Para António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), "as universidades reforçaram dois dos pilares da sua missão: a produção de conhecimento e a criação de valor para a sociedade". "Isto significa que hoje existe uma verdadeira cultura de investigação nas universidades portuguesas e uma preocupação crescente de não só produzir conhecimento, mas promover a sua transferência para o tecido económico e social, com o intuito da sua valorização socioeconómica".
Para responder a um mundo em vertiginosa mudança, as universidades vão ter de atuar em três frentes. António de Sousa Pereira declara que, inevitavelmente, "as universidades vão adotar práticas pedagógicas mais inovadoras e com uma forte presença tecnológica, orientando os processos de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento de competências adequadas à transição digital da sociedade e da economia".
Em segundo lugar, "o ensino nas universidades será cada vez mais apoiado nas atividades de I&D+i (Investigação & Desenvolvimento e Inovação), para que o estudante não seja um mero recetor passivo de conteúdos pedagógicos, mas, sim, um elemento ativo na descoberta, ou mesmo produção, do conhecimento". A aposta nos projetos, através dos quais se desenvolvem a autoaprendizagem e o trabalho em equipa, é essencial.
Por fim, "as universidades vão reforçar a multi e interdisciplinaridade curricular, designadamente com uma maior oferta de cursos com multititulação, ou seja, ciclos de estudos que envolvem diferentes unidades orgânicas da mesma ou de outras instituições. É desta forma possível cruzar diferentes áreas científicas, proporcionando aos estudantes uma formação mais abrangente e multidisciplinar".