chinês de carros elétricos cujo modelo de negócio passa pela substituição da bateria em vez de carregamento. "Têm postos de substituição de bateria, portanto, não há perdas de tempo nos carregamentos. Já tem mais de duas mil estações na China e já está presente na Alemanha, Noruega, Países Baixos, por exemplo", disse Miguel Cardoso Pinto. Ilustrou ainda a sua comunicação com o exemplo da Nissan Reborn Light, com o reaproveitamento das baterias dos veículos do Nissan Leaf, reutilizadas na iluminação pública. Há um ciclo completo da vida da bateria do automóvel.
O futuro da mobilidade será transformado por quem conseguir adaptar a tecnologia através de novos modelos de negócio, novas propostas de valor, não por quem conseguir inventar uma nova tecnologia. Miguel Cardoso Pinto
Advanced Manufacturing and Mobility Leader e Partner da EY
Acrescentou ainda que "o futuro da mobilidade será transformado por quem conseguir adaptar a tecnologia através de novos modelos de negócio, novas propostas de valor, não por quem conseguir inventar uma nova tecnologia", porque "não são as tecnologias que são disruptivas, são os modelos de negócio". Miguel Cardoso Pinto deu o exemplo da trotinete elétrica que existe há mais de cem anos, que "saiu à frente do seu tempo e, de facto, o problema não estava na tecnologia, muitas vezes o problema está na inovação de modelo de negócio". Advanced Manufacturing and Mobility Leader e Partner da EY
Miguel Cardoso Pinto não tem bola de cristal, mas, na sua opinião, quem vai gerar e capturar o maior valor deste futuro serão as organizações "que consigam olhar para fora, descodificar quais é que são as principais tendências sociais, económicas, regulatórias, tecnológicas, compreender as necessidades maiores dos clientes tanto as articuladas, as que nos conseguem dizer, como as necessidades não articuladas dos clientes, para entender exatamente o que é que eles irão precisar no futuro e como é que nós podemos criar uma proposta de valor".
As escolhas do consumidor
Com base num estudo da EY Mobility Consumer Index 2023 e que é feito desde 2020 com base em entrevistas com 15 mil pessoas em diferentes geografias, Miguel Cardoso Pinto fez um retrato da visão consumidores sobre a mobilidade elétrica. Uma das principais é que, em 2020, 30% das pessoas diziam que, na próxima aquisição de um veículo, este seria elétrico. Em 2023 subiu para 55%, o que representa uma grande ascensão.
Em 2021, a compra dos veículos elétricos era justificada, sobretudo, pelas preocupações ambientais. Dois anos depois, o aumento do preço dos combustíveis passou a ser a principal razão para a escolha do veículo elétrico mantendo-se as preocupações ambientais e as multas sobre os veículos tradicionais. "Já não são apenas as razões da sustentabilidade que guiam a escolha de um veículo elétrico, os temas económicos estão presentes na avaliação desta opção", reforça Miguel Cardoso Pinto. Mais de 70% dos potenciais consumidores estão dispostos a pagar até mais 30% por um carro elétrico do que um automóvel de combustão.
"A decisão para a escolha já não é apenas o carro, é a proposta de valor à volta do automóvel, sendo os carregamentos um fator importante, tal como a oferta de soluções de carregamento rápido", alertou Miguel Cardoso Pinto.
Em 2021 cerca de 50% das pessoas diziam que não escolhiam os veículos elétricos porque tinham um preço inicial elevado. Hoje o primeiro problema referido pelos consumidores é a falta de postos de carregamento. Miguel Cardoso Pinto assinalou ainda a ansiedade e a segurança com o carregamento em casa, o aumento do custo da energia, a dificuldade de encontrar lugares de carregamento públicos, o tempo de espera.
Mas salientou que o ecossistema tenta responder a estes desafios. Deu como exemplo o Nio. É um fabricante chinês de carros elétricos cujo modelo de negócio passa pela substituição da bateria em vez de carregamento. "Têm postos de substituição de bateria, portanto, não há perdas de tempo nos carregamentos. Já tem mais de duas mil estações na China e já está presente na Alemanha, Noruega, Países Baixos, por exemplo", disse Miguel Cardoso Pinto. Ilustrou ainda a sua comunicação com o exemplo da Nissan Reborn Light, com o reaproveitamento das baterias dos veículos do Nissan Leaf, reutilizadas na iluminação pública. Há um ciclo completo da vida da bateria do automóvel.