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Os desafios da economia do mar

Setores-chave têm realidades diferentes. As atividades marítimas fornecem emprego e contribuem para a exportação. O Governo tenta minimizar os impactos económico-financeiros da pandemia, mas existe grande apreensão em torno destes subsetores.

19 de Maio de 2020 às 23:44
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A indústria ligada ao mar é importante para a economia do nosso país. Por isso, hoje, Dia Europeu do Mar e da Marinha, navegamos neste especial por este setor, dando a conhecer a realidade das pescas, portos e logística, construção, manutenção e reparação naval, turismo e não só. Atividades distintas, sim, mas todas ligadas pelo mar. E que atualmente vivem momentos diferentes, seja por inerência das próprias atividades ou pela pandemia de covid-19.

 

Comece-se por notar que as indústrias deste setor no nosso país se têm revelado resilientes na última década, caracterizada pela instabilidade financeira. Quiçá de forma surpreendente, a economia do mar conseguiu mesmo superar a crise e afirmar-se como um relevante ativo gerador de valor acrescentado para a economia nacional, com um contributo anual de cerca de 4 mil milhões de euros – de acordo com os relatórios da União Europeia. A informação é-nos veiculada por Miguel Marques, partner da PwC, que, não obstante, alerta para o facto de a economia azul em Portugal ter entrado num período de desaceleração nos dois últimos anos. A talho de foice, refira-se que neste suplemento se podem ler várias conclusões do projeto LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar que, em janeiro, apresentou a sua 10.ª edição.

 

A prova da importância da indústria do mar em Portugal é que dados do Instituto Nacional de Estatística, do final de 2019, revelavam que Portugal deveria empregar 140 mil pessoas este ano no setor, mais 42 mil postos de trabalho do que em 2017. Também as exportações de bens deste setor estavam a crescer.

 

Realidades diferentes

 

A pandemia de covid-19 trouxe consigo a "borrasca". Logo, houve necessidade de criar medidas de apoio para as diferentes atividades. Por exemplo, a Comissão Europeia aprovou uma linha de crédito de 20 milhões de euros para auxiliar empresas do setor das pescas e da aquacultura em Portugal.

 

"O regime português permitirá a concessão de empréstimos num montante até 20 milhões de euros a pequenas e médias empresas do setor das pescas e da aquacultura a taxas de juro bonificadas. Ajudará estas empresas a cobrir as necessidades imediatas de liquidez e a prosseguir as atividades nestes tempos difíceis. Vamos continuar a trabalhar com os Estados-membros para garantir que as medidas nacionais de apoio sejam implementadas de forma coordenada e eficaz, em conformidade com as regras da UE", afirmou, em abril, a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela pasta da Concorrência.

 

Por sua vez, o Ministério do Mar avançou à Lusa que a 30 de abril foi aprovado o apoio temporário num montante de cerca de três milhões de euros para os profissionais da pesca impedidos de trabalhar devido à pandemia de covid-19. Também no que diz respeito a estes apoios, o Governo afirma que em abril o programa operacional Mar 2020 pagou 7,5 milhões de euros aos beneficiários de projetos de investimento na área das pescas.

 

Por seu turno, a atual pandemia não se fez notar nos portos, embora nos estejamos a referir ao primeiro trimestre. Os portos de Leixões, Sines e Setúbal cresceram em março, quando a circulação foi limitada devido à pandemia. Aveiro e Figueira da Foz tiveram igualmente bons desempenhos em todo o primeiro trimestre. Em março, o porto de Leixões atingiu novo máximo, Setúbal cresceu na carga contentorizada e Sines deu sinais de recuperação. Segundo avançou ao Jornal de Negócios a Associação dos Portos de Portugal, no conjunto do primeiro trimestre nem todos os portos nacionais tiveram desempenhos positivos, mas março marcou uma inversão.

 

Consequências

 

A verdade é que as consequências deste surto ainda não são possíveis de quantificar. Miguel Marques, da PwC, recorda no seu artigo de opinião que a hotelaria, a restauração, os cruzeiros e os desportos náuticos foram interditos durante semanas. A ausência da restauração nas compras em lota fez descer o valor da primeira venda de pescado. O frágil equilíbrio financeiro das empresas foi desafiado. O encerrar de fronteiras fez decrescer o comércio internacional reduzindo a necessidade de transporte marítimo.

 

O futuro é, por ora, uma incógnita.

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