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Setor agrícola deve comunicar melhor

A atividade já tem um papel relevante em temas de sustentabilidade, muitas vezes desconhecido dos consumidores, defende Assunção Cristas. É preciso comunicar melhor e acautelar que estas boas-práticas também pautam as relações laborais.

25 de Junho de 2024 às 12:53
Assunção Cristas, na conferência em Santarém
Assunção Cristas, na conferência em Santarém
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O setor agrícola tem trabalho feito, conhecimento e oportunidade para assumir uma posição de relevo nas estratégias para uma economia mais sustentável. Precisa de saber comunicar melhor o trabalho que já faz e de perceber o seu papel. Deve também permanecer vigilante de outras boas-práticas na atividade, como a defesa dos direitos laborais, sublinhou Assunção Cristas, na conferência Semear o Futuro, projeto criado pela Mercadona e CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal, a 26 de abril, dia da Produção Nacional, para promover a importância do setor agroalimentar na economia nacional, através de debates e divulgação de boas-práticas.

"O setor agrícola muitas vezes é mal compreendido e muitas vezes é maltratado porque quem está de fora não o percebe e quem está dentro não o consegue explicar", defendeu Assunção Cristas, professora da Nova School of Law e sócia responsável pela Plataforma de Serviços Integrados ESG e área do Ambiente na Vieira de Almeida e Associados. Esse desconhecimento estende-se às práticas com impacto positivo no ambiente, que já são muitas e podem facilmente aumentar. 

O tema da sustentabilidade "é também uma oportunidade para o setor agrícola, que pode pegar nessa agenda e dinamizá-la, até porque esse trabalho já está a ser feito, os próprios agricultores é que não o valorizam porque olham para isso como algo normal", acredita a ex-ministra da Agricultura e do Mar.  O setor "precisa de compreender o seu papel, comunicar melhor o que está a fazer, partilhar bons exemplos" e ser ajudado em algumas áreas, para tirar maior partido de soluções com impacto positivo para o ambiente e para a sua própria atividade. 

 

No domínio dos bons exemplos, Assunção Cristas destacou o impacto positivo da pecuária extensiva para a pegada de carbono, ou de uma utilização cada vez mais eficiente da água. Já no que se refere a apoios, lembrou que um acesso mais facilitado a comunidades de energia pode ser um incentivo à produção da própria eletricidade, como a disponibilidade de internet em todo o país pode acelerar a adoção de sistemas que comunicam entre si e facilitam uma gestão mais eficiente da atividade. 

 

Outro aspeto importante, considerou a oradora na conversa que abriu o evento promovido pela Mercadona e pela CAP, é que o setor se mantenha atento "às questões do respeito pelos direitos humanos e laborais" e dê, também aí, o seu contributo para um mercado alinhado com as melhores práticas. "Nesta área dos direitos laborais, as empresas têm de garantir que o que pagam chega a quem deve, como deve e a trabalhadores que cá estão de forma regular", sublinhou Cristas, que elegeu este como um dos grandes temas atuais do setor agrícola, juntamente com as questões da água, energia e poluição. 

"Hoje temos novas ferramentas que dão informação mais fidedigna, permitem prever e também ajudam a aliviar a pressão da atividade com a proteção do ambiente." Assunção Cristas, professora da Nova School of Law e sócia responsável pela Plataforma de Serviços Integrados ESG e área do Ambiente na Vieira de Almeida e Associados

 

Sustentabilidade pede mais modernização e alinhamento político

Nos últimos anos, os setores agrícola e agroindustrial têm mostrado "uma enorme capacidade de resiliência e inovação", que se voltou a confirmar durante a crise e a seguir durante a pandemia. O momento é novamente de desafio que "não é agudo mas é igualmente importante" e que está relacionado com as alterações climáticas. "Hoje produz-se azeite em paralelos e imagináveis", lembrou Assunção Cristas, ilustrando como a transformação do clima fecha oportunidades, mas abre outras. Governos e empresas devem preparar-se para mitigar riscos e potenciar oportunidades. Continuando as empresas o caminho da modernização. "Hoje temos novas ferramentas que dão informação mais fidedigna, permitem prever e também ajudam a aliviar a pressão da atividade com a proteção do ambiente." 

 

Os governos devem pensar e procurar apoios para cada novo projeto pondo o tema da sustentabilidade no centro, "analisando o impacto nas emissões de carbono, os contributos para a biodiversidade e para os vários serviços de ecossistemas". Assunção Cristas garante que foi assim com o Alqueva, quando teve a pasta da Agricultura: "Mais do que um tema agro, foi tratado como um tema de coesão territorial, mas também de adaptação e mitigação das alterações climáticas." Hoje é ainda mais necessário que esse seja o "argumento e não só por uma questão de angariar apoios, mas porque é o que faz sentido", frisou.


Agroindústria suporta exportações acima da média em Santarém

A maior parte das exportações provenientes do concelho de Santarém, que tem um saldo de exportações acima da média nacional, vêm da agroindústria, confirmou um estudo encomendado pela autarquia. Ricardo Gonçalves, presidente da câmara, citou-o na abertura da conferência promovida pela Mercadona e pela CAP, para sublinhar que, para o concelho, "apostar nesta área é apostar no futuro" e para o país também deve ser. O autarca salientou o esforço de modernização feito nos últimos anos pelo setor, para referir que "aqueles que conseguem antecipar o futuro alcançam os seus objetivos mais rápido" e falar em exemplos, como o do azeite. Portugal exporta hoje mais de 1.000 milhões de euros em azeite. O número reflete um aumento de 10% na área de exploração, que teve um impacto de 200% na produção, destacou.

   

  

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