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Alentejo pode ser “laboratório vivo” de soluções para alterações climáticas

Projeto Guardiões chega ao fim com balanço positivo. Conferências mobilizaram responsáveis públicos e privados. Ações com impacto em milhares de jovens.

26 de Dezembro de 2023 às 11:33

O Alentejo é uma das regiões portuguesas com valores ambientais mais bem preservados. Simultaneamente, é uma das zonas do país que mais está a sofrer com o impacto das alterações climáticas, com fenómenos meteorológicos extremos, como secas extremas, a serem cada vez mais frequentes. Esta realidade motivou o lançamento do projeto Guardiões, que está na sua fase final, mas que nos últimos dois anos sensibilizou milhares de jovens, mobilizou dezenas de responsáveis e entidades e desenvolveu centenas de ações, conteúdos e projetos sobre os atuais desafios ambientais, com o foco no Alentejo.

"O balanço do projeto é muito positivo. Executámos todas as ações a que nos propusemos, com grande sucesso", afirma Luís Loures, presidente do Politécnico de Portalegre, a entidade que, com o Fórum da Energia e Clima e a Comissão Coordenadora de Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo), lançou esta iniciativa para dinamizar a transformação da região num grande laboratório vivo para desenvolver conhecimento, soluções e projetos que aumentem a sustentabilidade na região, no país e no mundo. Isto a partir de um grande envolvimento de responsáveis do setor público e privado e de uma forte sensibilização da sociedade civil e da população, nomeadamente os mais jovens.

Conferências mobilizam Alentejo

Neste contexto, o projeto Guardiões desenvolveu duas linhas principais de ação: uma de investigação, partilha do conhecimento e desenvolvimento de soluções. E uma outra de sensibilização e educação ambiental. Na primeira linha de ação foram realizados diversos projetos, com destaque para cinco conferências internacionais, denominadas "Energy and Climate Summit". Estes eventos trouxeram ao Alentejo alguma da melhor ciência, bem como exemplos e boas práticas nacionais e internacionais no combate às alterações climáticas.

Este ciclo de conferências juntou, em diversas cidades alentejanas, mais de um milhar de participantes, com programas que trouxeram à região responsáveis políticos, empresariais e académicos, bem como especialistas nacionais e internacionais, nomeadamente de países de língua oficial portuguesa, que apresentaram e discutiram soluções para a crise climática. A primeira conferência no âmbito do Projeto "Guardiões" teve como temática "Educação e Conhecimento" e realizou-se em Portalegre. Seguiu-se Sines, onde o tema foi "Energia e Transição Justa". A terceira conferência, sobre gestão dos recursos hídricos, decorreu em Beja. Em Évora teve lugar a quarta conferência deste ciclo, com o tema da "Mobilidade e Transporte Ferroviário". A conferência final, dedicada à "Economia Circular", aconteceu já em abril deste ano, em Portalegre.

Formar "Guardiões"

Na área da sensibilização e educação ambiental, segundo Luís Loures, "interagimos com mais de 7500 alunos da região, utilizando conteúdos que desenvolvemos e adaptámos para a região, num processo extraordinário de colaboração com a CCDR, autarquias, agrupamentos de escolas e associações de jovens". Na perspetiva deste responsável, "os Guardiões que dão o nome à iniciativa são as crianças de seis ou sete anos ou os jovens de 16 ou 17 anos que conseguirmos sensibilizar para as questões ambientais. É com eles que temos de contar para assegurar um futuro mais risonho para a região".

Foi com este objetivo de "formar Guardiões" que a equipa do projeto esteve em 27 agrupamentos de escolas para realizar ações de sensibilização e promoveu também várias ações de limpeza ambiental na região, envolvendo dezenas de jovens em Marvão, Castelo de Vide e Évora.

"Interagimos com mais de 7500 alunos da região (...) num processo extraordinário de colaboração com a CCDR, autarquias, agrupamentos de escolas e associações de jovens." Luís Loures, presidente do Politécnico de Portalegre

Desenvolvimento e divulgação de conteúdos

Uma parte fundamental do trabalho do Guardiões foi o desenvolvimento, por uma equipa multidisciplinar, de conteúdos científicos e didáticos sobre questões ambientais que impactam a região e que foram objeto de divulgação através dos meios de comunicação social, dando origem a um website e a centenas de publicações nas redes sociais, que já contabilizam milhares de visitas. Da mesma forma, foi desenvolvida uma aplicação móvel, atualmente com centenas de utilizadores, que disponibiliza e "gamifica" um conjunto de práticas para a sustentabilidade.

 

O projeto criou também uma rede de dez sensores que medem continuamente a qualidade do ar em vários pontos do Alentejo, cujos resultados podem ser consultados, em tempo real, numa app dedicada.

 

Aplicar as boas práticas

Com a conclusão do projeto, abre-se uma segunda fase que deverá ser dominada pela aplicação, no Alentejo, do conhecimento já acumulado sobre o combate às alterações climáticas. "Neste projeto identificámos mais de 50 projetos de boas práticas, já executadas a nível mundial, que podem ser replicadas e implementadas no Alentejo", refere Luís Loures. Para o professor universitário, "o Alentejo pode ser um laboratório vivo, também do ponto de vista da implementação de medidas de mitigação do impacto das alterações climáticas". Na sua perspetiva, "é por aí que devemos ir. E é neste sentido que estamos a desenvolver novas propostas e novos projetos, quer de investigação quer de implementação e desenvolvimento, ligados a esta temática", conclui.

 

Refira-se que o Projeto Guardiões é cofinanciado pelo Alentejo 2020/Portugal 2020, com o código ALT20-09-5864-FSE-000004

 

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