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House of Neverless: testar os executivos até ao limite

Os criadores da peça de teatro imersiva A Morte do Corvo fundaram, no antigo Hospital Militar da Estrela, em Lisboa, a House of Neverless, um espaço inovador de formação corporate, onde os executivos são desafiados com exercícios inovadores, e, em alguns casos, a trabalhar com a equipa artística da peça.

30 de Maio de 2023 às 17:41
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Nuno Moreira, Pedro Batalha, Filipa Caldeira e Hugo Nóbrega são os quatro sócios do projeto de inovação House of Neverless, que funciona no piso superior do palco gigante de 2.000 m2 da peça de teatro imersiva A Morte do Corvo. A peça está em exibição desde janeiro, é uma experiência multissensorial de sucesso e é, também, um ponto de partida para as formações corporate vanguardistas promovidas na casa de Neverless, nome escolhido por contraponto ao corvo Nevermore do poema The Raven, de Edgar Allan Poe. Como explica Nuno Moreira em entrevista ao Negócios, nas formações corporate, os executivos de empresas são convidados a testarem os seus limites. O que se exige é que ambicionem sempre mais… nunca menos ou neverless.

Como se juntaram os sócios Nuno Moreira, Pedro Batalha e a Filipa Caldeira da agência digital Fullsix com o Hugo Nóbrega, fundador da H2N e culture connector?
Eu, o Pedro e a Filipa somos sócios há mais de 25 anos, tendo fundado a Fullsix, que acabou por se transformar na maior agência de marketing digital do País. Entretanto, em 2015, criámos um espetáculo imersivo chamado E Morreram Felizes para Sempre, no Júlio de Matos, e o seu sucesso deu-nos pistas de que este formato era relevante. Fomos inclusive nomeados para um Globo de Ouro e considerados "Teatro do Ano" pelo revista SÁBADO. Mas continuámos a trabalhar no digital e a dar aulas a executivos na Nova SBE. Com a compra da Fullsix pelo Grupo Havas, optámos por trabalhar noutros projetos e surgiu A Morte do Corvo, já que permite cruzar cultura e entretenimento com uma vertente formativa. O Hugo Nóbrega foi convidado a juntar-se ao projeto, dada a sua experiência em produção cultural e conhecimento do meio.

Porque decidiram criar a experiência imersiva A Morte do Corvo?
Porque acreditámos que era uma necessidade. Cada vez mais, as pessoas precisam de experiências que desafiem a cristalização em ecrãs de telemóvel. Precisam de se sentir vivas e desafiadas, com as emoções à flor da pele. E um teatro imersivo de grande escala como A Morte do Corvo é o formato ideal para que tal aconteça, já que decorre num edifício de 2.000 m2, que pode ser explorado livremente, e está carregado de subtexto e de estímulos multissensoriais. Cada visitante é, assim, corresponsável pela sua experiência, colocando-se na posição do herói. E quem não precisa de se sentir um herói?

Como se fez a ponte da peça de teatro imersiva para a formação corporate?
Como damos aulas a executivos na Nova SBE, há já alguns anos, temos consciência de que a formação é uma necessidade estratégica no mercado. Ao adicionarmos uma camada extra de imersão, retirando os participantes de uma sala de aula típica, ou desafiando-os com exercícios fora da caixa, iremos estimular ainda mais a criação de pontes entre o saber académico e o conhecimento prático. E foi assim que surgiu a House of Neverless, um espaço único, no piso superior d’A Morte do Corvo, tendo a Nova SBE como knowledge partner.

Que técnicas do teatro imersivo marcam a diferença nestas formações?
O próprio espaço já proporciona um estímulo único, uma base imersiva para qualquer sessão formativa. Temos módulos que incluem uma visita ao teatro, acompanhadas por docentes que, a seguir, coordenam o debrief e traçam paralelismos com a "vida profissional". Em alguns programas, ligados, por exemplo, a storytelling e comunicação eficaz, os participantes trabalham com a equipa artística d’A Morte do Corvo (Ana Padrão e Bruno Rodrigues, a encenadora e o diretor de movimento) e desenvolvem exercícios para despertar o poder da linguagem não verbal. Chegam a "descer para cenário" e trabalham em algumas salas do espetáculo. Nota-se uma diferença significativa, no empenho e nos resultados, quando introduzimos este tipo de técnicas.

Cada vez mais, as pessoas precisam de experiências que desafiem a cristalização em ecrãs de telemóvel. Precisam de se sentir vivas e desafiadas. Nuno Moreira


Como surgiram as parcerias com a Santa Casa, Nova SBE, Grupo Amorim e NOS?
A Santa Casa é um parceiro estratégico, já que nos cedeu a exploração temporária do espaço, alinhado com a sua missão de apoiar o talento nacional e de mecenas da cultura. A parceria com a Nova SBE foi óbvia, pela nossa ligação como docentes e por ser a escola de executivos líder em Portugal (e mais inovadora). A Corticeira Amorim surge como parceiro ao equipar a House of Neverless com pavimentos e revestimentos em cortiça, uma matéria- prima inovadora, 100% natural, reciclável e renovável, o que casa na perfeição com temáticas emergentes, reforçando o conceito de "o passado a inspirar o futuro". A NOS enquanto parceiro de telecomunicações, equipou a House of Neverless com a melhor tecnologia em termos de acesso à Internet.

São formações adequadas a todas as áreas empresariais ou a determinadas áreas, em particular?
Temos soluções mais transversais, que actuam ao nível de soft skills e de team-building, e essas são relevantes para todos. Incluo aqui o Storytelling, por ser, a meu ver, das ferramentas mais necessárias e universais para qualquer pessoa, em qualquer sector de actividade. Temos alguns programas mais estratégicos, como o de Customer Experience, que poderão fazer mais sentido para chefias, ou departamentos de Estratégia, Marketing ou Comunicação. Mesmo assim, não importa tanto o sector de actividade, mas sim a vontade e a necessidade que a empresa tenha em transformar os seus colaboradores e aumentar a eficácia da abordagem empresarial. O facto de a Fullsix, a agência digital que fundámos, ter conquistado múltiplos Prémios à Eficácia, sempre nos despertou para os resultados, e é isso que queremos incutir nos participantes, independemente da área: um enfoque total no atingimento de objetivos.

Que benefícios há para os executivos que participarem nestas formações inovadoras, que têm à mistura as componentes de cultura e entretenimento?
A nossa escuta activa está em queda livre e os nossos níveis de atenção nunca estiveram tão em baixo. A formação tem que se adaptar a essa realidade. É preciso acordar os cérebros e, acima de tudo, entregar-lhes conteúdos que sejam de facto relevantes. O participante de um programa de formação tem que acreditar que vai ganhar (muito) por estar concentrado. E é aqui que a combinação com técnicas imersivas e a ligação à cultura pode mudar o paradigma. É claro que podemos explicar, numa sala de aulas tradicional, que a linguagem não verbal é importante. Mas preferimos levar os participantes para um Cabaret Burlesco dos anos 20 e pedir-lhes para, sem falarem, executarem exercícios de grupo (enquanto alguns elementos apenas observam). É o chamado "read the room / own the room". O impacto desta segunda opção é incomparavelmente superior. E depois, se visitarem à noite A Morte do Corvo, onde os actores se movem... sem falas, acaba por ser o corolário de toda a sessão e entendem o poder do não verbal. É assim que a memória de corpo é ativada e a vontade de aplicar o conhecimento dispara.

Quais são os cursos que a Nova SBE tem e que só acontecem na House of Neverless?
Alguns cursos acontecem exclusivamente na House of Neverless, como "A Sabedoria do Corvo" em que os participantes serão acompanhados por um docente da Nova SBE ao longo dos 100 minutos do espetáculo e, após o final da peça, o docente facilita uma sessão de debrief. Outros cursos são mistos, implicando presença também no campus da Nova, em Carcavelos, como é o caso do workshop "Connecting The Competences of the Future", que complementa o espetáculo com programas customizados, ou enquanto one shot inspiracional, como é o caso de Meta-Skills.

Qual foi o valor total do investimento na House of Neverless?
O projeto foi financiado com fundos próprios e ultrapassou largamente o business plan. O aumento do custo da mão de obra e de materiais de construção, para a reabilitação do edifício, foi um dos principais responsáveis. Não quisemos poupar em cenografia, iluminação e luz, ou seja, na qualidade total da experiência e por isso assumimos o risco, que ultrapassou as centenas de milhares de euros.

Quantos participantes contam ter, até ao final do ano, na peça A Morte do Corvo e quantos nas formações corporate?
A Morte do Corvo já contou com cerca de 8.000 visitantes e esperamos fechar o ano perto dos 20.000. Vai depender muito da adesão do público e da sua ajuda com word-of-mouth. Em termos de formação corporate, estimamos 1.000 a 1.500, até ao final do ano, incluindo ações de team building e programas mistos com a Nova SBE.

Do storytelling aos conteúdos culturais
A House of Neverless promove cinco grandes áreas de formação própria: Storytelling e Comunicação Eficaz; Trends Digitais, Marketing Digital, Customer Experience, e Conteúdos Culturais. "Dentro de cada área, podemos criar, tailor-made, programas que vão ao encontro das necessidades específicas de um cliente", explicou Nuno Moreira. "Para além de programas intensivos de dois a três dias, temos também talks e workshops mais curtos, que podem estar ligados ao espetáculo – decorrendo no final do mesmo – e que se destinam a tocar em pontos críticos para a equipa, como a necessidade de self-empowerment."
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