Nos dias que correm, muito moldados pela pandemia e enquadrados legalmente por diretivas como o Regime Geral de Proteção de Dados, é indispensável assegurar a digitalização de processos e operações também no que à gestão e recuperação de créditos diz respeito. Na verdade, a tecnologia tornou-se a melhor opção para otimizar recursos e potenciar o crescimento, sempre em busca de uma efetiva eficácia operacional e da melhor relação custo-benefício.
Assim sendo, as organizações podem e devem considerar o investimento em soluções tecnológicas como parte do seu planeamento estratégico existindo um aumento substancial ao nível da produtividade com o uso de ferramentas apropriadas.
Neste âmbito da gestão e recuperação de créditos, as ferramentas mais utilizadas são plataformas especializadas em tratamento de dados; aplicações que facilitem processos de verificação e investigação de bens e imóveis; robôs capazes de negociar, emitir avisos ou enviar notas de vencimento; computação cognitiva, machine learning, entre muitas outras.
A melhor escolha possível
Frederico Faria de Oliveira, fundador e managing partner da Blue Screen, explica que, ao escolher uma solução tecnológica neste campo, "as funcionalidades são mais ou menos valorizadas de acordo com a organização que a avalia". Esta responsável considera "importante ressaltar o que interessa ao utilizador, aquele que opera a solução", ou seja, "por um lado, assegurar proatividade, pois é fulcral neste setor", devendo "procurar-se uma solução com uma forte componente alarmística e que antecipe as tomadas de decisão do utilizador".
Além disso, o sucesso de qualquer solução depende "da facilidade de adoção", diz Frederico Faria de Oliveira: "A solução deve ser fácil e ter uma aparência atraente." O mesmo será dizer, contar com uma ferramenta "próxima do mundo de aplicações que hoje domina o nosso dia a dia, e que seja agradável ao utilizador".
A par disso, uma solução desta natureza deve estar disponível aos utilizadores em qualquer dispositivo web, tablet ou mobile, para garantir o incentivo à partilha de informação. Importa lembrar que, em particular nos casos de partilha de utilização com escritórios de advogados, "a organização tem interesse que esses utilizadores externos registem tudo o que for pertinente onde quer que estejam – em diligências fora do escritório, reuniões, audiências, etc.". Assim sendo, cabe à organização dotar os utilizadores de todos os meios para garantir essa rotina: "A informação organizada, devidamente tipificada para que possa ser tratada automaticamente é, nos dias de hoje, um recurso fundamental de qualquer organização." Ou não fossem os dados considerados o petróleo dos dias modernos!
E se falarmos do ponto de vista do gestor das empresas de cobrança e gestão de créditos, é fundamental a aposta em ferramentas analíticas potentes "e que sejam capazes de produzir informação de gestão útil", ou seja, "com qualidade e fiabilidade e na medida certa". Também por isso se torna indispensável escolher bem o fornecedor da solução tecnológica neste campo.
Tecnologia é uma efetiva mais-valia
No âmbito da gestão e recuperação de crédito, as ferramentas tecnológicas podem ser consideradas fundamentais para as diferentes fases de atuação, desde o pré-contencioso até à insolvência, garantindo "uma resposta com plena integração e sincronização no âmbito dos processos de recuperação de crédito/contencioso, partilha de tarefas e gestão de informação entre departamentos internos e fornecedores externos (advogados, agentes de execução, etc.)".
Na verdade, ela acabará por se assumir como "um diferencial importante no setor financeiro". Frederico Faria de Oliveira acredita que "só com forte componente tecnológica é possível dar resposta a largos volumes de processos, tratando-os em lote e com a eficiência operacional que deriva da montagem e automação de todo o trabalho relacionado com as diferentes fases processuais".