Iniciou a carreira profissional no Grupo Salvador Caetano, mais especificamente na Toyota Caetano Portugal, Divisão Lexus em dezembro de 2005.
Começou como "press officer" e relações-públicas na Lexus, num dos momentos de maior crescimento da marca, com o lançamento do IS 220d e do IS 200d, e assim se manteve até 2008, altura em que João Pereira passou a acumular funções de gestão de produto. De 2011 a 2018 esteve em dois grandes desafios de carreira, nos quais desempenhou funções de gestão de frotas e usados (2011 a 2014) e posteriormente como gestor de área (2015 a 2018).
Estas foram duas importantes experiências que lhe permitiram desenvolver conhecimentos comerciais que, de outra forma, nunca teriam sido possíveis. Desde 2018 até à data desenvolve funções de Brand & Product manager na Lexus Portugal, onde a marca atravessa um novo momento de consolidação e de crescimento com o lançamento do UX 250h e do ES 300h e no próximo ano com o primeiro 100% elétrico, o UX 300e.
Porquê a opção profissional pelo marketing?
A opção pelo marketing sempre foi muito natural, dado que era e é a opção que não só conseguia aprender com naturalidade e motivação mas que me desafiava permanentemente, por ser uma das áreas de atividade mais dinâmicas, criativas e inovadoras. O marketing permite uma grande transversalidade de conhecimento e atuação dentro de qualquer organização ou empresa, seja de que setor de atividade for.
Que mudanças verificadas no marketing, nos últimos anos, merecem destaque?
São muitas as mudanças ocorridas. A evolução do marketing 1.0 para 4.0, isto é, a evolução do foco no produto (1.0) para o foco no cliente (2.0), para o foco nos valores (3.0) e, neste momento, com o foco ainda na transformação digital (4.0). No atual contexto de marketing 4.0 vivemos a forte dicotomia entre real vs. digital, em que uma nova era está prestes a iniciar-se com a introdução/disponibilização de tecnologias como a inteligência artificial, a Internet das Coisas e o big data.
Quais os principais desafios que o marketing enfrenta?
Os desafios no presente são imensos, sendo que, de acordo com um estudo realizado pela Deloitte, "The fourth Industrial Revolution is here – are you ready?", apenas 14% dos mais de 1.500 executivos entrevistados, em todo o mundo, acreditam estar preparados para esta nova era. Um aspeto parece ser consensual, neste momento, o conceito "Human to Human" está a ganhar uma enorme força, quer do ponto de vista cultural, educacional e valores, ainda que por vezes pareça estranhamente abstrato. À medida que avançamos rapidamente para o digital "tudo", mais rápido até do que por vezes conseguimos acompanhar, a humanização da digitalização parece ser o maior desafio do momento.
Quais as tendências que irão marcar o futuro?
Diria que a principal tendência é a da transformação. A prioridade vai estar com certeza centrada na transformação digital, a migração para o e-commerce, o florescimento de start-ups que, pela sua flexibilidade, inovação e espaço para a criatividade, serão posteriormente absorvidas por grandes empresas. O poder nas mãos do cliente, isto é, a compra emocional versus a compra com base na informação da internet. Os sites e as plataformas comparativas contam com milhões de visitas diárias e vão tornar-se na referência para avaliação dos clientes, destaques em sites, blogues, social media e e-commerce.
Quais as características de um bom marketeer?
Existem duas áreas que se querem em sintonia: características mais criativas, sentido de curiosidade e até irreverência; e características mais analíticas, de lógica e capacidade de análise crítica.
Qual a campanha que mais prazer lhe deu fazer?
A última campanha de comunicação do UX 250h e do ES 300h foi sem dúvida a que mais prazer me deu. Introduzimos na nossa comunicação, pela primeira vez, dois parceiros nacionais da Lexus, o Dirk Niepoort e a Nina Gruntkowski, que personificam na íntegra o caráter e os valores da marca Lexus. Esta campanha foi absolutamente inovadora, pioneira e irreverente na abordagem tradicional de comunicação da marca, mais aspiracional e orientada para o produto e a sua tecnologia.
Pela primeira vez temos a associação a duas pessoas que, muito para além das suas empresas e marcas, têm na sua forma de estar, de viver e de conduzir os seus negócios uma abordagem que não se guia pelo "mass market", nem pelo resultado rápido. Ao invés, procuram a essência da inovação pela experiência, o inconformismo e uma visão muito própria do que é o seu melhor contributo real para que o mundo possa ser muito mais experimentado e vivido através dos sentidos.
Qual a campanha – não sua – de que mais gostou, nacional ou internacional?
Não é fácil escolher apenas uma, felizmente há excelentes equipas de marketing em Portugal que nos fazem ambicionar elevarmo-nos ao mesmo nível. Ainda assim e no contexto deste ano difícil, destaco a campanha de Natal da NOS.
Sinto uma enorme afinidade com a campanha e, mesmo depois de já a ter visto muitas vezes, consegue sempre gerar o mesmo pico de emoção. Num ano atípico como este, as telecomunicações desempenharam um papel fundamental na ligação das pessoas, diria até que o isolamento, regime de "home-office" e as limitações à circulação de pessoas não têm um efeito ainda mais devastador na saúde mental de cada um de nós justamente porque ainda assim conseguimos manter a nossa necessidade básica de comunicação.
Qual o conselho para quem começa a trabalhar nesta área?
Terminar o ensino superior e integrar o mercado de trabalho é apenas um passo para uma carreira de constante necessidade de conhecimento, informação e aprendizagem.Um livro?
“The Organized Mind: Thinking Straight in the Age of Information”, por Daniel J. Levitin.
Um podcast?
Não tenho um podcast de eleição.
Um destino de férias?
Comporta.
Hobbies?
Motas de pista, motocross, BTT, bodyboard.
Um gadget indispensável?
O meu telemóvel.
Uma música para trabalhar?
Não tenho propriamente uma música nem o hábito de ouvir música enquanto trabalho, mas por vezes utilizo playlists do Spotify.
Uma música para relaxar?
“September Song” – Guitar Acoustic, JP Cooper.
Uma frase que o orienta?
“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.”
Alguém que o inspira?
A minha mãe.
O que ainda lhe falta fazer?
Falta-me conhecer o continente americano e asiático, viajar com a minha filha (ainda bebé), fazer um curso de condução de motos de pista, celebrar bodas de casamento com a minha esposa e viajar com todos os amigos em simultâneo.