Vivemos um dos momentos mais polémicos do desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). ChatGPT a escrever textos sobre tudo sem se distinguir do ser humano, cientistas e empreendedores a assinarem uma carta que defende que cientistas e empresas deveriam ter cuidado e suspender durante seis meses os esforços de desenvolvimento da IA para terem a certeza de que não há problemas, Geoffrey Hinton, um dos pioneiros de desenvolvimento de IA, despediu-se da Google, segundo ele, para poder falar abertamente sobre este tema, pois considera que nos arriscamos a ser ultrapassados a curto prazo, e não só.
Uma das situações curiosas é que para a maioria das pessoas continua a ser uma grande incógnita, não só o momento em que nos encontramos no desenvolvimento da IA, mas também sobre quais são as suas capacidades e aplicações. E é natural termos medo do que não conhecemos nem compreendemos. Nos primórdios da IA, nos anos 50, quando Allen Newell e Herbert Simon fundaram o primeiro laboratório de inteligência artificial na Universidade de Carnegie, o desenvolvimento da tecnologia estava mais nas mãos das universidades e dos governos do que propriamente das empresas. Nos nossos dias, são as empresas as principais responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico, as principais usufrutuárias dos seus benefícios e também, talvez, as principais responsáveis pela formação e informação, sobre as mesmas, de indivíduos durante a idade adulta.
IA, Inteligência Aplicável
São por isso os gestores e empreendedores os principais interessados em compreender estes fenómenos e depende deles e do reconhecimento da sua utilidade e aplicabilidade a sua continuidade e desenvolvimento. Muitas vezes se diz que se as "tecnologias não geram mais-valias podem contar os seus dias".
Segundo um estudo elaborado pela Pal Consulting, numa colaboração com a pós-graduação de "Inteligência Artificial para Negócios" da Universidade Europeia, e que foi levado a cabo junto dos principais decisores, diretores-gerais, administradores, CEO de 71 grandes empresas nacionais e multinacionais de diversos setores, como a Sumol+Compal, MetLife, Atlantic-Cargo, Hóteis Vila Galé, Atradius Collections entre outras, os principais interesses dos gestores portuguese que afirmam necessitar para as suas equipas no respeitante ao capítulo da IA, é reunir conhecimento claro, sobre quais as "ferramentas práticas e aplicação da IA no campo operacional" (82%). Fala-se de muita evolução, mas quais são essas ferramentas e quanto custam? Onde estão? Também compreender quais as "aplicações da IA existentes por setor de negócios" (31%) é algo importante. Perceber o que os outros estão a fazer e como? Os gestores procuram algum benchmarking das soluções que já estão a ser implementadas na expectativa de encontrar, de forma comprovada, as aplicações que melhor podem garantir a maior eficiência e diminuição de custos das suas estruturas. De uma forma mais detalhada, "melhorar a análise de métricas financeiras e comerciais", procurar "maior acuidade no sales forecast" (14%), compreender o como e o porquê de determinados resultados ou procurar a ajuda da análise preditiva parecem ser áreas em que os CEO esperam que a IA colabore. Bem como na previsão de riscos.
IA, Inteligência Humanista
As pessoas são uma das principais preocupações dos responsáveis pelas empresas a operar em Portugal. Durante o estudo surgiram alguns conceitos curiosos como "qual a relação entre inteligência artificial e inteligência emocional", como "equilibrar o fator humano com a implementação de IA" ou ainda como "ser líder numa organização em que a IA participa como colaborador". 17% dos participantes do estudo demonstraram interesse em querer reunir técnicas para ajudar os colaboradores a gerir a mudança de forma a melhor conviverem com esta nova realidade.
IA, Inteligência Legal e Ética
Um dos tópicos mais abordados foi a necessidade de perceber como utilizar a IA com segurança, compreendendo os impactos sociais, respeitando princípios éticos e legais.
IA, Inteligência Pragmática
Em suma, com base no estudo finalizado no início de maio de 2023, as polémicas em torno do desenvolvimento da IA não parecem abrandar o interesse dos gestores pela aplicação desta tecnologia nas suas organizações, que procuram pragmatismo. Estes sentem necessidade de ter pessoas capacitadas para implementar este tipo de mudança, de uma forma muito prática. Procuram capacitar-se e capacitar os seus recursos de forma que possuam conhecimento efetivo sobre as principais ferramentas de IA existentes, tendo na mira a agilização das operações e a qualidade das análises de apoio à estratégia, considerando as pessoas de forma ética e conhecendo a legislação existente.
Em breve este estudo será publicado de forma gratuita e dinâmica (com atualizações) num dos links da Pal Consulting.