Tal como muitas outras cidades na América do Sul, Bogotá, capital da Colômbia, tem crescido rapidamente e hoje a sua área metropolitana tem 11 milhões de pessoas, mais de 20% da população total do país (51 milhões). Como consequência, Bogotá enfrenta o problema de tratar um caudal de Águas Residuais (AR) cada vez maior, ao mesmo tempo que está obrigada a cumprir níveis de tratamento cada vez mais exigentes, em linha com as restrições ambientais e de sustentabilidade.
O primeiro passo nesse sentido foi dado, em 2018, com a adjudicação a um consórcio liderado pela Mota-Engil, da construção da Estação Elevatória de Águas Residuais (EEAR) de Canoas, localidade perto de Bogotá, e que vai bombear 70% das águas residuais dessa cidade.
O segundo passo será a construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), localizada ao lado da EEAR, que irá tratar o caudal proveniente desta, o qual será posteriormente devolvido ao rio em condições ambientais ótimas. Está previsto esta ETAR ir a concurso este ano e entrar em funcionamento em 2026.
A EEAR, que está quase terminada, terá um caudal total máximo de 38 m3/s, o que a torna uma das maiores do mundo, e será constituída por um primeiro poço de retenção, que irá separar os sólidos de maior dimensão, e por um segundo poço de bombagem, onde estão instaladas seis bombas de enorme dimensão, com os respetivos motores (de 4,3 MW cada) localizados num nível 7 m acima das bombas.
"Cada uma destas seis bombas, do modelo Sewatec, pesa mais de 100 toneladas e bombeia mais de 6 m3/s, o que faz delas umas das maiores do mundo", sublinha João Leite, diretor-geral da KSB em Portugal, acrescentando que "cada veio tem 3 m de comprimento e o impulsor – o componente que roda para bombear –, tem um diâmetro de 1,8 m e pesa 3 toneladas".
João Leite explica também que "a KSB ganhou esta encomenda devido à sua experiência e competência técnica no design, fabrico, ensaio, instalação e manutenção de bombas desta envergadura neste tipo de aplicação, como, por exemplo, nas ETAR ou EEAR de Ontário, Canadá, Cidade do México, México, Emscher, Alemanha, e Xangai, China, e à elevada eficiência das suas bombas".
KSB e a Fórmula 1 têm pontos em comum
Neste contexto, e segundo João Leite, "tal como acontece na Fórmula 1", na qual os desenvolvimentos tecnológicos acabam por mais tarde ser aplicados e melhorar as performances dos veículos utilitários, "também na KSB os desenvolvimentos técnicos exigidos pelas bombas de maior dimensão e mais complexas acabam por ser aplicados nas bombas de tamanho e utilização mais comuns, melhorando as suas performances de segurança, fiabilidade, eficiência, longevidade e facilidade de manutenção".
Presente nas maiores indústrias e centro de decisão em Portugal
Os produtos da KSB estão presentes em praticamente todas as grandes indústrias do nosso país, em diversas empresas de abastecimento de água e tratamento de esgotos, municípios e em hospitais, centros comerciais e hotéis.
João Leite informa ainda que "a KSB é o único fabricante de bombas centrífugas de nível internacional com assistência técnica própria e com centro de decisão em Portugal, o que lhe permite responder aos clientes com maior rapidez e flexibilidade, adaptando-se rapidamente às necessidades dos seus clientes e do mercado".
Qualidade alemã com fabrico em Portugal
A KSB é uma empresa familiar com 150 anos e um dos fabricantes de bombas centrífugas e válvulas mais antigos do mundo, com sede na Alemanha e filiais próprias em mais de 100 países, incluindo a KSB, Bombas e Válvulas, SA (que tem 50 anos), com sede em Sintra e delegação no Porto. Esta experiência dá à KSB uma estabilidade e longevidade que deixam os seus clientes confiantes.
Apesar de não ter nenhuma fábrica própria em Portugal, o Grupo KSB compra cerca de 4 milhões de euros por ano a empresas portuguesas, fabricantes de componentes para os seus equipamentos, como a Duritcast, em Águeda, e a Arsopi, em Vale de Cambra, as quais empregam um total de cerca de 500 colaboradores.