Teve um percurso diversificado que permitiu acrescer valências e conhecimentos em vários setores. Começou na publicidade a estagiar na TBWA/EPG e a partir daí passou por vários setores e projetos, Think Right (projeto pessoal) na área do marketing desportivo na Califórnia, depois no setor da saúde no Grupo Montellano, e mais tarde no canal HORECA nas edições do Gosto e finalmente na ROFF agora Inetum, onde João Nave está há mais de 10 anos.
Porquê a opção profissional pelo marketing?
Veio naturalmente. Sempre fui uma pessoa de pessoas, interessam-me os comportamentos, as características das pessoas. Fazer disso profissão, estudar comportamentos e desenhar planos para levar tipologias de consumidores a adquirir mais produtos por via de histórias e valores que as marcas podem contar, com bons planos de marketing, pareceu-me algo que se me adequaria. Posso dizer que sou um marketeer feliz e realizado.
Que mudanças verificadas no marketing merecem destaque nos últimos tempos/anos? Destacaria sem dúvida a comunicação no digital. Como apaixonado que sou pela estética e pela força de uma boa imagem, a comunicação digital e a possibilidade que dá às marcas de contar uma história em poucos segundos através da imagem, chegando a um público potencialmente global, é sem dúvida a mudança mais importante dos últimos anos.
Quais os principais desafios que o marketing enfrenta?
Num mundo em que os consumidores vivem em modo social e que consomem conteúdos a uma velocidade alucinante, a pressão que coloca sobre a produção de conteúdos poderá levar algumas marcas a sacrificar a autenticidade, a coerência e a criatividade pelo imediatismo dos resultados. Na ROFF Inetum, temos sempre tentado ser autênticos, privilegiamos o crescimento orgânico e tentamos manter-nos fiéis aos valores da nossa marca, o que nem sempre é fácil na velocidade a que as coisas têm de acontecer, pelo que a pressão por resultados que o digital nos trouxe é certamente um dos principais desafios que o marketing enfrenta.
Quais as tendências que irão marcar o futuro?
Diria o social marketing, sem dúvida, as campanhas em torno das políticas de sustentabilidade e o content marketing.
Quais as características de um bom marketeer?
Bom senso, cultura geral, curiosidade, mundo e sentido estético.
Qual a campanha que mais prazer lhe deu fazer?
Não consigo destacar de forma singular, prefiro referir que todas elas me deram um especial prazer independentemente do papel desempenhado e momento.
Qual a campanha de que mais gostou – não sua –, nacional ou internacional?
Tantas... mas para dizer uma recente, porque sou amigo de um dos criadores, talvez a campanha da Fnac em que as pessoas tinham livros como máscaras criada pela agência Judas, pela relevância da campanha, pela simplicidade da ideia e pelo timing. Foi uma campanha especialmente bem conseguida.
Qual o conselho para quem começa a trabalhar nesta área?
Que pesquise muito. É importante ser curioso. Ver muita coisa. Ler muita coisa. Viver muita coisa. Um bom marketeer é necessariamente uma pessoa aberta, curiosa, atenta e vivida.
Um livro?
A nível profissional talvez o "Blink" do Malcolm Gladwell.
Um podcast?
Por falar em autenticidade... não oiço podcasts.
Um destino de férias?
Golden Triangle na Tailândia, das melhores experiências que já tive.
Hobbies?
Surf e andar de skate com as minhas filhas.
Um gadget indispensável?
O meu iPhone.
Uma música para trabalhar?
Não concebo a minha vida sem música, mas depende muito do meu estado de espírito, gosto de quase todos os géneros.
Uma música para relaxar?
Gosto de quase todos os géneros.
Uma frase que o orienta?
Keep it simple.
Alguém que o inspira?
As mulheres da minha vida. A minha mãe, incansável, lutadora e estudiosa. A minha mulher, pelo exemplo de profissionalismo e companheirismo, e a minha filha, pela leveza com que encara a vida.
O que ainda lhe falta fazer?
Viajar mais e reformar-me.