Outros sites Medialivre
Negocios em rede
Mais informações

C•Studio é a marca que representa a área de Conteúdos Patrocinados do universo Medialivre.
Aqui as marcas podem contar as suas histórias e experiências.

Notícia

Em sintonia com o ecossistema

Responsáveis da Frutas Patrícia Pilar, Pasto Alentejano e Horpozim confirmam que em diferentes áreas de atividade e zonas do país, o setor agroalimentar partilha visões e problemas.

25 de Junho de 2024 às 12:52
Hernâni Saldanha, diretor técnico de hortícolas da Frutas Patrícia Pilar, Filipe Serralheiro, COO do Pasto Alentejano, Manuel António Silva, presidente da Horpozim, e Sandra Mourinha Chaves, CEO da WeNou e investigadora do Comité Científico da Mercadona
Hernâni Saldanha, diretor técnico de hortícolas da Frutas Patrícia Pilar, Filipe Serralheiro, COO do Pasto Alentejano, Manuel António Silva, presidente da Horpozim, e Sandra Mourinha Chaves, CEO da WeNou e investigadora do Comité Científico da Mercadona
  • ...

Uma produção mais sustentável é uma produção mais rentável e de maior qualidade, indispensável para responder a um consumidor cada vez mais exigente, concordaram os intervenientes no painel "Sustentabilidade da Produção ao Consumidor", da conferência Semear o Futuro. 

 

Dos frutos às hortícolas, passando pela carne, as estratégias podem mudar, mas o objetivo e as visões podem ainda assim ser comuns. "O nosso trabalho tem sido orientado para maximizar a produção usando da melhor forma possível os recursos naturais que temos", destacou Hernâni Saldanha, diretor técnico de hortícolas da Frutas Patrícia Pilar. No caso, esta empresa familiar tem apostado em regiões com microclimas altamente favoráveis ao desenvolvimento dos produtos que produz, como um dos grandes trunfos para levar produtos de qualidade ao mercado. Progressivamente, foi juntando a isso o poder da ciência e da tecnologia para tornar a produção mais eficiente e amiga do ambiente, com sistemas de rega e monitorização inteligentes ou recurso a auxiliares em vez de químicos, para manter o equilíbrio das culturas. Começou no Oeste com o tomate, que se mantém a estrela da companhia, mas hoje está em várias zonas do país com diferentes variedades de hortícolas e fruta. 

"O nosso trabalho tem sido orientado para maximizar a produção usando da melhor forma possível os recursos naturais que temos." Hernâni Saldanha, diretor técnico de hortícolas da Frutas Patrícia Pilar

A Pasto Alentejano tem procurado afirmar como imagem de marca a promoção do bem-estar animal. "Costumamos dizer que o importante é ter boas casas, boa água e muito espaço", resume o COO Filipe Serralheiro, defendendo que "estas condições beneficiam primeiro que tudo os produtores, porque os animais crescem bem e mais barato". 

 

Na fase de engorda dos ovinos que a Pasto Alentejano recebe dos criadores, têm sido feitas outras mudanças importantes para assegurar a qualidade dos animais, que são depois vendidos para o mercado nacional e internacional. "Deixámos completamente de usar antibióticos na fase de desenvolvimento dos animais, porque percebemos que era mais fácil caminhar nesse sentido e criar rações que promovem um crescimento mais rápido" sem outros efeitos. Filipe Serralheiro admitiu, no entanto, que na sua área de trabalho ainda há espaço para melhorias importantes, principalmente na parte final da cadeia de valor, na qual acredita que uma maior industrialização das fábricas e salas de desmanche e mais formação dos recursos humanos seriam importantes para garantir processos mais controlados. 

"É importante ter boas casas, boa água e muito espaço para os animais [...], estas condições beneficiam primeiro que tudo os produtores, porque os animais crescem bem e mais barato." Filipe Serralheiro, COO da Pasto Alentejano

A Horpozim, representada pelo presidente Manuel António Silva, promove as mesmas linhas de ação junto dos associados: profissionalização e práticas sustentáveis. As temperaturas amenas e a brisa marítima estão para o Oeste do país como o saber das gentes da região para transformar solos de areia em zonas de cultivo fertilizadas por sargaços estão para a Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, onde estão os mais de 800 associados da Horpozim. Dá aos produtos da região características únicas que podem ser ainda mais valorizadas com uma produção sustentável e com a certificação, como sublinhou Manuel Silva. Esse esforço na região tem várias frentes, o responsável destacou a iniciativa em marcha para a certificação como produtos com Indicação Geográfica Protegida da cebola, couve-penca e tomate-coração-de-boi da Póvoa e o trabalho da associação na promoção da certificação dos produtores e das suas explorações. 

"Ainda existe o estigma de que a agricultura é um sinal de baixa escolaridade." Manuel António Silva, presidente da Horpozim - associação empresarial agrícolaR

Os três responsáveis também partilham as dificuldades no acesso a mão de obra. "Ainda existe o estigma de que agricultura é um sinal de baixa escolaridade", sublinhou Manuel Silva, que vê aí uma das razões para a baixa atratividade do setor. Uma opinião partilhada pelos colegas de painel, com Hernâni Saldanha a salientar que estas dificuldades se sentem também ao nível da mão de obra qualificada e que isso afeta a capacidade de avançar com novos projetos. 

Segurança alimentar é fundamental em toda a cadeia 

Estamos habituados a pensar em segurança alimentar, olhando sobretudo para a parte final da cadeia de valor, mas há muito mais a considerar para garantir que o que nos chega ao prato é seguro e fiel ao que se anuncia, sublinhou Sandra Mourinha Chaves, CEO da WeNou e investigadora do Comité Científico da Mercadona.   

  

"Tanto a saúde dos animais como a das culturas têm um impacto direto na segurança alimentar dos consumidores. Estamos mais habituados a pensar em segurança alimentar nos produtos finais, mas não é só isso que é relevante. A utilização excessiva de antibióticos ou pesticidas na produção tem impacto nessa segurança", sublinhou a investigadora.

 

Os testes laboratoriais têm um papel fundamental neste controlo da autenticidade, que pode não ser respeitada em diferentes pontos da cadeia de valor e com diferentes motivações e impactos. Quando surge em fases precoces desta cadeia, nem sempre está relacionado com o uso abusivo de substâncias. "Em alturas de crise e instabilidade, quando faltam matérias-primas e os preços aumentam, há um clima mais propício à adulteração de componentes nos alimentos", muitas vezes para poupar no produto final, alertou Sandra Chaves.
 

Mais notícias