A Misericórdia de Santo Tirso nasceu corria então o ano de 1885. Mas a história começa alguns anos antes, em 1876, quando surge a ideia de se avançar com a fundação de um hospital no concelho, que viria a abrir dois anos depois, fruto de uma bem-sucedida angariação de fundos entre os diferentes beneméritos tirsenses. No entanto, o hospital durou pouco tempo e só mais tarde, já em 1885, se decide recuperar o serviço de saúde, desta vez sob a forma de Irmandade, a que chamariam Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso. A entidade perdura até aos dias de hoje e tem vindo a ganhar diversas valências ao longo dos anos.
Atualmente, dependem dos serviços da Santa Casa de Santo Tirso “diariamente cerca de 2.500 utentes”, conforme refere João Loureiro, diretor-geral da instituição. No total, a equipa conta 420 colaboradores, “com um orçamento total de cerca de € 10.000.000,00”. A pandemia teve um impacto, em 2020, “de cerca de 10% do orçamento desse ano, ou seja, € 800.000,00”, refere ainda o mesmo responsável.
A Misericórdia de Santo Tirso “é, indiscutivelmente, uma força motriz da economia da região pelos cerca de € 6.000.000,00 em gastos c/ pessoal, pelos cerca de € 2.500.000,00 em compras, serviços e fornecimentos externos e pela soma destes valores que geram contribuições – impostos para o Estado”, refere João Loureiro.
A instituição, ao longo da sua existência, propõe-se garantir a manutenção das obras sociais existentes e promover o seu desenvolvimento. Tendo como matriz institucional a área da saúde e educação, a misericórdia local dinamiza serviços de apoio social a grupos como a terceira idade, infância e comunidade. Nos últimos anos, o investimento tem vindo a recair em serviços complementares na área da saúde e ainda em projetos de intervenção social para grupos específicos, desenvolvendo diferentes valências/respostas sociais e serviços complementares esquematizados no atual.
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Antes
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Depois
Cuidados continuados
E foi no âmbito desses mesmos serviços complementares na área da saúde que nasceu um dos mais recentes projetos da instituição: a Unidade de Cuidados Continuados Comendador Alberto Machado Ferreira. O espaço partiu da recuperação de um antigo edifício que pertenceu à extinta Fábrica do Arco Têxteis, e foi agora colocado ao serviço da comunidade. Em funcionamento desde 9 de novembro de 2020, o mais recente equipamento na área da saúde tem capacidade para 36 camas, tratando-se de um complemento à oferta de cuidados continuados de média duração, da instituição.
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João Loureiro explica que “regressar aos cuidados continuados é um bocadinho o retorno à matriz institucional”. O edifício foi adquirido pela misericórdia em 2013 “e em 2017 foi decidida a expansão dos cuidados continuados” criando-se “uma unidade de cuidados continuados de média duração com capacidade para 34 camas” e assegurar desde logo “a possibilidade de, no mínimo, fazer mais 34 camas de longa duração”.
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Serviço de proximidade garantido
Foi então decidido dar ao edifício “a roupagem de unidade de cuidados continuados”, explica João Loureiro. O início do processo aconteceu em 2018, altura em que se tomou também contacto com um Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas – o IFRRU 2020 –, “ao qual pretendíamos concorrer enquanto instituição”. Na altura, existiam apenas três entidades bancárias “com as quais podíamos contactar” para avançar com a candidatura, “havendo desde logo, por parte do Banco Santander, a manifestação de interesse em abraçar o nosso projeto”.
A abertura desta unidade “é o culminar de um trabalho de uma equipa muito grande”, conforme refere João Loureiro, reconhecendo “o trabalho e o empenho de todos os que estiveram e estão” com a Misericórdia de Santo Tirso, “colaborando para poder oferecer um serviço de proximidade a cerca de 120 mil habitantes dos concelhos de Santo Tirso e Trofa”. Esta unidade presta cuidados de saúde e de apoio social a idosos e não idosos em situação de dependência.
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Este novo equipamento conta com um investimento de 2,5 milhões de euros e surge suportado no IFRRU 2020 com o apoio do Banco Santander. Em funcionamento desde 9 de novembro de 2020, o mais recente equipamento na área da saúde tem capacidade para 36 camas, tratando-se de um complemento à oferta da Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração Eng.ª Mª Luísa Costa.
Santander: parceiro que vestiu a camisola
Conscientes de que a sua empresa e negócio contam, a Misericórdia de Santo Tirso dá o seu melhor com o apoio do Santander por via de uma parceria que se tornou essencial para a conclusão do projeto com sucesso.
João Loureiro explica que, neste caso e neste projeto, o Banco Santander “são as pessoas que dão cara à marca Santander e que corporizam o banco, ou seja, são a equipa do balcão de Santo Tirso com os quais a misericórdia se relacionou ao longo de todo este processo”. Na verdade, a equipa do Santander “vestiu, sempre, a nossa camisola e compreendeu os nossos problemas”.
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Um outro fator positivo a salientar, nesta relação com o Banco Santander, “é a facilidade de todo o processo já que o lado burocrático, pelo qual obrigatoriamente temos de passar, rapidamente foi tratado e, a partir daí, tudo o resto foi muito desburocratizado, falado por telefone e pedido via mail”.
Talvez por isso, João Loureiro acredite que o Banco Santander “foi mais do que uma marca, um banco ou uma entidade financeira, foi um parceiro de trabalho que confiou em nós e em quem nós confiámos”. A verdade é que “apoiaram sempre que precisávamos e quando nos surgia um problema, o Santander esteve presente e deu sempre resposta”.
Contas feitas, o balanço não poderia ser “mais positivo”, sendo que “esta obra correu de forma magnífica porque estava projetada para 12 meses e fez-se em apenas 11 meses e foi possível trabalhar durante todo o tempo de pandemia”.
A recente pandemia de covid-19 que ainda afeta o mundo não passou ao lado da Misericórdia de Santo Tirso. Conforme nos explicou João Loureiro, diretor-geral da instituição, “no dia 23 de março de 2020 foi detetado o primeiro caso covid na Misericórdia de Santo Tirso”. A dia 22 de abril tinham sido detetados “83 utentes e 49 colaboradores positivos nas valências residenciais da instituição”. Passados 71 dias (a 02/06/2020) da deteção do primeiro caso positivo, “depois de 10 perdas irreparáveis por infeção com covid-19, todos os nossos utentes foram dados como recuperados”. No total, e até à presente data, foram detetados, entre utentes e colaboradores, “cerca de 200 casos”, disse ainda João Loureiro.