Radical, talvez, Wim Mijs, o CEO da Federação Europeia de Bancos (EBF), afirma que "tudo prospera pela tecnologia digital. O que não está no meu telemóvel não existe".
A frase do diretor-geral da EBF, que agrega 32 associações nacionais europeias, resume a ideia que o próprio há muito tem vindo a sustentar, "serviços digitais constituem uma prioridade estratégica para os bancos europeus".
Este ano, a banca europeia projeta investir mais de 62 mil milhões de euros em tecnologias de informação, segundo refere o dossiê "Facts & Figures 2017", publicado em meados de setembro pela EBF.
Acresce que, segundo refere o mesmo documento, 56% dos bancos europeus planeiam aumentar a sua segurança cibernética, uma preocupação que cresceu 9% nos últimos três anos.
A ameaça de ataques e fraudes através das redes digitais de comunicação surge efetivamente como um dos problemas críticos para o setor do comércio online, mas também para o sector financeiro - que tem como prioridade a proteção dos dados dos seus clientes.
Boas práticas evitam problemas
"Phishing", "pharming", "spyware" são termos frequentemente ouvidos quando se fala em transações eletrónicas e que podem atemorizar os clientes bancários cada vez mais habituados a lidar virtualmente com as instituições onde mantêm os seus depósitos.
Uma série de boas práticas e cuidados são fundamentais para salvaguardar os dispositivos na altura em que deles se fizer um uso mais critico. Seja, por exemplo, com transações bancárias ou pagamentos "online". É que se as instituições investem cada vez mais em mecanismos de prevenção nos seus sistemas informáticos, aos clientes é sempre recomendado que tenham em conta um conjunto de procedimentos eficazes e de reserva, capazes de acautelar a segurança das suas operações.
A banca encarrega-se de usar os seus próprios meios de comunicação para fornecer sistematicamente informação sobre este assunto. É o caso da CGD cujo "site" partilha uma página onde se sistematiza as principais recomendações.
Aí se destacam rotinas, como a de evitar usar computadores públicos para interagir com os bancos; fazer uma atualização permanente do "software" e dos programas de antivírus; ter cuidados acrescidos com mensagens e e-mails de origem desconhecida ou duvidosa; a exigência de verificar se as páginas são totalmente credíveis e têm certificado de segurança (o seu endereço deve começar sempre com https://).
Soluções que acrescentam segurança
No combate à fraude, além dos cuidados a ter com o uso de cartões em caixas automáticos e terminais de pagamento, os bancos têm vindo a adotar e recomendar a utilização de serviços específicos para realizar transações. Alguns tornaram-se obrigatórios, muito embora grande franja de utilizadores ainda o desconheça quando impedida de concretizar as suas operações. São os casos do 3D-Secure e MB NET.
O 3D-Secure é um serviço gratuito de pagamentos online, compatível com as redes Visa e Mastercard e que confere uma segurança adicional através do envio de um código numérico - para o titular do cartão, via sms, e para cada compra que este leve a cabo.
Paralelamente, o serviço MB NET permite ao aderente criar um cartão temporário, associado a cartões de débito ou crédito (Mastercard ou Visa) com um montante máximo disponível, para utilizar em compras e pagamentos "online" em "sites" nacionais e estrangeiros. Desta forma, nunca são disponibilizados dados bancários reais ao comerciante.
É a própria CGD a reforçar que se pode aderir a qualquer um destes mecanismos de segurança através do serviço de Internet Banking. No caso do MB NET, a criação de cartões virtuais pode ser feita através do seu serviço Caixadirecta – quer seja via web ou via APP Caixadirecta.