Casa de Sonho Eco MELOM. Este é o nome da iniciativa com a qual a MELOM se candidatou ao Prémio Nacional de Sustentabilidade 20 I 30, do Jornal de Negócios, na categoria Bem-estar e Cidades Sustentáveis. Mas que produto é este? Trata-se de uma iniciativa que pretende consciencializar mais a sociedade para a importância de melhorar a qualidade e aproveitamento das suas habitações. O objetivo passa por alcançar todos os clientes interessados na construção de moradias, esperando que isso se repercute em cidades mais sustentáveis, pois é urgente mudar o paradigma da construção civil em Portugal. Para conhecer melhor esta iniciativa, entrevistámos João Carvalho, arquiteto da MELOM.
O que distingue o projeto Casa de Sonho Eco MELOM?
O projeto Casa de Sonho Eco MELOM nasce de uma vontade de alertarmos os nossos clientes para a pegada carbónica e eficiência energética. Na MELOM, como líderes do setor de obras em Portugal, acreditamos ter esta responsabilidade acrescida de sensibilização dos nossos clientes para uma mais eficiente utilização dos recursos naturais e energéticos. A Casa de Sonho assenta num pressuposto de pensarmos na grande maioria das soluções para que o cliente tenha um benefício de tempo desde o projeto à entrega das casas. Consideramos ser importante e imprescindível incluir soluções amigas do ambiente.Que argumentos tem esta iniciativa que pode levar a vencer a categoria Bem-estar e Cidades Sustentáveis, nesta nova edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade 20 30?
Apesar de não estarmos a falar de casas autossustentáveis, acreditamos que poderemos com este projeto desmistificar e democratizar as soluções de eficiência energética e redução da pegada carbónica de forma simples.
Incorporamos, por exemplo, em grande parte dos modelos, a captação de águas pluviais e a sua reutilização para circuito de águas não potáveis, como sejam rega e alimentação de autoclismos. Procuramos ter uma base eficiente de vãos e privilegiamos a orientação e dimensão de vão para uma melhor eficiência em sacrifício da estética. Este ponto não se traduz em qualquer custo acrescido para o cliente porque não estamos a discutir a qualidade de materiais, mas sim a eficácia da arquitetura num objetivo de eficiência energética. Queremos, do ponto de vista da arquitetura, privilegiar a eficiência energética em detrimento da estética. Num exemplo claro: para quê ter muito envidraçado, que contribuirá para uma necessidade energética de verão com arrefecimento e inverno com aquecimento, apenas para obedecer a um caderno estilístico? O projeto Casa de Sonho Eco MELOM põe em causa alguns dos pedidos dos nossos clientes, alertando para consumos e suas compensações.
A Casa de Sonho Eco MELOM desenvolveu várias ofertas para que o cliente possa escolher a que melhor se adapta às suas necessidades e modo de vida. Pode explicar quais são essas ofertas?
Na verdade são níveis de soluções construtivas do ponto de vista de eficiência energética, reaproveitamento de recursos e diminuição de pegada carbónica. Os níveis, que vão de Basic a Premium, são compostos também pela etiqueta energética de cada solução, sejam revestimentos, caixilharias ou métodos construtivos. Todos assentam na premissa de compromisso entre a solução projetada e respetiva eficiência, ou seja, o princípio base é o de projetarmos com o objetivo de termos uma solução melhor do ponto de vista ambiental, depois os níveis serão mais relacionados com os tipos de materiais usados na construção.
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Começamos pelo primeiro pack, o Basic.
No Basic, apresentamos a solução mais elementar. Esta solução pressupõe que adicionamos à moradia a instalação de rede de gás para a utilização de um esquentador inteligente, e também a instalação de ar condicionado na moradia (com saídas nos quartos e sala). Apesar de ser muito elementar já começa a permitir-nos conferir algumas melhorias, pois fruto do equilíbrio térmico que tem de origem (não existindo pontes térmicas), todo o calor ou frio que estes equipamentos gerem irão ficar retidos na moradia para aproveitamento desta. Otimiza-se assim ao máximo a utilização destes equipamentos, traduzindo-se numa redução da fatura energética.
Qual é o segundo pack?
Designamos este pack como Standard. Acrescenta ao pack Basic a instalação de um painel de águas quentes sanitárias, reduzindo o consumo energético para o aquecimento de águas, pois este painel irá aproveitar os raios solares para aquecer o reservatório de água. Como Portugal tem sol na maioria dos dias, o painel irá conseguir aquecer as águas na maioria dos dias, ficando o esquentador apenas para fazer compensações. Com esta solução, o cliente conseguirá reduzir o consumo de eletricidade e gás.
Quais são os restantes packs?
No pack Full, além do esquentador, painel termossifão e ar condicionado, juntamos um sistema de ventilação, de modo a conseguirmos a renovação do ar interior da moradia com o objetivo de melhoria da sua qualidade.
Por fim, temos o pack Premium, que junta um painel solar com circulação forçada, de modo a conseguirmos ter piso radiante na moradia. Nesta solução, e com todos os restantes pressupostos dos packs anteriores, conseguimos com pouco gasto energético, ter uma moradia climatizada, com renovação do ar interior sem ter uma fatura energética excessivamente alta.
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Os portugueses vão demonstrando cada vez mais sensibilidade para estas soluções ecológicas e económicas de construção de moradias mais adaptadas a um futuro verde?
Sim, verificamos que os nossos clientes estão muito mais sensíveis ao tema da sustentabilidade e não só procuram soluções corretivas à nossa pegada ecológica como estão atentos às soluções preventivas na construção das suas casas. O aumento do custo energético também tem contribuído para o crescimento da sensibilização dos clientes.
Já têm clientes interessados na Casa de Sonho Eco MELOM?
Por norma, os nossos clientes não procuram o produto por si só. São clientes que nos chegam com o sonho de construir a sua habitação e cabe-nos o papel de sensibilização para estes temas uma vez que é possível executarmos qualquer casa com estas preocupações. Eu diria que hoje ainda não nos chegam muitos clientes que priorizem a questão ambiental em detrimento, por exemplo, da arquitetura ou do budget. Mas precisamos de sensibilizar todos os nossos clientes para esta questão que contribuirá para termos casas melhores e mais eficientes que não gastam tanto como outras. Numa analogia ao automóvel, estamos em crer que devemos sensibilizar cada vez mais os clientes para os consumos.
O que antevê que vá acontecer em 2022, no que toca a esta iniciativa?
Acreditamos que iremos construir mais casas com preocupações ecológicas do que sem estas preocupações. Aliás, não faz sentido nenhum continuarmos a construir como antigamente, com um pensamento de recursos infinitos e sem linha de conta com os consumos.
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Confirma que o projeto arranca em janeiro?
Nas reuniões com os clientes estamos já a apresentar esta nossa visão e alertar para as soluções eco que preconizamos nas nossas moradias. Consideramos que, na maioria dos casos, o cliente não dispõe de toda a informação por parte do projetista ou construtor para decidir, em consciência, sobre a construção da sua casa, que por sinal será, muito provavelmente, o bem mais duradouro que terá durante a sua vida.
É nossa obrigação, por exemplo, identificarmos soluções e apresentarmos o comparativo não só no período de aquisição (construção), mas ao longo da vida da casa (consumos). Num exemplo muito simples valerá a pena pouparmos alguns euros na construção para os gastarmos logo ao fim dos primeiros anos e a partir daí ser continuamente prejuízo face a uma alternativa melhor, mas um pouco mais cara? O problema que temos em Portugal é que faltam profissionais do setor que mostrem isto ao cliente, porque, seguramente, nenhum cliente optaria por uma caixilharia fraca sob o ponto de vista energético quando percebesse que para compensar essa caixilharia teria mais custos energéticos ao longo do ano e ao fim de poucos anos já estaria com o mesmo dinheiro despendido e uma caixilharia má.
Que balanço faz do ano de 2021 da MELOM?
No ano de 2021 recuperámos para os indicadores pré-pandemia, mas foi um ano muito difícil. Tivemos um primeiro trimestre muito mau, com um novo confinamento e com menos contacto físico com os nossos franchisados. Aos desafios da pandemia juntamos, o desafio de falta de matérias primas e escassez de mão de obra. Foi um ano de loucos e os nossos franchisados superaram-se para continuar a fazer obras com profissionalismo e rigor. Ficámos muito orgulhosos porque com estes desafios e constrangimentos a nossa rede soube manter a calma e estar à altura dos desafios e confiança dos seus clientes.
Quais são os desafios para o futuro da MELOM?
Continuamos com o sonho de profissionalizar o mercado de obras no setor residencial. Para isso, temos de continuar o nosso trajeto de formar a nossa rede para ser melhor, não só a proporcionar soluções aos clientes como as que aqui falamos, mas a pautar o seu comportamento por uma postura ética acompanhada de uma visão de médio – longo prazo.
Os nossos franchisados estão no setor por vocação e vontade e escolheram representar uma marca para afirmar precisamente que são diferentes do mercado. Esta diferença é consubstanciada com ações concretas, com orçamentos claros e com obras bem executadas, esta é a missão de um franchisado MELOM. Numa sociedade cada vez mais exigente, o maior desafio da MELOM é estar ao nível dos demais desafios e proporcionar a melhor experiência aos seus clientes, prestando um serviço melhor do que o mercado onde se encontra.
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