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Poupança: como vai o dinheiro dos portugueses?

Serão as nossas famílias boas aforradoras? Em tempos de crise, a poupança tem subido, mas não mantém a tendência, e os valores estão longe do que seria ideal.

27 de Outubro de 2021 às 10:00
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Gerir com eficácia as finanças pessoais nem sempre é tarefa fácil! O resultado entre o deve e o haver deveria ser sempre positivo, mas, para que isso aconteça, é preciso estar atento ao dia a dia e ir tomando decisões importantes com alguma regularidade. Quanto posso gastar este mês? Quanto devo poupar? Certamente já todos nós fizemos estas perguntas, até porque a larga maioria das decisões financeiras assenta num equilíbrio perfeito entre a opção de consumir (tudo aquilo em que gastamos dinheiro diariamente) e a de poupar (seja como e de que forma for). Mas, na realidade, os portugueses não são um povo muito poupado.

João Duque lembra que, pelo contrário, somos um povo “claramente gastador”, até porque “adoramos o consumo”. O professor catedrático do ISEG diz ainda acreditar que “não consumimos mais porque nos falta o rendimento”, reforçando que não há, em Portugal, “uma cultura de poupança”. Também por isso, João Duque aponta que “a poupança dos portugueses é baixa e fora de timing”.

É baixa “porque há anos que a taxa de poupança é muito reduzida face às necessidades de financiamento e fora do timing porque até recentemente, quando necessitávamos de gastar em consumo, subimos a taxa de poupança”. Contas feitas, no início dos anos 2000 a taxa de poupança rondava os 13%, até à crise de 2008, a taxa de poupança desceu ano após ano “até aos 7%”. Com a crise, “começámos a poupar novamente subindo essa taxa para os 12%, descendo depois mais uma vez até à pandemia”.

De 2014 a 2019, “a taxa de poupança situou-se, novamente, na casa dos 7% tendo chegado a 6,6% em 2017”. Com a pandemia, “voltámos aos níveis de 13%, embora neste ano tivesse sido preferível não termos poupado tanto…”, sublinha João Duque.

Pedro Melo e Castro, responsável da área de Poupança e Investimento do Banco Santander, alinha pelo mesmo diapasão: “A taxa de poupança dos portugueses desde os anos 80 tem vindo a cair e, nos últimos 20 anos, exceção feita em períodos de crise, manteve-se em níveis muito reduzidos, entre os 5 e os 8%”. Na realidade, as exceções foram os dois períodos da grande crise financeira e consequente entrada da troika e, mais recentemente, “neste período da pandemia que teve características especiais”.

O responsável do Santander lembra que, “embora tendo salários baixos, aquilo que se verificou é que, em Portugal, temos vindo a perder hábitos de poupança, o que é preocupante”.

Estudos recentes da Comissão Europeia apontam para duas realidades a ter em conta: “O envelhecimento da população materializar-se-á numa quebra da população ativa o que levará a uma diminuição relevante da pensão de reforma em percentagem do último salário. Estudos apontam para que estes valores convirjam para 42% em 2050, o que corresponde a uma alteração de paradigma”, diz.

Pedro Melo e Castro salienta, ainda assim, “como aspeto menos negativo o facto de, em Portugal, haver um stock de poupança elevado em casas”. Esta situação poderá vir a permitir uma boa monetização da habitação: “O que é de esperar é que as pessoas quando entram na reforma não precisem de casas da dimensão das que têm hoje e possam realizar ganhos trocando por casas de menor dimensão, vivendo melhor numa idade tão especial.”


Regras que importa seguir

Sabemos, hoje em dia, que uma das regras de ouro, no que à gestão das finanças pessoais diz respeito, passa por definir estratégias para a poupança. Assim, devem os portugueses evitar gastos supérfluos, fazer muita poupança doméstica, planear bem o orçamento familiar e definir, à partida, uma percentagem específica do ordenado para constituir um pé-de-meia.

Na realidade, sempre que falamos em poupança, importa perceber que o controlo das despesas é um fator preponderante para manter qualquer orçamento equilibrado; um dos primeiros segredos para o sucesso desta caminhada é saber distinguir os bens de primeira necessidade daqueles que são considerados supérfluos. Desenvolver ações de formação no âmbito da literacia financeira seria também outra opção a considerar. João Duque não tem dúvidas quanto a esta temática: “Quantas pessoas conseguem perceber 100% do que leem quando estão frente a um prospeto de um produto financeiro? Disponibilizar informação em formato acessível e facilmente compreensível é fundamental para aumentar a autonomia da decisão e a responsabilidade dos investidores.”

Saber trabalhar uma cultura de risco e promover o conhecimento de ferramentas muito simples é peça-chave para João Duque, que aponta “desde os principais instrumentos e a forma como devem ser avaliados até a questões mais básicas e universais como simples relações económicas ou cambiais” como alguns exemplos que podem ser trabalhados. Não esquecendo nunca “coisas tão simples como o funcionamento do mercado monetário e a emissão de moeda” ou o facto de que “os canais devem ser os mais acessíveis nos dias de hoje: redes sociais, canais de difusão de imagem”.



“Não há razão para que todos os portugueses não tenham um produto de reforma com entregas programadas de, pelo menos, 25€. Parece pouco, mas pode ter um efeito poderoso se for feito desde muito cedo.”

Pedro Melo e Castro, responsável da área de Poupança e Investimento do Banco Santander








“Uma cultura de poupança faz-se desde pequeno. Pode começar logo na poupança do consumo (da eletricidade, da água, etc.) até aos conceitos básicos.”

João Duque, professor catedrático do ISEG



Poupar desde tenra idade

E como é de pequenino que se começa, o professor catedrático não descura a importância de apostar na literacia financeira e nos conceitos de poupança logo desde criança: “Uma cultura de poupança faz-se desde pequeno. Pode começar logo na poupança do consumo (da eletricidade, da água, etc.) até aos conceitos básicos.” E fica o exemplo que chega do outro lado do oceano: “Nos Estados Unidos, as crianças são ensinadas desde pequenas a perceber estes conceitos para aumentar a responsabilidade individual na construção de uma sociedade mais exigente, participante e responsável.” João Duque recorda que “saber mais aumenta a responsabilidade porque deixamos de ter razão para imputar a terceiros o que nos compete fazer: zelar pelo nosso património”.’

Atento a esta realidade, o Banco Santander tem vindo a apostar neste conceito de literacia financeira, assumindo-se como o parceiro certo em matéria de poupança. O banco “promove formação não só interna, às suas equipas, como também externa, com a oferta de webinars frequentes para as estruturas comerciais e para os clientes, em que são abordados os temas do momento de forma muito pedagógica”, diz Pedro Melo e Castro.

Outras ações desenvolvidas passam pela promoção de conteúdos atualizados no site, existindo sempre “um cuidado particular sobre todos os conteúdos relativos aos produtos de investimento para que sejam claros e permitam um acompanhamento simples dos clientes sobre o que se está a passar” e para que consigam “implementar o seu planeamento financeiro à luz daquilo que são os seus objetivos a médio-longo prazo”, disse ainda.




CONSELHOS RÁPIDOS PARA COMEÇAR A POUPAR

  • Comece pela economia doméstica;
  • Reveja os seus comportamentos diários em matéria de compras;
  • Resista ao consumo;
  • Envolva a família neste desígnio que deve ser de todos;
  • Procure forma de assegurar rendimento extra;
  • Aposte em contas-poupança, produtos para a reforma ou produtos de investimento;
  • Rentabilize o seu património;
  • Procure aconselhamento junto do seu gestor de conta e aprenda a rentabilizar o seu património.



Poupar é possível

Para quem procura melhorar a sua gestão patrimonial, João Duque deixa uma ideia: "Diversificar aplicações num mix de investimentos em termos de prazos, risco e liquidez." O professor do ISEG considera que "os PPR tinham uma grande virtude: pelo menos uma vez no ano, os portugueses pensavam na sua reforma e poupavam alguma coisa para ela". E, se ao fim de 30 anos de trabalho cada português "tivesse pelo menos 30 momentos de poupança significativa, teríamos seguramente alguma coisa bem mais palpável que pudéssemos usar na nossa ‘idade de ouro’".

De resto, a aposta nos produtos para a reforma é também o conselho que Pedro Melo e Castro deixa neste Dia Mundial da Poupança: "Não há razão para que todos os portugueses não tenham um produto de reforma com entregas programadas de, pelo menos, 25€. Parece pouco, mas pode ter um efeito poderoso se for feito desde muito cedo." Este responsável acredita que, a médio-longo prazo, os mercados financeiros "trabalham por nós e estes produtos podem tornar-se um complemento muito interessante aquando da reforma".








PRODUTOS DO BANCO SANTANDER PARA POUPANÇA

O Banco Santander tem uma gama abrangente de produtos que trabalham a área da poupança dos seus clientes em todos os formatos e para todas as necessidades. Sendo um banco com soluções flexíveis e globais que podem ajudar numa lógica de gestão de património, as soluções do Santander assumem-se como instrumentos que podem ir além do âmbito tradicional, pela globalidade da oferta e também pelo seu serviço especializado de acompanhamento através dos diversos canais disponíveis e que começam, desde logo, pelo gestor bancário de cada cliente.

Sendo o Santander um parceiro/especialista nestes temas de poupança, aconselha os seus clientes sobre a melhor forma de investir em fundos e de tirar partido destas opções no médio-longo prazo.

Em termos de oferta, o Banco Santander disponibiliza:

PARA A REFORMA

• Produtos Reforma…, mas não só! São produtos que promovem a poupança dos particulares e que acompanham o ciclo de vida das pessoas, permitindo uma flexibilidade e gestão ativa ao longo das diversas fases.
 Neste campo, o Banco Santander tem:
- A gama de PPR – Plano Poupança Reforma
- A gama de FPR – Fundo Poupança Reforma
• Oferta de fundos de pensões: a pensar nos clientes empresariais.

NO INVESTIMENTO

• Oferta pensada em formato de fundo de investimento: Fundos de ações, obrigações, mistos e temáticos;

• Em formato de seguro financeiro: Produtos mistos orientados para os diversos perfis de risco.



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