Os estabelecimentos de ensino superior têm hoje muitas parcerias com empresas, num "negócio" em que ambos os intervenientes ficam a ganhar. As escolas colocam os seus alunos cada vez mais em contacto com o mundo real através de estágios; as empresas garantem aos seus colaboradores a melhor e mais actualizada formação e ficam a conhecer e recrutam os seus recursos humanos do presente e para o futuro.
Ana Côrte-Real, "associate dean" para a formação executiva, e Francisca Oliveira, "associate dean" para os mestrados da Católica Porto Business School, informam que existe "uma rede alargada de parceiros empresariais no âmbito da escola e concretamente no âmbito de determinados programas". Na formação executiva, destacam o "Clube de Empresas, associado ao MBA Executivo, reformulado, com início previsto em Setembro de 2018", do qual fazem parte empresas como "EDP, Nors, Ramirez, Brasmar, Alves Bandeira, Sogrape, Colep, Kirchhoff, Sonae, Schmitt, Amorim, Mds", entre outras. Associadas ao MBA no âmbito do programa, e não do Clube de Empresas, há a "Dynargie, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, a BB Douro e a Quinta de Monserrate".
Nas parcerias nos demais programas, destacam a "SDG, o grupo Crassh, a Schmitt+Sohn Elevadores, o IPAI no âmbito dos cursos de Gestão; a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Farmacêuticos ou a DGS", para citar apenas algumas. Existem muitas parcerias com outras empresas ou associações no âmbito dos diferentes cursos da Católica Porto Business School.
O MBA Atlântico tem como parceiros "BFA e Atlântico, TAAG e Sonangol, Farmanguinhos, Câmara Portuguesa Rio de Janeiro, CPLP, Camões, Global Management Challenge e AICEP".
Os mestrados permitem ao aluno escolher o contexto em que realizam o seu trabalho final de mestrado (TFM). "Muitos dos nossos alunos optam por realizar o seu TFM em contexto empresarial. A escola angaria mais de 150 estágios nacionais e internacionais que oferece aos seus alunos. Esta angariação só é possível através de uma rede de parceiros institucionais que todos os anos abrem a porta aos nossos alunos. Além das empresas supramencionadas, destacam-se ainda alguns organismos como: o Instituto Diplomático, a AIECP ou o IAPMEI".
Oferta customizada a empresas em crescimento
Luís Cardoso, director da Católica-Lisbon Executive Education, sublinha que "são cada vez mais as empresas a apostarem na formação dos seus funcionários". A aproximação destas empresas à universidade é, portanto, evidente e representa "benefícios para ambas as partes". "As empresas podem ter formação de qualidade e inovadora, tendo acesso às últimas tendências e ao que de melhor se faz a nível internacional. Por sua vez, a faculdade pode conhecer melhor as necessidades e as prioridades das empresas de modo a poder dar resposta com formações adaptadas e especializadas."
Além dos programas de inscrição aberta, a Católica-Lisbon tem crescido na sua oferta customizada a empresas que "desejam garantir uma formação a quadros que partilham uma mesma necessidade de formação, empresas parceiras de negócio, cujos programas de formação são desenhados em conjunto para clientes, fornecedores, distribuidores e franchisados". Promove-se também o aprofundamento das relações de parceria, ou as Corporate Universities, que visam qualificar em diversas áreas os seus quadros.
A oferta intra-empresa constitui uma "experiência única de formação que resulta de um trabalho de parceria entre a equipa da Católica-Lisbon e os dirigentes da organização cliente". Luís Cardoso explica que pode decorrer no campus da Universidade Católica Portuguesa ou em qualquer outro local em Portugal ou no estrangeiro. O cliente escolhe. Cada solução é ajustada à realidade da empresa, ao perfil dos participantes e do sector. Os conteúdos programáticos, metodologia, corpo docente, horário, periodicidade, calendário, local de realização e avaliação são definidos em função de cada desafio concreto.
Apresentações, seminários temáticos, workshops…
José Varejão, director da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), esclarece que a estreita ligação da faculdade com o mundo empresarial permite aos estudantes "o contacto directo com as principais empresas portuguesas e multinacionais, através da presença regular dos seus quadros de topo em actividades curriculares e extracurriculares, da oferta de estágios curriculares ou não e da própria formação de preparação para o mercado de trabalho". Durante o ano sucedem-se apresentações de empresas, seminários temáticos, workshops e eventos de recrutamento na faculdade. "Ainda esta semana [na passada semana] realizou-se mais uma edição, a 18ª, do Porto de Emprego, que contou com mais de 60 empresas, entre eles muitos dos grandes empregadores de economistas e gestores", relembra.
Mais: alguns dos principais recrutadores são parceiros da FEP em competições como "a Pool de Talentos, o FEP Master’s Challenge e a competição internacional de resolução de casos de negócio (FEP – U.Porto ICC)". A FEP, refere José Varejão, é membro de uma rede internacional de mestrados (QTEM) com um foco em métodos quantitativos aplicados à economia e à gestão que integra escolas de todo o mundo e parceiros empresariais internacionais, entre os quais se conta, em Portugal, o Millennium bcp.
"Tal como as restantes escolas da Universidade do Porto, nos órgãos de governo da FEP, nomeadamente no Conselho de Representantes e no Conselho Consultivo, têm assento representantes do meio económico-empresarial que contribuem para a definição de uma estratégia para a escola sempre alinhada com as expectativas dos seus ‘stakeholders’ externos."
À caça de talentos
José Manuel Veríssimo, associate professor of Marketing & Strategy, Marketing & External Relations advisor to the dean’s office no ISEG, explica que muitas empresas estão associadas à escola através de prémios. Ou seja: "Parceiros que escolheram algumas disciplinas nas pós-graduações ou pós-graduações para atribuir prémios aos melhores alunos." E prossegue: "Outros parceiros com quem temos protocolos incluem a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e não só."
O docente conta que as entidades que se relacionam com a escola fazem-no por "várias razões, incluindo o interesse da própria entidade em vir ao ISEG recrutar talentos". "Como queremos promover elevadas taxas de empregabilidade, quanto mais próximos estivermos das empresas parceiras, mais fácil se torna colocar os alunos nestas organizações", recorda.