Outros sites Medialivre
Negocios em rede
Mais informações

C•Studio é a marca que representa a área de Conteúdos Patrocinados do universo Medialivre.
Aqui as marcas podem contar as suas histórias e experiências.

Notícia

O melhor dos dois mundos

Complementar um curso de Gestão à formação de Engenharia só traz vantagens ao setor aeroespacial.

11 de Maio de 2021 às 12:39
  • ...

As competências transversais que se conseguem num curso de Gestão beneficiam bastante as empresas da AED Cluster Portugal, o Cluster Português para as Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa. Rui Santos, diretor-geral da AED Cluster Portugal, e Carlos Maio, CEO da QSR, empresa do cluster especializada em formação e recursos humanos no setor aeroespacial, explicam porquê nesta entrevista.

 

É importante um engenheiro fazer uma formação na área de gestão?

A AED está, neste momento, em conjunto com os grandes players do setor, integrada no grupo de trabalho Pact for Skills, promovido pela Comissão Europeia. Este grupo de trabalho pretende identificar as competências inerentes ao desenvolvimento estratégico e tecnológico do setor até 2030, bem como as necessidades de upskilling e reskilling dos nossos profissionais, presentes e futuros.

 

As competências agregadas à green transition, à digitalização e à integração da indústria 4.0 nas empresas do setor são, naturalmente, centrais em todo o processo. Mas, igualmente, são classificadas como essenciais as competências transversais e comportamentais que permitam tirar o máximo proveito, dentro das organizações e da própria sociedade, desta revolução tecnológica e societal.

 

Complementar um curso de Gestão à formação de Engenharia pode, sem dúvida, trazer o melhor dos dois mundos. Juntar às competências técnicas a tal vertente social e comportamental dá uma transversalidade de conhecimentos muito valorizada pelo mercado. Valorização essa que, mediante o que estamos a acompanhar (e ajudar a definir) para tendências futuras, será ainda mais fomentada.

 

Dê-me um exemplo.

Por exemplo, o setor aeroespacial vive muito de projetos específicos e com timings definidos. Por isso, "saltar" entre projetos diferentes é algo normal para os nossos profissionais. Consequentemente, a adaptabilidade a diferentes ambientes, coordenações e equipas, internas e externas, é algo que valorizamos. Por isso, a componente comportamental e transversal das competências do setor é tão relevada.

 

Aliás, os desafios consequentes à pandemia levam a que, tendencialmente, as empresas do cluster se tornem mais transversais, intersectoriais, de forma a tornarem-se menos dependentes de apenas uma vertical. O que isso traz? Necessidade de competências transversais, muito observadas num curso de Gestão.

 

Sendo assim, ter no currículo uma pós-graduação em Gestão valoriza um colaborador, ainda que as empresas, organizações e entidades associadas da AED sejam de áreas mais técnicas e de engenharia? Ter uma pós-graduação, por exemplo, pode dar vantagens no recrutamento?

Teremos de responder, naturalmente, que essa valorização depende do perfil e tarefas elencadas para esse perfil. Mas, se a perspetiva do colaborador e da empresa, mesmo para os perfis mais técnicos, for a evolução e agregar continuamente valor às suas tarefas (o que acontece na grande maioria dos processos de recrutamento), sem dúvida de que ter uma pós-graduação agrega valor no momento do recrutamento.

 

Mais uma vez, dê-me um exemplo.

Por exemplo, numa fase de transição de Project Manager para Program Manager/Operations Manager torna-se fundamental adquirir uma boa base de formação que, habitualmente, permite trabalhar "business cases" num ambiente controlado. Aqui são muitas vezes "trabalhadas" situações que replicam contextos muito difíceis em que têm de lidar com diversos stakeholders (em diferentes níveis de hierarquia, internos e externos) com interesses que competem entre si e sempre com elevados orçamentos/risco associados.

 

As competências adquiridas e estimuladas no ambiente de uma pós-graduação ajudam então ao sucesso nesta transição e no desenvolvimento destas tarefas de análise, coordenação e liderança.

 

Na opinião da AED, as empresas e organizações da vossa área de atividade devem ponderar ou apostar em fazer parcerias com universidades e escolas de gestão ou financiar uma formação de executivos aos seus colaboradores e profissionais?

Temos vindo a dar cada vez mais atenção ao tema dos recursos humanos e da sua formação, que se quer sempre o mais completa e transversal possível. Felizmente, temos na AED empresas com a expertise e competências necessárias, como a QSR com quem trabalhamos proximamente, para sermos o mais eficientes possível neste campo. Temos algumas ações já preparadas precisamente para estimular o contacto entre todos os atores.

 

Anualmente, a AED reúne o ecossistema nacional dos setores da Aeronáutica, do Espaço e da Defesa no seu maior evento – os AED Days. E, para este ano, decidiu-se complementar o evento com a criação de uma componente especificamente dedicada aos estudantes e RH.

 

Assim, surgiu o AED Days CAREERS, um evento onde vamos pôr a comunidade académica a falar com toda a nossa indústria. Universidades, politécnicos, escolas de formação profissional, respetivos alunos e professores vão estar em contacto com as empresas do cluster e seus parceiros nacionais e internacionais. Entre essas entidades serão convidadas escolas de gestão.

 

Ainda este semestre, lançaremos o projeto Mar&Ar. Um projeto copromovido pela AED e pelo Fórum Oceano (Cluster do Mar), em que disseminaremos os setores aeroespacial e marítimo pelas escolas do país, sendo que as escolas de gestão estarão, naturalmente, incluídas.

 

Com estes dois exemplos podemos demonstrar a importância que damos a uma ligação mais transversal, que não unicamente com a vertente técnica, da componente formativa com a nossa indústria, nomeadamente com as escolas de gestão. E se a AED demonstra essa intenção é porque o interesse dos seus associados assim o exige.

"Saltar entre projetos diferentes é normal nos nossos profissionais. Logo, a adaptabilidade a diferentes ambientes, coordenações e equipas é algo que valorizamos. Por isso, a componente comportamental e transversal das competências do setor é tão relevada"
Mais notícias