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Candidaturas ao ensino superior 2021
Notícia

As vozes da experiência apontam o caminho certo

Reitores, diretores e presidentes direcionam os estudantes que vão ingressar no ensino superior

12 de Julho de 2021 às 14:36
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A candidatura ao ensino superior é uma etapa importante na vida de um estudante. O ensino secundário ficou para trás e está na altura de abraçar um novo desafio. Há estudantes com muitas certezas em relação ao seu futuro, ao que querem seguir. Mas também os há com dúvidas sobre áreas, cursos, instituições. Para ajudar os indecisos, mas também para dar uma oportunidade de refletir aos que não têm dúvidas, apresentamos neste trabalho várias universidades, faculdades e politécnicos. Mostramos o que distingue cada uma destas instituições e que programas oferecem. Apontamos, igualmente, as áreas com mais saída no mercado. E dão-se dicas sobre o futuro e conselhos… preciosos!

 

Neste sentido, falámos com reitores, diretores, presidentes e coordenadores das instituições de ensino superior e pedimos que dessem alguns conselhos sobre o futuro aos jovens que vão ingressar no ensino superior no próximo ano. A riqueza das respostas é incomensurável.

 

Comecemos com Ana Pinto Borges, presidente do Conselho Pedagógico do ISAG-EBS e Cristina Cunha, coordenadora da Formação Executiva do ISAG-EBS. As duas responsáveis explicam que hoje estamos perante uma geração que, muitas vezes, procura respostas imediatas às suas questões, anseios ou momentos de decisão, tudo natural face ao ritmo que a sociedade impõe à nossa vivência. Assim, o principal conselho que daria a um jovem que vai ingressar no Ensino Superior é que "dedique tempo a este momento tão importante do percurso académico e pessoal, dando espaço à análise e ponderação de todos os fatores que podem e devem pesar na sua decisão".

 

"Se a localização ou a média são critérios mais imediatos, não podem ser exclusivos no momento da seleção de uma instituição e de um curso", avisam, recomendando que se analise bem a oferta formativa, que tem vindo a multiplicar-se, alinhando aos objetivos do próprio jovem. "Por exemplo, se pretende uma formação mais profissionalizante e curta, pode optar por um Curso Técnico Superior Profissional. Se procura um grau académico e conhecimento mais especializado e aprofundado na área, o ideal será seguir uma licenciatura que pode, depois, levar a um mestrado". Depois de escolhido o tipo de formação, há outras questões a ser ponderadas, como quão atualizado é o plano de estudos do curso pretendido, o peso que o digital e as soft skills têm no plano curricular e nas atividades da instituição, a possibilidade de estagiar a nível nacional e internacional, a taxa de empregabilidade e as atividades extracurriculares.

 

Face a todas as possibilidades que se apresentam aos jovens-adultos que querem potenciar ao máximo a sua passagem pelo ensino superior, Ana Pinto Borges e Cristina Cunha aconselham, por isso, que "estes e outros fatores sejam analisados de forma criteriosa e também partilhada com os pares, com as famílias e com as próprias instituições e os seus atuais e antigos alunos, por norma recetivos a informar e esclarecer os futuros estudantes". No ISAG-EBS foram preparados, inclusive, novos conteúdos digitais para responder a esta necessidade, nomeadamente, "uma visita virtual e ainda uma série de podcasts (The Next Step) com alumni e com pessoas de referência na área cujos exemplos e percursos vão certamente inspirar os mais jovens na escolha do seu caminho académico e profissional".

 

Atenção, pode haver surpresas

À pergunta que conselhos daria a um jovem que vai ingressar no ensino superior no próximo ano, Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da Universidade Portucalense (UPT), responde que esta é para si uma questão tão relevante, quanto simples de responder, na medida do que há muitos anos, nas suas funções académicas, vem comentando periodicamente.

 

"As(os) jovens devem procurar os cursos para os quais tenham mais motivação e apetências nessa importante fase das suas vidas, percebendo que, se por razões diversas, não conseguirem essa entrada de potencial primeira opção, têm imensa probabilidade de virem a gostar, e muito, dessa outra opção que escolham".

A este conselho de Sebastião Feyo de Azevedo está associado algo de muito importante que as(os) estudantes devem antecipar: "Vão ter imensas oportunidades de se juntarem e trabalhar em grupos de interesse cultural, grupos de discussão de temas da sociedade e da humanidade, desde logo como a igualdade, democracia e sustentabilidade, e grupos de prática de desporto; vão formar-se numa perspetiva global e que tenham a certeza de que vão ter necessidade de continuar a estudar, de aprofundar as suas áreas de interesse ou de redirecionar os seus conhecimentos, ao longo das suas vidas."

 

O reitor da UPT repete o que acima já comentou: primeiro, naturalmente que os conhecimentos específicos das áreas que escolheram; mas, também primeiro, formação global, humanista, equilibrada; e desenvolvimento da capacidade crítica de procura e escolha da informação inesgotável que têm à distância de um clique, o que significa a capacidade de distinguirem o trigo do joio, de identificarem e deitar fora as notícias e informações falsas...

 

O conselho que Pedro Nunes da Costa, presidente da Coimbra Business School | ISCAC daria a um estudante que vai ingressar no ensino superior no próximo ano letivo é que "aproveitem a experiência do ensino superior para adquirir conhecimentos cada vez mais abrangentes, envolvendo diferentes áreas". Hoje e no futuro, os problemas, empresariais e outros, só conseguirão ser resolvidos "com os contributos conjugados de várias disciplinas: o combate, quer à Covid-19, quer aos seus efeitos sociais e económicos, é, aliás, um bom exemplo disso".

 

"O futuro irá exigir cada vez mais trabalho interdisciplinar e colaborativo, envolvendo as ciências sociais e humanas, as ciências empresariais, as tecnologias digitais e as ciências de dados, entre outras. Em três palavras, o conselho é: Knowledge & Open Mind. E uma das instituições do ensino superior português melhor preparadas para criar nos alunos essa visão moderna é seguramente a Coimbra Business School | ISCAC", afiança Pedro Nunes da Costa.

 

Aproveitar o contexto académico ao máximo

 

Já Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, começaria por dizer aos estudantes que estão a fazer o que é correto, pois "com a aposta no conhecimento e na empregabilidade qualificada vão ter uma vida melhor, mais preenchida e vão sentir-se mais realizados". Quanto a conselhos, apenas que "aproveitem o contexto académico ao máximo e a todos os níveis, que sigam os sonhos e as áreas de formação pelas quais se sintam mais atraídos".

 

Rui Pedrosa alerta os estudantes para trabalharem muito e, para além do foco no sucesso académico do curso, participarem nas atividades académicas promotoras de competências transversais, quer sejam de responsabilidade social, cultural ou de imersão internacional.

 

Investir também a nível pessoal

 

Por sua vez Joana César Machado, coordenadora das Licenciaturas da Católica Porto Business School (CPBS), diria que "é muito importante investir na sua formação profissional, mas também enquanto pessoa, e que na CPBS encontrará uma IES que tem um grande enfoque no desenvolvimento de competências pessoais e sociais a par do desenvolvimento das competências técnicas".

 

A responsável da CPBS aconselharia igualmente um ou uma jovem a tirar o máximo partido desta etapa fundamental da sua vida e das interessantes oportunidades curriculares e extracurriculares a que terá acesso. Terão que estar preparados para os desafios que vão encontrar, porque inicia um novo ciclo de ensino com características diferentes do ensino secundário e terão que se adaptar a uma nova envolvente. "Contudo, com empenho e sentido de compromisso, certamente que conseguirá aproveitar as oportunidades que irão surgir e, assim, preparar-se da melhor forma para o seu futuro", assegura vez Joana César Machado.

 

Não é preciso saber as leis de cor

 

Manuel Fontaine, diretor da Escola do Porto da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, aconselharia os jovens interessados em ingressar numa licenciatura em Direito a começar, desde o início do curso, a desenvolver o raciocínio jurídico. "Quando entram na faculdade, alguns estudantes trazem a ideia preconcebida de que, no curso de Direito, vão ter de saber as leis de cor, vão ter de ‘marrar os códigos’. Nada de mais errado. Os juristas não têm de saber as leis de cor, mas saber identificar, interpretar e aplicar as normas relevantes.

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