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“A missão do marketing continua a ser criar ligações entre a oferta e a procura”

A grande mudança no marketing em Portugal nos últimos 12 meses foi o trabalho hercúleo desenvolvido pelas PME no âmbito da conversão digital.

24 de Março de 2021 às 08:35
André Teodoro, responsável de comunicação e promoção dos Vinhos de Lisboa
André Teodoro, responsável de comunicação e promoção dos Vinhos de Lisboa
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Começou a trabalhar muito cedo na área da climatização, primeiro numa empresa familiar e depois numa empresa do universo Sonae Indústria. Era uma área interessante, mas preferiu estudar mais e alargar horizontes. Deixou o emprego e estudou Gestão Turística e Hoteleira, trabalhava em part-time aos fins de semana para pagar o curso.

O que mais fascinou André Teodoro neste período foi o marketing, o planeamento e a área de eventos relacionados com ativação de marca. O primeiro emprego após a licenciatura foi trabalhar numa das escolas do grupo Lusófona como docente de Planeamento e Desenvolvimento de Turismo. Acabou por ficar na formação vários anos, embora acumulando com outras atividades, principalmente na coordenação de eventos.


Nos últimos anos, destaca a experiência como responsável da divisão de catering e eventos de uma empresa do grupo Areias do Seixo e a presente, como parte da equipa da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, tendo sido convidado para arrancar com o projeto de planeamento da Rota dos Vinhos de Lisboa e mais tarde para o marketing.


Este percurso heterogéneo permitiu ter um pensamento bastante alargado, o que ajuda na resolução dos desafios que surgem no dia a dia.

 

Porquê a opção profissional pelo marketing?

Na vida, existem escolhas e na sequência dessas escolhas vamos traçando o nosso caminho e foi o que aconteceu. Contudo, reconheço que o trilho percorrido e os objetivos profissionais já concretizados se encaixam cada vez mais nas minhas competências.


A necessidade de encontrarmos formas criativas de unir a oferta à procura, aliada à incerteza das apostas que muitas vezes somos obrigados a fazer, provoca uma adrenalina difícil de igualar profissionalmente.


Importa dizer que a operacionalização do marketing ao nível das regiões de vinho é uma tarefa, quase sempre, partilhada com muitos parceiros, o que eleva o processo de tomada de decisão a outro nível de complexidade e obriga a um jogo de cintura bastante estimulante e quase diário.

 

Que mudanças verificadas no marketing nos últimos tempos merecem destaque?

No global, acredito que o surgimento da internet, mas principalmente a democratização do acesso à mesma, gerou a maior mudança no modo como abordamos o comportamento do consumidor desde a revolução industrial. É um processo que já vimos como começou, mas que na verdade ainda ninguém sabe como terminará.


Mas se falarmos de mudanças no marketing a nível nacional nos últimos 12 meses, é impossível não referir o trabalho hercúleo desenvolvido no âmbito da conversão digital, principalmente ao nível das PME. O tecido empresarial foi forçado a mudar radicalmente a forma como olhava o negócio, em setores nos quais, até então, a presença no online era quase um capricho.

 

Quais os principais desafios que o marketing enfrenta?

As mudanças comportamentais originadas por fluxos de informação intensos, mas muitas vezes efémeros, obrigam-nos a saber dar uma resposta rápida, criativa e simultaneamente objetiva. Se por um lado assistimos a um consumidor cada vez mais interessado que procura estar informado, por outro, a informação disponibilizada pelas campanhas é tanta que gera ruído e dispersão.


Na sua essência, o objetivo do marketing não tem mudado, continua a ter como missão criar ligações entre o campo da oferta e o campo da procura. Porém, com o surgimento do online e em particular das redes sociais, as conexões têm vindo a tornar-se mais complexas e intricadas.


Olhando a estes elementos, acredito que se destacarão cada vez mais as marcas que, além de criar valor, conseguirem comunicar de forma efetiva esse valor perante o seu target.

 

Quais as tendências que irão marcar o futuro?

A nível técnico, o desenvolvimento e a proliferação da inteligência artificial, a influência cada vez maior da realidade aumentada e da realidade virtual nos processos de tomada de decisão e posteriormente de compra.


Do lado do consumidor, a banalização da compra online irá (está a) torná-lo muito mais exigente quanto à experiência vivida durante todo o processo, desde a recolha de informação até à compra.


Na dimensão do B2B, por exemplo, em setores como o do vinho, a negociação em ambientes 100% online irá exigir o desenvolvimento de mais e melhor tecnologia de suporte.


Nos últimos meses, assistimos à disseminação de uma panóplia de soluções de negociação online e/ou híbridas que ainda estão muito longe de satisfazer as necessidades do momento. Persiste a dificuldade em acreditar que uma boa feira profissional poderá ser substituída por uma sessão de reuniões 100% online.


A humanização da experiência e a simulação sensorial são elementos ainda muito difíceis de substituir, mas, em algumas áreas de negócio, fundamentais para o processo negocial.

 

Quais as características de um bom marketeer?

Capacidade de entender o mundo que o rodeia e como essa envolvente interfere na visão, missão e objetivos da sua organização; criatividade, a intemporal característica do profissional de marketing que capacita o mesmo da aptidão de conceber boas ideias e ótimas soluções, para cada momento e em cada situação.

Costumo dizer que a única coisa que não pode ser copiada a um marketeer é a sua capacidade de voltar a criar as melhores soluções para os desafios que se apresentam pela frente.


Capacidade de execução, porque as boas ideias só serão realmente boas se forem concretizáveis, e cultivar o dom da ponderação em perfeita harmonia com a insanidade necessária para assumir riscos e avançar. Não é fácil, mas é essencial.


Postura honesta e com elevado sentido cívico, talvez pelos valores que me foram incutidos, não acredito ser possível dispensar estes dois elementos, nem agora nem no futuro.

 

Qual a campanha que mais prazer lhe deu fazer?

A última campanha será sempre a que me dará mais gozo fazer. É um chavão, mas é a realidade. Porém, talvez por uma questão de princípios e valores, a campanha que mais me marcou foi a que promoveu a Torres Vedras-Alenquer| Cidade Europeia do Vinho 2018.

O grosso da comunicação foi desenvolvido por excelentes profissionais de ambos os municípios, e os Vinhos de Lisboa foram um parceiro singelo, mas sempre presente.


Poder dar o meu contributo para o desenvolvimento de um projeto intermunicipal, participar na implementação da máxima "unidos pelo bem comum" e contribuir na promoção territorial deu-me uma satisfação tremenda.

 

Qual a campanha de que mais gostou, não sua, nacional ou internacional?

Como a maior parte dos consumidores, fico sensibilizado pelas campanhas que utilizam mensagens simples, com forte carga emocional e que apelam aos valores mais simples da vida.

Assim, é inevitável não pensar em muitas das campanhas de Natal desenvolvidas pela Coca-Cola e pela Vodafone, e até hoje, não consigo tirar da cabeça a campanha de Natal da cadeia de distribuição alemã, EDEKA.


Pegando nos valores da família, no drama da solidão na terceira idade e através de uma comunicação bastante realista, leva o consumidor a refletir sobre o tema e a memorizar o anúncio. É tudo tão bem feito que a presença da marca no último plano é o bastante para a obtenção do retorno desejado.

 

Qual o conselho para quem começa a trabalhar nesta área?

Minimizar ao máximo os custos de uma derrota e ter consciência do enorme valor dessa má experiência para a melhoria do trabalho desenvolvido. Ser persistente e tentar sempre, não dar nada como certo e nunca ir atrás de verdades absolutas. O maravilhoso mundo do marketing não permite paragens para descansar.

"Na dimensão do B2B, por exemplo, em setores como o do vinho, a negociação em ambientes 100% online irá exigir o desenvolvimento de mais e melhor tecnologia de suporte". André Teodoro, responsável de comunicação e promoção dos Vinhos de Lisboa

Um livro?

Um livro?

“A Ilha na Rua dos Pássaros”, de Uri Orlev.

Um podcast?

Um podcast?

Ainda não “comprei a ideia”, mas admito o sucesso do conceito. Para descontrair e relaxar, em português, vou assistindo ao “Maluco Beleza” do Rui Unas.

Um destino de férias?

Um destino de férias?

Visitado, a costa oeste da Escócia. A visitar, o planalto Mongol. Mas antes de tudo, Portugal. A descoberta está ao virar da esquina.

Hobbies?

Hobbies?

Adoro a ideia de ter tempo, uma mala de ferramentas, algumas ferragens, dois ou três bocados de madeira e depois inventar qualquer coisa. Gosto imenso de inventar desde que crie algo de útil, tenho dificuldade em fazer algo que não sirva para nada.

Um gadget indispensável?

Um gadget indispensável?

Desde 2018, o monitor portátil que serve para visualizar o meu filho enquanto dorme.

Uma música para trabalhar?

Uma música para trabalhar?

Bandas sonoras de filmes, principalmente sonoridades épicas, sou fã de John Williams. Uma das minhas preferidas é “The throne room”.

Uma música para relaxar?

Uma música para relaxar?

Sultans of Swing”, dos Dire Straits.

Uma frase que o orienta?

Uma frase que o orienta?

Uma frase que o orienta?“A fome e o frio metem a lebre a caminho”, não é propriamente uma orientação, mas ajuda-me a manter o foco.

Alguém que o inspira?

Alguém que o inspira?

Todos os que vivem com honestidade e dos rendimentos do seu labor são, para mim, em algum momento da vida, fonte de inspiração, seja no meio profissional, na família ou no espírito de ajuda ao próximo.

O que ainda lhe falta fazer?

O que ainda lhe falta fazer?

Falta-me fazer tudo, porque na verdade há um mundo inteiro de experiências para absorver e uma ampulheta que está a jogar contra nós.


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