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Inteligência artificial ao serviço da saúde das plantas

Com este projeto, o INESC TEC dá mais um passo no objetivo de solucionar um dos grandes problemas do futuro da humanidade – alimentar o mundo no novo contexto de sustentabilidade e alterações climáticas.

11 de Março de 2022 às 14:38
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O SpecTOM é uma tecnologia que permite a monitorização metabólica e o diagnóstico de doenças das plantas, como o tomateiro e a vinha, ainda na sua fase assintomática. Tal é possível porque, ao contrário das soluções atuais, esta tecnologia realiza o diagnóstico tomográfico metabólico em multiescala na planta viva, permitindo identificar e quantificar parâmetros críticos para a fisiologia da planta ao nível do tecido desta.

A tecnologia SpecTOM, quando integrada em sistemas robóticos, permite, de uma forma não invasiva, e a um custo por amostra mínimo, fazer o diagnóstico molecular a vastas áreas de cultivo, o que não é possível com a tecnologia atual da biologia molecular. "Como cientistas, estamos constantemente em perseguição da excelência científica, que se traduz no financiamento competitivo de projetos de investigação e desenvolvimento", refere Rui Martins investigador do Centro de Fotónica Aplicada do INESC TEC.

Pronto a aplicar no cenário real

De acordo com Filipe Monteiro Silva, outro dos investigadores do Centro de Fotónica Aplicada, os resultados obtidos até hoje permitem desenhar um sistema capaz de sair do laboratório para o campo. Apesar de a ciência SpecTOM estar solidificada, a transição não é tecnologicamente simples, e implica o alargamento da equipa às capacidades globais que o INESC TEC tem na sua Iniciativa TEC4AGRO-FOOD, com vista a ser desenvolvido um POM (point-of-measurement) inteligente, plug-and-play nos sistemas autónomos existentes já desenvolvidos no INESC TEC.

"Continuaremos a utilizar as versões de laboratório para expandir as capacidades de deteção de diferentes doenças das plantas e de diagnóstico fisiológico para o suporte agronómico, por forma a podermos transportar essa informação para o campo, de modo a ter um impacto muito significativo na agricultura de precisão 4.0", esclarece o investigador.

Os resultados são encorajadores, nomeadamente aqueles que foram obtidos no terreno, mas a equipa ainda pretende desenvolver um protótipo demonstrador que permita provar a fiabilidade da tecnologia e os benefícios para o cliente. O desenvolvimento de produtos baseados na tecnologia SpecTOM – e assim chegar até à sociedade – poderá passar pela parceria estratégica com uma empresa já estabelecida na área ou pelo desenvolvimento de um spin-off. De forma a potenciar o futuro, o INESC TEC e a Universidade do Porto submeteram um pedido de patente para proteger este ativo, permitindo o investimento neste projeto e futura captura do valor gerado, e procuram ativamente oportunidade de valorização para a tecnologia SpecTOM.

Prémio importante para o avanço do projeto

O prémio Crédito Agrícola, no valor de cinco mil euros, vem dar algum alento ao desenvolvimento do projeto. "Ser reconhecido por este prémio designa a importância e relevância do trabalho que temos vindo a desenvolver para uma nova era na agricultura, em que pomos a fisiologia da planta no centro de decisão das práticas agrícolas", afirma Rui Martins. Segundo este investigador, esta nova capacidade permite uma abordagem cada vez mais científica e menos empírica na agricultura, ligando o conhecimento desenvolvido laboratorialmente na biotecnologia de plantas ao seu uso na prática, no campo.
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