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Economia do mar, um desígnio nacional

As atividades económicas relacionadas com o mar são fundamentais para Portugal. A 10ª edição do LEME – Barómetro PwC mostra a conjuntura e os desafios das áreas-chave desta indústria.

19 de Maio de 2020 às 23:31
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A economia do mar é muito importante para Portugal. Tem revelado forte resiliência económica e social, crescendo acima da média da economia nacional, num período de grande instabilidade económica. Não obstante, nos últimos anos, importantes indústrias do mar têm dado sinal de forte desaceleração. Logo, é fundamental tomar medidas de reforço do investimento por forma a contrariar esta tendência e atingir patamares superiores de crescimento e de desenvolvimento económico, é aconselhado na 10ª edição do LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar, publicado em janeiro.

 

Naturalmente, a realidade mudou e lidamos com uma pandemia que influenciará o futuro das diversas indústrias que constituem a economia do mar em Portugal. Mas apesar das incertezas, aqui ficam a conjuntura e os desafios dos subsetores mais relevantes desta área, como a construção, manutenção e reparação naval; os transportes marítimos, os portos, a logística e a expedição; a pesca, a aquacultura e a indústria do pescado; o entretenimento, o desporto, o turismo e a cultura; entre outras indústrias.

 

Começando pelas indústrias da construção, manutenção e reparação naval portuguesas, têm, globalmente, vantagens competitivas devido à localização geográfica privilegiada, condições climáticas e mão de obra especializada. São setores estratégicos para Portugal, por proporcionarem geração de emprego e riqueza num vasto conjunto de indústrias. O país tem estaleiros com capacidade relevante, mas compete com países com mão de obra barata ou com tecnologia mais avançada.

 

Mesmo com as dificuldades económicas, a manutenção e reparação naval tem sido relevante para a economia portuguesa, apesar da quebra verificada em 2016, 2017 e em 2018. As quedas dos índices destas indústrias assentam nas dificuldades económicas que se abatem sobre as economias mais desenvolvidas do Ocidente, a fraca carteira de encomendas de novas embarcações e a dificuldade em competir internacionalmente.

 

Os desafios deste subsetor assentam no reforço e investimento no setor da manutenção e reparação naval de forma a rentabilizar a capacidade produtiva instalada. Inovação e especialização em nichos de mercado de elevado valor ao nível da construção naval. Especialização de alguns estaleiros na construção de embarcações sofisticadas de pequeno e médio porte e que incorporem um elevado valor acrescentado e tecnologia de ponta. Desenvolvimento de parcerias internacionais em particular com os países de língua oficial portuguesa. Entre outros.

 

Transportes marítimos, portos, logística e expedição

 

Neste subsetor, os movimentos anuais de contentores a nível global, entre 2008 e 2016, foram bastante positivos. Manteve-se a tendência de crescimento da contentorização, uma vez que garante uma maior segurança e menores custos de transporte. Já 2017 e 2018 registam uma desaceleração. Ao nível dos registos de navios, tem-se assistido a um enorme crescimento no Registo Internacional de Navios da Madeira em termos de tonelagem de arqueação bruta dos navios.

 

No que diz respeito aos desafios desta indústria, aponta a edição deste ano do LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar, passam por conceber os portos marítimos nacionais como plataformas logísticas integradas em cadeias logísticas internacionais, maximizando o interface entre autoestradas do mar, rodovia, ferrovia e aeroportos. Assim, os transportadores passam a utilizar Portugal como hub, sem descurar o seu papel fundamental no desenvolvimento do setor exportador de produtos com origem portuguesa, fomentando a indústria nacional. Melhorar as condições técnicas dos portos nacionais – profundidade, condições de operação, serviço ao cliente e comunicação. Reduzir a fiscalidade e a burocracia associada às transações portuárias. Ou refundação de uma marinha mercante adequada ao potencial marítimo português.

 

Pesca, aquacultura e indústria do pescado

 

Quanto a este subsetor, o estudo começa por destacar que Portugal importa mais de metade do peixe que consome. Somos um dos países da UE com maior consumo per capita de peixe. Apesar das boas condições naturais e boa qualidade do produto, a aquacultura em Portugal enfrenta o desafio do aumento de dimensão das empresas que operam no setor, com o consequente aproveitamento de economias de escala.

 

Desde 2013 que a quantidade de aquacultura está instável. O número de embarcações da frota de pesca nacional que descarregam peixe em Portugal continua a cair. E o valor das exportações de produtos de pesca continua a crescer.

 

Eis alguns dos desafios desta área: acrescentar valor ao produto base primário – peixe e marisco – através da sua conservação, transformação e diversificação; reforçar as práticas de captura sustentáveis, certificando os processos e comunicando ao consumidor final; substituição de importações por produção nacional para fazer face à procura existente no mercado português; aproveitamento da potencialidade da aquacultura.

 

Entretenimento, desporto, turismo e cultura

 

O turismo de cruzeiros tem feito toda a diferença nesta indústria. Os aumentos verificados nos índices das variáveis deste subsetor do entretenimento, desporto, turismo e cultura nos últimos anos estão diretamente relacionados com as apostas efetuadas na atração de cruzeiros. Este tipo de turismo tem-se revelado um dos segmentos mais dinâmicos, apresentando bons níveis de crescimento.

 

A performance verificada nos passageiros da via navegável do Douro tem sido bastante positiva. De 2014 a 2017 aumentaram os hóspedes da hotelaria costeira e as entradas de embarcações em marinas subiram. Em 2018, estas variáveis mantiveram-se estáveis.

 

Os desafios passam pela dinamização da náutica de recreio, através de desportos como surf, windsurf, kitesurf, esqui aquático, charter de cruzeiro, mergulho, caça submarina, motonáutica, vela, e não só. Criar condições para Portugal fazer parte das rotas de cruzeiros (Madeira, Açores e continente). O país oferecer uma proposta única e distintiva (continente, Madeira e Açores). Desenvolver a náutica de recreio, marinas e marítimo-turísticas para patamares de escala internacional.

 

Defesa e segurança

 

Já se abordaram a conjuntura e os desafios para o futuro dos subsetores considerados os mais relevantes das atividades marítimas nacionais. Existem, no entanto, outras indústrias ligadas ao mar consideradas igualmente fulcrais. É o caso do subsetor da ação do Estado no mar – defesa, segurança e outras funções. A 10ª edição do LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar explica que a despesa dos serviços integrados da Defesa Nacional na Marinha reduziu. O pico evidenciado em 2011 do número de horas de voo da Força Aérea resulta de compromissos internacionais acima do normal, nomeadamente em missões da União Europeia e da NATO.

 

Após a quebra verificada em 2011, o número de horas de missões de patrulhamento marítimo da Guarda Nacional Republicana tem vindo a crescer. O estudo revela ainda que o número de praias com bandeira azul tem vindo a aumentar desde 2008. E em 2018, o número de salvamentos e o número de vítimas mortais ou desaparecidos aumentaram em comparação com 2017.

 

Os desafios deste subsetor passam pela coordenação e interligação das políticas de defesa nacional com as necessidades de reforçar a economia do mar para influenciarem positivamente os diversos subsetores ligados ao mar. Portugal tem ainda de ser mais proativo na defesa do meio ambiente marinho e comunicar melhor esta vantagem competitiva que tem no contexto internacional. E desenvolver uma cultura de segurança.

 

Menos pescadores, mas na Marinha e no ensino superior tudo igual

 

Além do supracitado subsetor, os índices PwC incidem em áreas como seguros e financiamento marítimos. Ou formação, conhecimento e emprego marítimo. No caso concreto deste subsetor do capital humano, note-se que, em 2018, o número de pescadores diminuiu. Já o pessoal militar ao serviço da Marinha e o número de alunos na primeira fase em cursos do ensino superior relacionados com o mar manteve-se estável.

O estudo não esquece de referir outros subsetores com excelentes potencialidades económicas para o futuro. São os casos das energias das ondas e eólica offshore; da biotecnologia; dos recursos naturais; e da robótica marinha.

Saiba tudo sobre a economia do mar em https://www.pwc.pt/pt/temas-actuais/economia-mar.html

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