Licenciou-se em Direito e fez uma pós-graduação em Propriedade Intelectual e Direitos de Autor. Em 2013, completou o Advance Management Program da Harvard Business School. O seu percurso profissional começou na RTP como jornalista. Passou pela Galp, onde foi responsável pela comunicação com os media em Portugal e em Espanha.
Na PT, integrou a Comunicação Corporativa antes de exercer funções de adjunto de imprensa do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicação do Governo.
Desde 2006, Paulo Campos Costa está na EDP, onde é atualmente diretor Global de Marca, Marketing e Comunicação do Grupo tendo a coordenação das geografias de Portugal, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
É desde 2019 membro da Comissão Executiva da EDP Sucursal de Espanha, tendo a seu cargo as áreas de marca, marketing e comunicação. É ainda administrador da Fundação EDP e vice-presidente da Fundação Luso Brasileira.
Porquê a opção profissional pelo marketing?
A minha formação profissional iniciou-se em Direito, mas sempre me senti atraído pela comunicação e pelo marketing. O facto de ter iniciado a minha carreira na RTP como jornalista fez com que a paixão por esta área da comunicação fosse ficando cada vez mais marcada.
Que mudanças verificadas no marketing nos últimos anos merecem destaque?
A grande evolução tem sido na comunicação de experiências para o consumidor e o contacto de proximidade para viver e não apenas ver. Nos últimos tempos estas experiências têm sofrido uma adaptação. A digitalização de experiências tem sido uma tendência cada vez mais relevante e pode ajudar a tornar a experiência no terreno mais rica pela facilidade com que se acede a esta, seja por RFID ou visualização 3D. A experiência altera-se.
Numa segunda vaga, esta digitalização pode ser muito importante para suprir algumas dificuldades em realizar experiências físicas, tornando-se cada vez mais digitais.
Quais os principais desafios que o marketing enfrenta?
Um dos grandes desafios tem a ver com o perfil atual do consumidor. Um consumidor muito mais atento e ávido por informação.
Quais as tendências que irão marcar o futuro?
Uma das grandes tendências tem a ver com a digitalização de experiências que foi acelerada no último ano pela pandemia que estamos a viver.
Quais as características de um bom marketeer?
Em primeiro lugar, um bom marketeer deve saber ouvir e entender o consumidor. Se conseguirmos perceber bem quem é, o que faz, os seus gostos, a comunicação torna-se muito mais direcionada.
Em segundo lugar, perceber como se transforma este conhecimento em comunicação que permita impactar o consumidor.
Estes dois aspetos são fundamentais para que os consumidores de determinada categoria de produto se sintam apelados a consumir esse produto.
Por último, um bom marketeer tem de ser uma pessoa informada, não só sobre o negócio, mas sobre tudo o que se passa no mundo.
Qual a campanha que mais prazer lhe deu fazer?
A campanha que mais me marcou foi também a mais desafiante. Em 2011, a EDP passou por um rebranding da marca com uma nova identidade corporativa. Foram muitos meses a trabalhar nesta nova identidade que se traduziu na mudança da marca de uma empresa atualmente presente em 19 países.
Qual a campanha de que mais gostou – não sua –, nacional ou internacional?
A campanha da Vodafone deste ano de 2020.
Qual o conselho para quem começa a trabalhar nesta área?
Vivemos num mundo em constante mudança e os jovens de hoje querem que as coisas aconteçam de uma forma acelerada. Tem de haver, sim, disponibilidade para adaptações rápidas, mas não se pode pensar que as coisas acontecem de hoje para amanhã. A construção de uma marca é algo que demora o seu tempo.
Um livro?
"True North: Discover Your Authentic Leadership" (Bill George).
Um podcast?
Um destino de férias?
Algum sítio quente e com praia.
Hobbies?
Ouvir música e viajar.
Um gadget indispensável?
Telemóvel e agora, cada vez mais, headphones.
Uma música para trabalhar?
Uma música para relaxar?
Uma frase que o orienta?
"Um pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade; um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade."
Alguém que o inspira?
Elon Musk ou Steve Jobs.
O que ainda lhe falta fazer?
Transformar a EDP numa love brand.