A entrada em vigor, em janeiro de 2018, da Diretiva Europeia "PSD2 (Payment Services Directive)", fica na história dos serviços financeiros como um momento transformador por, entre outros motivos, permitir o tratamento dos dados das contas bancárias dos clientes por parte de terceiros, e não exclusivamente pelos bancos, como sucedia antes.
A dimensão e potencial dessa transformação ficou imediatamente clara para Orlando Gomes da Costa, CEO e Cofundador da nBanks: "Lembro-me perfeitamente. Foi numa viagem de avião, em que passei o tempo a analisar a documentação para implementar esta diretiva no banco onde trabalhava, Nessa viagem fiquei não só convencido do potencial transformador da diretiva, como disse para mim mesmo que aqui estava uma oportunidade para mudar de vida e lançar um negócio que mudasse a experiência que os clientes têm na sua gestão bancária". O resto, como se costuma dizer, é história.
Na sequência, em 2018, a equipa fundadora da nBanks, todos ex-quadros do BPI com mais de 15 anos de experiência de banca, constituem a empresa. Os quatro anos seguintes são passados a estruturar o negócio e a desenvolver a plataforma tecnológica "state-of-the-art" que o suporta. 2022 é o ano de entrada no mercado, e em 2024 encontramos a nBanks com uma plataforma que suporta serviços em 75 países e que conta com mais de 3000 utilizadores empresariais.
Todas as contas em tempo real
Mas o que faz concretamente a plataforma nBanks? Conforme nos explica Orlando Gomes da Costa: "Nós ajudamos todo o tipo de entidades a otimizar a sua gestão financeira e de tesouraria, disponibilizando, com a nossa plataforma, a informação em tempo real de todas as suas contas bancárias nas 75 geografias abrangidas pela nossa solução". A informação assim disponibilizada, afirma o CEO da nBanks, "agrega toda essa informação de tesouraria em tempo real, incluindo câmbios, o que permite aos decisores tomar decisões mais qualificadas, seja uma compra de matéria-prima ou para dar indicações importantes para negociações comerciais e vendas, para dar dois exemplos".
abrangidas pela nossa solução." Orlando Gomes da Costa, CEO da nBanks
Vantagens sobre os bancos
A vantagem desta Fintech sobre os bancos, segundo o responsável, "é que nós agregamos a informação de todos os bancos, dando uma visão global e isenta a cada cliente". Uma outra vantagem, afirma, "é que a nossa tecnologia permite obter e integrar a informação em tempo real, o que resulta não só em melhor informação, como numa enorme poupança de tempo com processos e na eliminação do erro humano". Na verdade, a plataforma da nBanks traz um nível acrescido de automação e inteligência artificial à gestão bancária, "o que capacita os operacionais e decisores e lhes deixa as tarefas em que podem acrescentar valor, como a interpretação dos dados e a antecipação e visualização de cenários", explica o CEO.
Quem precisa da nBanks?
Quem precisa destes serviços? Estamos a falar, conforme nos explica Orlando Gomes da Costa, "naturalmente de multinacionais de setores desde a hotelaria, engenharia e construção, passando pela logística e educação, até aos investimentos e consultoria, incluindo empresas presentes em bolsa, todas com elevados padrões de segurança e qualidade". Mas não só, conforme nota o CEO da nBanks: "temos também como clientes empresas nacionais, mas que têm maior complexidade bancária e grande transaccionalidade nas contas bancárias". A plataforma nBanks também se tem revelado particularmente adequada para tornar mais rápida, conveniente e eficaz a atividade de contabilistas, auditores e outros profissionais na área financeira. Até porque a plataforma possibilita a integração de informação fiscal e tributária. Num futuro próximo, revela o CEO, "vamos abrir a nossa plataforma a particulares, nomeadamente numa perspetiva de integração de informação bancária europeia, procurando utilizar uma dimensão do mercado bancário que está no seu inicio, mas que pensamos ter um grande potencial".
Intermediação no horizonte
Numa perspetiva de evolução próxima da plataforma nBanks, para este ano "está previsto adicionarmos uma camada operacional que permita efetuar pagamentos, bem como implementar evoluções importantes na otimização da informação e integração com softwares, nomeadamente de gestão" afirma Orlando Gomes da Costa. Numa visão mais alargada da empresa, segundo o CEO, "vamos aumentar a presença e a notoriedade nos países em que temos serviços e vamos avançar para a intermediação financeira. O nosso posicionamento e conhecimento financeiro dos clientes pode facilitar o processo de identificação das melhores soluções de financiamento".