A região do Alentejo, com cerca de 27.000 km2, cobre quase um terço do País e tem uma população de aproximadamente 500 mil habitantes. No entanto, ainda não conseguiu desenvolver todo o seu potencial. Se por um lado o território é relativamente árido, por outro é muito belo, com um elevado potencial de diversificação da agricultura e desenvolvimento do turismo. Estas qualidades já foram há muito identificadas pelo Governo, mas até ao fim do século passado os reduzidos recursos hídricos tinham refreado o investimento privado.
A situação está a mudar. A construção de uma barragem no rio Guadiana ajudou a criar o maior lago artificial da Europa, permitindo a implementação de um projeto de irrigação muito ambicioso. Chamado Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva e desenvolvido pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), os principais objetivos da barragem são melhorar progressivamente o tipo de cultura agrícola, garantir o abastecimento de água às populações e às indústrias, desenvolver o turismo, estimular o emprego regional, combater os potenciais problemas de desertificação e as mudanças climáticas através da irrigação, e ainda produzir eletricidade.
As comportas da barragem, na ponta sul, foram fechadas em 2002 e o lago começou a encher até à posição atual, em que cobre uma área de 250 km², um comprimento de 83 km e um volume de 4.150 hm³, dos quais 3.150 hm³ são utilizados durante o funcionamento normal. Entre 2002 e 2010, o projeto de irrigação envolveu a construção de 17 reservatórios, nove dos quais são pequenas barragens. Quando terminou essa fase do projeto, havia 680 km de canais de irrigação primária e 4.400 km de canais de irrigação secundária e terciária. Para movimentar tão grandes caudais de água, através de tão extensa área, são necessárias infraestruturas de bombagem consideráveis.
Este empreendimento está dividido em três subsistemas: Alqueva, que inclui 59.690 ha de área irrigada a partir da barragem do Alqueva; Pedrógão, que inclui 29.578 ha de área irrigada a partir da barragem do Pedrógão; e Ardila, que inclui 20.935 ha de área também irrigada a partir da barragem do Pedrógão. A rede primária inclui várias estações de bombagem que levam água a cada subsistema e aos reservatórios. E em cada subsistema existem diversos blocos de rega, pertencentes à rede secundária, que levam a água aos agricultores.
A participação da KSB na região
Nos últimos anos, a KSB já forneceu cerca de 200 bombas de grande dimensão para o sistema de irrigação do Alqueva, além de garantir a sua manutenção. As bombas estão a funcionar há vários anos com excelentes performances e sem qualquer problema, ajudando desta forma a desenvolver a agricultura e o turismo da região alentejana, seca por natureza.
Nuno Aleixo, responsável pelo Departamento do Ambiente e responsável técnico e comercial dos projetos da KSB no Alqueva, explica que "o sucesso da KSB em conseguir uma parte tão importante das encomendas de bombas está relacionado com o forte apoio técnico dado à EDIA, desde o primeiro instante, assim como a assistência técnica, desde a fase de projeto até à instalação das bombas, continuando depois na assistência pós-venda".
A KSB envolveu-se no projeto desde o início, devido à sua forte presença e competências locais em projetos de abastecimento de água. Com uma equipa de técnicos altamente qualificados e experientes, a empresa em Portugal é frequentemente solicitada pelos projetistas para os apoiar, o que voltou a acontecer neste projeto.
Sendo o rendimento energético um dos principais aspetos na seleção das bombas, a KSB testou todas as bombas em conformidade com as mais exigentes normas, apresentando níveis de eficiência operacional acima de 90%.Todas as bombas foram fornecidas com sondas de medição da temperatura e vibrações nas chumaceiras, para permitir aos utilizadores das estações de bombagem avaliarem o desempenho das bombas a qualquer momento.
Questionado sobre o prestígio ganho pela KSB, por estar ligada a este projeto, Nuno Aleixo responde: "Trata-se da venda de uma quantidade considerável de bombas (cerca de 200), todas elas com uma potência também considerável; são estações elevatórias que movimentam grandes caudais de água e estamos a colaborar num projeto que desenvolve muito a agricultura em Portugal."
O facto de ter fornecido um total de 33 bombas para as três primeiras estações elevatórias sem qualquer falha deu aos empreiteiros envolvidos nos projetos seguintes a confiança na KSB para cumprir, integralmente, as elevadas exigências técnicas e os apertados prazos de entrega, garantindo que a instalação, o arranque e a exploração se desenvolveriam sem problemas e dentro dos prazos.