"Portugal é um país com um mercado interno pequeno e aberto ao exterior, em que o crescimento económico vem fundamentalmente das exportações", diz Vítor Fernandes, vice-presidente do Novo Banco. Por isso, "certames como este ajudam a fazer o encontro entre as empresas portuguesas e os clientes internacionais, são importantes para a economia portuguesa e o crescimento das exportações". Tudo o que fomente a aproximação entre empresas estrangeiras e fornecedoras portuguesas é importante.
"Se as exportações são boas para as empresas portuguesas, são também boas para o Novo Banco", afirma Vítor Fernandes. Acrescenta que "é o banco que, em termos percentuais, mais negócio tem com empresas, ao contrário dos nossos principais concorrentes que são bancos mais virados para os particulares". Por isso está presente para ajudar a dinamizar o negócio das empresas no mercado internacional.
Os cinco principais destinos das exportações portuguesas, que representam 60%, sofrem de perturbações como a guerra comercial dos EUA com a China, as atribulações de Espanha, os coletes amarelos de França, o fim do reinado Merkel na Alemanha, e o Brexit no Reino Unido. Fleumático, Vítor Fernandes comentou que "consideramos sempre os próximos anos como os mais difíceis, porque os outros já passaram e estamos sempre ansiosos pelo futuro. A economia mundial já passou por fases boas, más, assim-assim, mas a médio prazo tem sempre crescido."
Concentração na Europa
Adianta que não há estimativas de recessão em nenhum destes mercados, por isso, o que pode acontecer "é menos crescimento". "As indefinições que existem no comércio internacional põem incerteza no mundo dos negócios e a incerteza é má para os investimentos." Se os fenómenos de incerteza se vierem a confirmar, "podemos ter um período menos positivo do que tivemos até aqui".
Em qualquer circunstância, é importante uma empresa não estar dependente de um só cliente, por isso, "uma empresa não deve estar dependente de um mercado porque qualquer problema nesse mercado vai refletir-se na empresa, ou seja, a diversificação de mercados é fundamental".
"Temos um comércio internacional muito concentrado na Europa, que não deve ser descurado porque é um mercado natural em que não existe risco cambial, mas diversificamos pouco para países de outras geografias como a Ásia, as Américas, África, Médio Oriente, em que se preveem crescimentos mais elevados mas não são destinos por excelência das exportações portuguesas."
"O que os números nos mostram é que as empresas exportadoras são normalmente empresas com melhor performance financeira e mais capitalizadas. Como exportam, estão sujeitas a uma concorrência mais forte e, portanto, têm de se apetrechar para concorrer em mercados mais sofisticados e mais duros em termos concorrenciais", explica Vítor Fernandes.
"Em termos de rentabilidade bancária, uma empresa que exporta permite a um banco ter outro tipo de produtos diferentes, temos condições para vender mais produtos, o que se torna mais rentável", concluiu.