As PME e as grandes organizações recorrem ambas à "cloud", mas com diferenças. As grandes organizações,explica Abel Aguiar, director de Produto e Pré-Venda B2B da PT, exigem "um maior nível de customização, em ambientes de ‘cloud’ privada ou híbrida, valorizando serviços que incorporem ‘workflows’ com diferentes perfis e níveis de aprovação, integração com Active Directory e a sua rede privada, serviços de suporte e contratos com níveis de serviço que traduzam a exigência de redundância, segurança e robustez das plataformas". Quanto às PME, a valorização do critério "preço assume maior preponderância", pelo que a "cloud" pública é normalmente "a primeira opção", valorizando a simplicidade destes serviços e buscando mais serviços de Software as a Service (SaaS) em detrimento de Infrastructure as a Service (IaaS).
O modo como se transita para a "nuvem" depende do objectivo estratégico de cada empresa e das suas capacidades internas. A nível internacional e nacional, as empresas começam por adoptar serviços que suportam processos "menos críticos, temporários ou necessidades pontuais", como ambientes de desenvolvimento, sistemas simples para alojamento de sites, e-mail, sincronização de informação e servidores virtuais.
Preparar uma organização para trabalhar com a "cloud" requer "adaptação de processos de negócio" para se ter benefícios. Abel Aguiar destaca três áreas a título de exemplo: "Processos de compras de hardware e software que duram meses são encurtados para minutos numa compra ‘cloud’ em regime ‘self-care’; mobilidade na operação da actividade, uma vez que os serviços se encontram acessíveis em qualquer lugar e a qualquer hora, não se encontrando dependentes da localização física da empresa ou do colaborador, optimizando a produtividade dos colaboradores pelo uso de postos de trabalho virtuais; definição de novas formas de abordagem ao mercado e estratégias de internacionalização, libertando a organização para equacionar novos modelos de expansão geográfica."
Funções alteradas
A adopção das soluções "cloud" não reduz a importância do departamento de TI nas grandes empresas, mas impõe uma "alteração" do tipo de funções e de âmbito de responsabilidade dentro da organização. Com esta nova realidade, o departamento de TI, "fundamental no sucesso da organização como um todo nas grandes organizações", assume um perfil de "maior controlo de níveis de serviço, executando de forma simplificada e automática actividades de gestão operacional, compras e manutenção". Quanto aos processos de inovação que a "cloud" pode introduzir numa organização, estes são o "lançamento rápido de novas ofertas, a experimentação com baixo risco de novos modelos de negócio e as tecnologias".
Serviços PT
A PT disponibiliza um conjunto alargado de serviços orientados a todas as empresas portuguesas, organizações e sector público. Ao nível de "data center" presta serviços de "‘housing’, ‘backup’ e ‘storage’", diz Abel Aguiar, acrescentando que esta rede de "data centers" se encontra "integrada na rede europeia de Data Centers Altice, com presença em França e Suíça".
No que diz respeito às soluções em "cloud" "serviços de IAAS, como ‘virtual data centers’, ‘cloud backup’, ‘cloud storage’, ‘disaster recovery aaS’; soluções de PaaS, como SAP,SQLaaS e SaaS, apresentando um conjunto de soluções de colaboração e sistemas de informações orientados a verticais". Transversalmente, "existe um conjunto de serviços de gestão de TI, SI e segurança", assegura o responsável da PT, destacando ainda o apoio dado pela organização às empresas, através de uma equipa de TI & Cloud que contribui para o desenho e a proposta das soluções e serviços adequados a cada cliente "numa lógica consultiva".
Mais procurados
O que os clientes mais procuram nesta área são os serviços de IaaS e de colaboração. Não obstante, prossegue Abel Aguiar, existem clientes da PT com uma percentagem significativa do seu "landscape" na "cloud", atingindo mesmo 100%, com soluções mais alargadas e complexas de serviços "cloud". "Enquanto uma start-up ou PME em início de actividade rapidamente adopta uma arquitectura ‘full cloud based’, o percurso de uma média e grande empresa é feito gradualmente, acompanhando processos de renovação e optimização tecnológica, novas estratégias de inovação e redução de custos, criação de novos produtos…"
Indagado sobre qual é a taxa de adopção de soluções "cloud" em Portugal, responde que "mais de 40% das empresas nacionais já têm serviços ‘cloud’, sendo que a maioria com serviços de colaboração – em que o e-mail assume especial destaque – e virtualização/computação".
Pedido um balanço do Data Center PT, inaugurado em 2013, na Covilhã, Abel Aguiar diz que é "bastante positivo", verificando-se uma adopção "crescente" quer de serviços tradicionais, como "housing", quer de "cloud", revelando "a maior confiança do mercado na externalização, a tendência de digitalização nos modelos de negócio e a preocupação com a segurança empresarial".