O BICMINHO é uma instituição sem fins lucrativos certificada pela União Europeia para a promoção do empreendedorismo e da inovação, através do apoio à criação de novas empresas (start-ups) e à modernização e internacionalização das PME.
Desde 2001, o BICMINHO já apoiou a criação de mais de 200 novas empresas, com uma taxa de sucesso de 93%, responsáveis pela criação de mais de 2.500 novos empregos. Estima-se que, em 2014, estas empresas tenham gerado um volume de negócios global superior a 30 milhões de euros. Na área da inovação empresarial e internacionalização, o BICMINHO apoiou mais de 500 PME, que empregam mais de 8.000 trabalhadores, e que representam mais de 650 milhões de euros de volume de negócios.
Esta entidade é um dos grandes responsáveis pela atracção do 25.º Congresso Mundial de Empreendedorismo e Inovação, Design for Innovation, que acontece nos próximos dias 28, 29 e 30 de Setembro em Guimarães.
Em entrevista ao Negócios em Rede, Nuno Gomes, administrador executivo do BICMINHO e director executivo da Associação dos BIC Portugueses, explica a relevância deste evento para a região e para o país, assim como os atributos com os quais conquistaram a decisão final da cidade a albergar o evento, tendo a cidade-berço ganho a corrida à capital francesa.
O que ofereceu Guimarães de diferente para ganhar uma candidatura a Paris?
Temos informação de que se candidataram para esta edição de 2016 cinco cidades. Quatro a nível europeu e uma fora da Europa. Sendo que as finalistas foram Guimarães e Paris. Não estive no painel de avaliação. Os argumentos que usámos terão decidido a favor da cidade. Mas foi um conjunto de factores. Na nossa candidatura utilizámos alguns argumentos. Primeiro, a questão da localização; Guimarães acaba por ser a cidade-berço de Portugal e é uma cidade com forte património industrial e uma história muito grande na área da indústria. Queremos valorizar cada vez mais a indústria, porque é o sector de actividade que tem mais capacidade de absorção de emprego e de criar mais emprego e riqueza, também tem sido aquele que tem dado mais mostras de afirmação a nível internacional com um aumento significativo das exportações. Este evento é uma mostra dessa realidade, fruto do património industrial que Guimarães detém e que ao mesmo tempo consegue conciliar com a componente cultural e criativa.
Foram estes os factores diferenciadores?
A conjugação da componente cultural e criativa e a aplicação das indústrias culturais e criativas, onde obviamente o design tem uma forte componente como forma de inovar nas empresas industriais, foi um pouco o argumento que utilizámos. Além disso, Guimarães é indústria de nacionalidade portuguesa e isso, obviamente, a nível histórico, conta muito. Guimarães também é Património Mundial da UNESCO o que também conta muito. Diria que foi um pouco essa conjugação de factores.
O tema desta edição é "Revisitar o passado, viver o presente, criar o futuro". Esta combinação encaixa na perfeição nesta correlação de indústrias…
Exactamente. Com base no passado e naquilo que vivemos actualmente, da promoção da indústria portuguesa lá fora, foi pensar o futuro nesta lógica. Portugal e a própria Europa têm apostado bastante na inovação tecnológica. Sentimos que a inovação tecnológica por si só já não chega. Há que pensar um pouco no futuro, como tornar as empresas europeias, e obviamente as de Portugal, mais competitivas para que possam fazer a diferença no mercado global.
O que pode fazer a diferença?
Achamos que a questão do design e da inovação pelo design, não só a inovação do design pelo produto, mas mais no design aplicado à definição do processo de produção ou até mesmo na identificação efectiva das necessidades de um determinado produto, podem ser os factores diferenciadores.
No fundo, o utilizador é também uma parte activa do processo de criação, em que podemos envolver o utilizador final no processo de criação como forma de protegermos e desenvolvermos um produto mais eficaz e um serviço mais eficiente.
É importante tomar consciência de que a componente de design, cultural e criativa é o que pode fazer a diferença daqui em diante nos nossos produtos, tendo em conta que a nível da investigação tecnológica, a escala mundial, as coisas estão mais ou menos equiparadas.
Entendemos que pode ser o futuro da Europa e também o futuro das empresas portuguesas e de Guimarães. Saber conciliar essas duas componentes, um forte património industrial com uma forte componente cultural e criativa que se vive na cidade, é um dos segredos do sucesso. Esta realidade é visível para algumas empresas de Guimarães, sobretudo as industriais, mas também as tecnológicas. Uma das empresas mais conhecidas dos últimos tempos, a Farfetch, tem aplicado a reforma tecnológica, mas tem por base o sector têxtil.
Existe uma mudança de atitude por parte dos nossos empresários?
Penso que há uma mudança. Estamos a sentir no tecido industrial o aparecimento de uma nova geração de empresários e de gestores que são sensíveis a estas questões e alguns deles já incorporam a tecnologia e o design. Só assim é que muitas das empresas têm sido bem-sucedidas a nível internacional. O aumento das exportações foi determinante para Portugal nos últimos dois anos. As indústrias da região Norte estão sensíveis a essa realidade e têm apostado na parte tecnológica, um pouco no design, mas não é suficiente. O que queremos com este congresso nem é tanto espoletar ou sensibilizar os empresários para isto, mas sim dar continuidade à sensibilização que já têm deste tema. Queremos aclarar este processo e mostrar que é possível.
A cidade está envolvida neste evento?
Uma das coisas que tivemos em atenção na elaboração do programa foi que não tivéssemos sessões simplesmente académicas. Queremos contar com a participação de todo o tecido produtivo da região. Queremos demonstrar que há empresas no terreno, e algumas aqui da região, a trabalhar nestas áreas. Vamos aproveitar o congresso para valorizar o trabalho que tem sido feito na região, sobretudo nestas novas empresas que acabaram por ultrapassar as dificuldades dos últimos dois anos e afirmar-se internacionalmente.
Desde 2001, o BICMINHO já apoiou a criação de mais de 200 novas empresas, com uma taxa de sucesso de 93%, responsáveis pela criação de mais de 2.500 novos empregos. Estima-se que, em 2014, estas empresas tenham gerado um volume de negócios global superior a 30 milhões de euros. Na área da inovação empresarial e internacionalização, o BICMINHO apoiou mais de 500 PME, que empregam mais de 8.000 trabalhadores, e que representam mais de 650 milhões de euros de volume de negócios.
Em entrevista ao Negócios em Rede, Nuno Gomes, administrador executivo do BICMINHO e director executivo da Associação dos BIC Portugueses, explica a relevância deste evento para a região e para o país, assim como os atributos com os quais conquistaram a decisão final da cidade a albergar o evento, tendo a cidade-berço ganho a corrida à capital francesa.
O que ofereceu Guimarães de diferente para ganhar uma candidatura a Paris?
Temos informação de que se candidataram para esta edição de 2016 cinco cidades. Quatro a nível europeu e uma fora da Europa. Sendo que as finalistas foram Guimarães e Paris. Não estive no painel de avaliação. Os argumentos que usámos terão decidido a favor da cidade. Mas foi um conjunto de factores. Na nossa candidatura utilizámos alguns argumentos. Primeiro, a questão da localização; Guimarães acaba por ser a cidade-berço de Portugal e é uma cidade com forte património industrial e uma história muito grande na área da indústria. Queremos valorizar cada vez mais a indústria, porque é o sector de actividade que tem mais capacidade de absorção de emprego e de criar mais emprego e riqueza, também tem sido aquele que tem dado mais mostras de afirmação a nível internacional com um aumento significativo das exportações. Este evento é uma mostra dessa realidade, fruto do património industrial que Guimarães detém e que ao mesmo tempo consegue conciliar com a componente cultural e criativa.
Foram estes os factores diferenciadores?
A conjugação da componente cultural e criativa e a aplicação das indústrias culturais e criativas, onde obviamente o design tem uma forte componente como forma de inovar nas empresas industriais, foi um pouco o argumento que utilizámos. Além disso, Guimarães é indústria de nacionalidade portuguesa e isso, obviamente, a nível histórico, conta muito. Guimarães também é Património Mundial da UNESCO o que também conta muito. Diria que foi um pouco essa conjugação de factores.
O tema desta edição é "Revisitar o passado, viver o presente, criar o futuro". Esta combinação encaixa na perfeição nesta correlação de indústrias…
Exactamente. Com base no passado e naquilo que vivemos actualmente, da promoção da indústria portuguesa lá fora, foi pensar o futuro nesta lógica. Portugal e a própria Europa têm apostado bastante na inovação tecnológica. Sentimos que a inovação tecnológica por si só já não chega. Há que pensar um pouco no futuro, como tornar as empresas europeias, e obviamente as de Portugal, mais competitivas para que possam fazer a diferença no mercado global.
O que pode fazer a diferença?
Achamos que a questão do design e da inovação pelo design, não só a inovação do design pelo produto, mas mais no design aplicado à definição do processo de produção ou até mesmo na identificação efectiva das necessidades de um determinado produto, podem ser os factores diferenciadores.
No fundo, o utilizador é também uma parte activa do processo de criação, em que podemos envolver o utilizador final no processo de criação como forma de protegermos e desenvolvermos um produto mais eficaz e um serviço mais eficiente.
É importante tomar consciência de que a componente de design, cultural e criativa é o que pode fazer a diferença daqui em diante nos nossos produtos, tendo em conta que a nível da investigação tecnológica, a escala mundial, as coisas estão mais ou menos equiparadas.
Empresas nacionais, sobretudo da região Norte, podem demonstrar, com o seu testemunho, os benefícios que alcançaram ao aplicar a componente de design e de inovação nos seus produtos.
O futuro das empresas europeias passa por uma aposta no design?Entendemos que pode ser o futuro da Europa e também o futuro das empresas portuguesas e de Guimarães. Saber conciliar essas duas componentes, um forte património industrial com uma forte componente cultural e criativa que se vive na cidade, é um dos segredos do sucesso. Esta realidade é visível para algumas empresas de Guimarães, sobretudo as industriais, mas também as tecnológicas. Uma das empresas mais conhecidas dos últimos tempos, a Farfetch, tem aplicado a reforma tecnológica, mas tem por base o sector têxtil.
Existe uma mudança de atitude por parte dos nossos empresários?
Penso que há uma mudança. Estamos a sentir no tecido industrial o aparecimento de uma nova geração de empresários e de gestores que são sensíveis a estas questões e alguns deles já incorporam a tecnologia e o design. Só assim é que muitas das empresas têm sido bem-sucedidas a nível internacional. O aumento das exportações foi determinante para Portugal nos últimos dois anos. As indústrias da região Norte estão sensíveis a essa realidade e têm apostado na parte tecnológica, um pouco no design, mas não é suficiente. O que queremos com este congresso nem é tanto espoletar ou sensibilizar os empresários para isto, mas sim dar continuidade à sensibilização que já têm deste tema. Queremos aclarar este processo e mostrar que é possível.
A cidade está envolvida neste evento?
Uma das coisas que tivemos em atenção na elaboração do programa foi que não tivéssemos sessões simplesmente académicas. Queremos contar com a participação de todo o tecido produtivo da região. Queremos demonstrar que há empresas no terreno, e algumas aqui da região, a trabalhar nestas áreas. Vamos aproveitar o congresso para valorizar o trabalho que tem sido feito na região, sobretudo nestas novas empresas que acabaram por ultrapassar as dificuldades dos últimos dois anos e afirmar-se internacionalmente.