À beira de uma revolução tecnológica, o setor da agricultura nacional precisa que as boas ideias se materializem em projetos concretos capazes de enraizar a inovação nos solos portugueses, permitindo que os produtores colham os melhores frutos do progresso tecnológico. Para que isso aconteça, António Câmara, professor catedrático da Nova School of Science and Technology, garante que é necessário levar o empreendedorismo mais a sério com incentivos concretos que façam florescer dentro e fora do meio académico novas start-ups dispostas a conquistar o seu lugar ao sol no mercado.
Na verdade, "precisamos dos chamados génios digitais, dispostos a inovar, porque Portugal tem ainda um caminho a percorrer para se posicionar corretamente para concretizar a viragem digital", enuncia António Câmara.
Se há falhas, elas estão do lado dos empreendedores, não porque não existam, mas porque falham os incentivos que os motivam a fazer diferente e de forma mais eficiente, pondo em evidência as tecnologias emergentes que poderão fazer a diferença nos processos produtivos e na resposta aos desafios que o setor agrícola tem pela frente nos próximos anos, que são ambientais, sociais, económicos e sobretudo de sustentabilidade.
António Câmara garante que é fundamental apostar em inovação numa metodologia "moonshot", que seja revolucionária e que sustente mudanças transformadoras nos processos e nos modelos de negócio.
"Nos próximos anos vamos ter uma internet distinta da que temos agora, muito ligada ao mundo dos dados, que integra o mundo real através da realidade aumentada com o mundo virtual", refere o docente e investigador, sublinhando que esta internet vai mudar tudo e estará na base da verdadeira transição digital de que todos falam, mas que poucos conseguem potenciar.
O resultado é uma agricultura com futuro, mais capaz, mais robusta, mais assertiva e produtiva, com modelos de negócio dinâmicos e que oferecem maior retorno e maiores perspetivas de sustentabilidade.
Mas a questão é só uma. Conseguirá Portugal, com a sua infraestrutura de internet, suportar toda esta inovação?
Na verdade, "precisamos dos chamados génios digitais, dispostos a inovar, porque Portugal tem ainda um caminho a percorrer para se posicionar corretamente para concretizar a viragem digital", enuncia António Câmara.
Competir com o bloco americano
A academia em Portugal precisa de olhar para os bons exemplos do bloco americano com o qual não consegue competir e onde a criação de novas indústrias há muito que já catapultou a inovação para um patamar de eficiência e competitividade difícil de igualar.António Câmara garante que é fundamental apostar em inovação numa metodologia "moonshot", que seja revolucionária e que sustente mudanças transformadoras nos processos e nos modelos de negócio.
"Nos próximos anos vamos ter uma internet distinta da que temos agora, muito ligada ao mundo dos dados, que integra o mundo real através da realidade aumentada com o mundo virtual", refere o docente e investigador, sublinhando que esta internet vai mudar tudo e estará na base da verdadeira transição digital de que todos falam, mas que poucos conseguem potenciar.
Tecnologia para o campo há. E internet?
A verdade é que a tecnologia existe e está cada vez mais avançada e "perspicaz", capaz de dotar os produtores de capacidades preditivas e de gestão nunca antes vistas. É tempo de potenciar a utilização da realidade virtual, da inteligência artificial e da sensorização e criar os incentivos necessários para que os génios digitais inovem, criando soluções state-of-the-art, que transportem para a agricultura uma onda de inovação que transforme a globalidade do setor da produção à logística, passando pela gestão baseada em dados e previsões recolhidas em tempo real pelos inúmeros sensores que sustentam as redes de dispositivos embebidos com capacidades de machine learning, num verdadeiro contexto de IoT (Internet of Things) digitalmente transformador.O resultado é uma agricultura com futuro, mais capaz, mais robusta, mais assertiva e produtiva, com modelos de negócio dinâmicos e que oferecem maior retorno e maiores perspetivas de sustentabilidade.
Mas a questão é só uma. Conseguirá Portugal, com a sua infraestrutura de internet, suportar toda esta inovação?