Alcibíades Paulo Guedes, presidente da direcção da APLOG - Associação Portuguesa de Logística, afirma que o sector da logística em Portugal está "melhor hoje do que há 15 ou 20 anos". Em entrevista, o responsável explica que este sector tem vindo a evoluir impulsionado não só pelo objectivo de eficiência que procura, mas também porque é preciso inovar e redefinir estratégias para acompanhar os novos desafios do mercado e colocar a gestão da cadeia de abastecimento no topo das prioridades dos gestores.
Como se define a APLOG?
A Associação Portuguesa de Logística é uma associação transversal a toda a cadeia de abastecimento, incluindo empresas industriais, distribuição, retalho, entre outros, dos vários sectores de actividade, prestadores de serviços logísticos, e a todos os profissionais envolvidos na área da logística/gestão da cadeia de abastecimento. No total, a APLOG reúne 296 associados.
Como caracteriza a logística em Portugal?
Entendemos que o "sector da logística" pode ser visto de duas perspectivas: por um lado, o da oferta de serviços de logística e transporte; e por outro, o da logística enquanto função de gestão nas empresas de produção, distribuição, retalho, etc.
Este sector tem conseguido manter-se competitivo?
Estamos bastante melhor hoje do que há 15 ou 20 anos. Existe hoje um número significativo de empresas, de gestores, de CEO, e de empresários que reconhece o papel da "supply chain" na competitividade dos seus negócios e que estão atentos à evolução desta temática. Do lado da oferta de serviços dos operadores e das infra-estruturas, melhorou também bastante a qualidade da oferta de serviços.
Qual a relevância do sector da logística para a economia nacional actualmente?
Não temos nenhum estudo que nos permita avaliar/quantificar o peso das actividades logísticas no PIB. No entanto, e utilizando "benchmarks" de outros países, estaremos certamente a ser conservadores ao apontar um valor na ordem dos 10% do PIB, até porque somos uma pequena economia aberta e periférica em que os fluxos logísticos pesam mais do que noutras economias.
Qual o papel da logística no desenvolvimento do mercado nacional?
A maior internacionalização da economia, o aumento da exportação de produtos transaccionáveis, a necessidade para continuar a procurar ganhos de eficiência e de qualidade de serviço aos clientes, a crescente exigência em termos de competitividade, são factores que reforçam o papel da logística na competitividade das empresas e do país.
A economia circular e toda a problemática do impacto ambiental da "supply chain" e das operações logísticas são algumas das grandes questões que têm vindo a subir na agenda dos vários actores.
O aumento da resiliência da "supply chain" é mais um dos temas que deve ser tido em conta.
Quanto mais globais, mais magras e mais sincronizadas forem as cadeias de abastecimento, mais o tema de resiliência e da mitigação dos riscos de disrupção estará presente. Toda a evolução e adaptação necessária, ao nível dos processos, das tecnologias, das infra-estruturas e dos modelos de negócio, para acompanhar a crescente digitalização da economia e dos processos de negócio.
A crescente automatização dos processos logísticos deve ser o caminho necessário para responder a ambientes de grande complexidade (movimentar "units of one").
Qual o papel dos "supply chain managers" nesta mudança?
Vários estudos mostram a importância crescente do papel dos "supply chain managers". Quanto mais complexas forem as cadeias, quanto mais extensas na geografia, quanto mais sincronizadas e "lean", mais o papel de planeador e orquestrador da cadeia será necessário.
Os operadores logísticos já perceberam a importância destes profissionais dentro das suas organizações?
O papel destes profissionais já foi percebido nos operadores de maior dimensão, sem dúvida.
Existem profissionais suficientes para responder às necessidades do mercado?
Pensamos que sim. Hoje em dia, a formação em Engenharia (Gestão Industrial, Mecânica, etc.) e em Gestão já contemplam, na maioria dos casos, disciplinas em Logística e/ou Gestão da Cadeia de Abastecimento. Por outro lado, a formação avançada de executivos e os MBA também contemplam estas temáticas nos seus programas.
E as infra-estruturas existentes são suficientes para sustentar a operação destes profissionais?
Em Portugal, tipicamente os problemas não estão na falta de infra-estruturas.
Como se define a APLOG?
A Associação Portuguesa de Logística é uma associação transversal a toda a cadeia de abastecimento, incluindo empresas industriais, distribuição, retalho, entre outros, dos vários sectores de actividade, prestadores de serviços logísticos, e a todos os profissionais envolvidos na área da logística/gestão da cadeia de abastecimento. No total, a APLOG reúne 296 associados.
Entendemos que o "sector da logística" pode ser visto de duas perspectivas: por um lado, o da oferta de serviços de logística e transporte; e por outro, o da logística enquanto função de gestão nas empresas de produção, distribuição, retalho, etc.
Este sector tem conseguido manter-se competitivo?
Estamos bastante melhor hoje do que há 15 ou 20 anos. Existe hoje um número significativo de empresas, de gestores, de CEO, e de empresários que reconhece o papel da "supply chain" na competitividade dos seus negócios e que estão atentos à evolução desta temática. Do lado da oferta de serviços dos operadores e das infra-estruturas, melhorou também bastante a qualidade da oferta de serviços.
Qual a relevância do sector da logística para a economia nacional actualmente?
Não temos nenhum estudo que nos permita avaliar/quantificar o peso das actividades logísticas no PIB. No entanto, e utilizando "benchmarks" de outros países, estaremos certamente a ser conservadores ao apontar um valor na ordem dos 10% do PIB, até porque somos uma pequena economia aberta e periférica em que os fluxos logísticos pesam mais do que noutras economias.
Qual o papel da logística no desenvolvimento do mercado nacional?
A maior internacionalização da economia, o aumento da exportação de produtos transaccionáveis, a necessidade para continuar a procurar ganhos de eficiência e de qualidade de serviço aos clientes, a crescente exigência em termos de competitividade, são factores que reforçam o papel da logística na competitividade das empresas e do país.
(…) Utilizando 'benchmarks' de outros países, estaremos certamente a ser conservadores ao apontar um valor na ordem dos 10% do PIB, até porque somos uma pequena economia aberta e periférica em que os fluxos logísticos pesam mais do que noutras economias. Alcibíades Paulo Guedes presidente da direcção da APLOG - Associação Portuguesa de Logística
Que boas práticas devem ser tidas em conta na evolução da "supply chain" moderna?A economia circular e toda a problemática do impacto ambiental da "supply chain" e das operações logísticas são algumas das grandes questões que têm vindo a subir na agenda dos vários actores.
O aumento da resiliência da "supply chain" é mais um dos temas que deve ser tido em conta.
Quanto mais globais, mais magras e mais sincronizadas forem as cadeias de abastecimento, mais o tema de resiliência e da mitigação dos riscos de disrupção estará presente. Toda a evolução e adaptação necessária, ao nível dos processos, das tecnologias, das infra-estruturas e dos modelos de negócio, para acompanhar a crescente digitalização da economia e dos processos de negócio.
A crescente automatização dos processos logísticos deve ser o caminho necessário para responder a ambientes de grande complexidade (movimentar "units of one").
Qual o papel dos "supply chain managers" nesta mudança?
Vários estudos mostram a importância crescente do papel dos "supply chain managers". Quanto mais complexas forem as cadeias, quanto mais extensas na geografia, quanto mais sincronizadas e "lean", mais o papel de planeador e orquestrador da cadeia será necessário.
Os operadores logísticos já perceberam a importância destes profissionais dentro das suas organizações?
O papel destes profissionais já foi percebido nos operadores de maior dimensão, sem dúvida.
Existem profissionais suficientes para responder às necessidades do mercado?
Pensamos que sim. Hoje em dia, a formação em Engenharia (Gestão Industrial, Mecânica, etc.) e em Gestão já contemplam, na maioria dos casos, disciplinas em Logística e/ou Gestão da Cadeia de Abastecimento. Por outro lado, a formação avançada de executivos e os MBA também contemplam estas temáticas nos seus programas.
E as infra-estruturas existentes são suficientes para sustentar a operação destes profissionais?
Em Portugal, tipicamente os problemas não estão na falta de infra-estruturas.