A história do Doutor Finanças começa a desenhar-se em 2007, quando Rui Bairrada, que se tornaria CEO do Doutor Finanças, decide abandonar a profissão de bancário no Deutsche Bank para se dedicar de forma independente à intermediação de crédito. Neste ramo, com a crise financeira e a chegada da troika em 2011, as pessoas passaram a procurar sobretudo equilibrar a sua vida financeira, e soluções como a renegociação e a reestruturação de crédito começaram a ser muito procuradas.
Foi neste contexto que nasceu, em 2014, o Doutor Finanças, "para ajudar as pessoas a tomar melhores decisões financeiras", afirma Rui Bairrada, CEO da fintech portuguesa. "Começámos por ajudá-las a negociar os seus créditos, num contexto extremamente adverso, em que o país estava sob resgate da troika", recorda o CEO. No entanto, e segundo o responsável, rapidamente se percebeu que "era preciso fazer mais do que simplesmente resolver os problemas financeiros das pessoas. E apostámos também num plano assente na literacia financeira, cujo objetivo é dotar as pessoas dos conhecimentos e ferramentas que lhes permitam tomar decisões mais conscientes".
Promoção da literacia financeira
Foi desta estratégia que nasceu o portal do Doutor Finanças. Através deste site, que conta atualmente com cerca de 1,5 milhões de visitas por mês, a empresa partilha conteúdos explicativos, tutoriais, vídeos, simuladores e calculadoras que ajudam as pessoas a perceber os temas financeiros. Mas não foi só na aposta na literacia financeira e na simplificação da atividade de intermediação de crédito que o Doutor Finanças inovou. Em 2017, e na sequência da divulgação dos seus serviços num programa da rubrica "Contas Poupança" da SIC, a procura pelos serviços da fintech explodiu, o que levou a empresa a apostar forte na tecnologia de suporte ao negócio e na digitalização dos seus serviços, como fator de inovação e de diferenciação no mercado.
Surge assim a "Clínica", um sistema de CRM (Customer Relationship Management) de última geração, utilizado para a intermediação de crédito. Apresentado como "um poderoso hub que liga perfeitamente todos os stakeholders do processo:especialistas, clientes e parceiros de negócio, como os bancos, que possuem uma rede nacional com milhares de agências bancárias espalhadas por todo o território nacional", este sistema é considerado "o motor que alavancou o Doutor Finanças para se tornar o maior intermediário de crédito digital em Portugal", refere João Saleiro, chief technology officer do Doutor Finanças.
Porquê a "Clínica"?
O que levou o Doutor Finanças a inovar e a desenvolver internamente um CRM em vez de comprar ou customizar algo já existente no mercado? João Saleiro, Chief Technology Officer da fintech, explica: "Em primeiro lugar, a intermediação de crédito tem características muito próprias. Mais do que um CRM, a ‘Clínica’ é uma plataforma tecnológica para a intermediação de crédito e mediação de seguros que, entre os vários problemas que resolve, contempla uma forte componente de CRM." Outra questão que levou a esta aposta na tecnologia foi o volume: "São mais de 300 pessoas que todos os dias nos contactam para as ajudarmos a negociar os seus créditos e seguros. O nosso sistema permite-nos lidar com este volume, mantendo níveis de qualidade elevados, e escalando a capacidade de gestão de processos por parte da equipa comercial", explica o responsável.
Se a prioridade inicial foi dotar a "Clínica" de ferramentas que permitiram simplificar o método de tratamento dos processos e escalar a capacidade produtiva da equipa de especialistas do Doutor Finanças, o ano de 2022 foi um ano de viragem estratégica, marcado por um maior foco nos stakeholders externos. Foi com este racional que a fintech lançou a primeira versão da app "Fale com o Doutor", disponibilizada em formato PWA (Progressive Web App) já no início de 2023, e que funciona como uma área pessoal que, explica João Saleiro, "visa não só dar uma melhor experiência aos clientes, como também empoderá-los no processo e fornecer, gradualmente, ferramentas que agilizem a contratação de produtos financeiros pela via digital".
Equilíbrio entre tecnologia e humano
A ideia, explica o responsável, "é utilizar o poder de escalabilidade que a tecnologia traz à gestão de processos do Doutor Finanças, sem interferir naquilo que é, e irá continuar a ser, o lado humano da relação". Nesta perspetiva, e segundo João Saleiro, têm em conta que "os processos como os de Crédito Habitação são longos e complexos, com uma grande carga emocional, o que implica um equilíbrio entre tecnologia e apoio humano. Além disso, é um processo que engloba vários intervenientes – cliente, banco, agente imobiliário, seguros, vendedor, etc. – e a plataforma permite a ligação entre todos estes stakeholders", nota. Este é um caminho estratégico que o Doutor Finanças está a percorrer e que visa, em simultâneo, trazer quick wins que permitem melhorar constantemente o serviço, e desbloquear novos horizontes de captação e fidelização de clientes, criar novos modelos de negócio e entrar em novos mercados.
"Se começámos como intermediário de crédito, hoje somos muito mais. Somos intermediários de crédito, mediadores de seguros, temos um PPR, atuamos na eficiência energética e damos formação nas várias vertentes financeiras. Tudo isto só é possível porque somos uma fintech, o que nos agiganta pelas soluções inovadoras que encontramos para fazer cada vez melhor e chegar a mais pessoas", diz Rui Bairrada, prosseguindo: "É com esta missão de fazer o bem, bem feito, que trabalhamos todos os dias. No Doutor Finanças acreditamos verdadeiramente que teremos uma sociedade mais saudável, se garantirmos o triângulo do bem-estar: mente, corpo e carteira", conclui.