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Caixa reafirma liderança no crédito a médio e longo prazo das empresas

O presidente executivo da Caixa participou no último Encontro Fora da Caixa de 2017 e destacou o acompanhamento da CGD junto das empresas.

03 de Janeiro de 2018 às 12:10

O Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, foi o palco escolhido para o X Encontro Fora da Caixa à volta do tema Sucesso Empresarial. O presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, Emílio Rui Vilar, sublinhou ser de "elementar justiça reconhecer a resiliência das empresas portuguesas e a sua capacidade de se reinventar perante a crise económica e financeira assim como o seu contributo para a retoma da Economia e sua consolidação".


Perante uma plateia de empresários, gestores, académicos e restantes convidados houve ainda lugar à reafirmação do papel da Caixa que ressalva este responsável "está recapitalizada, sólida e com excelentes rácios de liquidez". "Podemos servir mais rápido, melhor e mais eficazmente as empresas. O facto de sermos líderes no programa Capitalizar é um sinal visível desta nova dinâmica", salientou ainda.

 

Como construir instituições eficazes?

Destaque para a intervenção de Manuel Ferreira de Oliveira, engenheiro, professor universitário e gestor com ampla experiência na condução de grandes organizações, que protagonizou o segundo painel da iniciativa. Começou por identificar o tópico Governance como o principal problema das empresas familiares, médias e grandes e exaltou a importância de a gestão poder contar com um challenger permanente que protagonize o papel do "contraditório construtivo".


A sua mensagem continuou com a identificação de três pilares essenciais que podem fazer a diferença nos saltos estratégicos das empresas. Desde a necessidade de a gestão, e restante equipa, manterem hábitos de aprendizagem permanente; passando por uma robusta estrutura de valores; e pela capacidade de se estabelecer um compromisso entre uma gestão de curto, médio e longo prazo, todos constituem verdadeiras alavancas para a eficácia.

 

Quais os desafios para as melhores PME?

Logo no primeiro painel deu-se voz aos casos de gestão de empresas nacionais, nomeadamente ao gestor da PEGOP, Centro de Produção de Eletricidade do Pego, considerada a melhor PME de 2016. José Augusto Grácio refere um dos principais obstáculos – o de fixar trabalhadores no interior.


Já Ramalho do Nascimento, administrador-delegado da PortSines, contou que aquele porto alentejano está a crescer e tem paz laboral. Não obstante, referiu que uma das dificuldades dos portos portugueses é a mão-de-obra. Outro problema que apontou é a ligação a Espanha, recordando que o porto de Sines é o porto da Estremadura espanhola.


O administrador da Visão do Tempo II, Frederico Carneiro, destacou que a crise representou uma oportunidade de crescimento para esta empresa que a terá aproveitado para crescer e ocupar boas posições nos centros comerciais. À semelhança do que referiu José Augusto Grácio, Frederico Carneiro sublinhou que é difícil encontrar pessoas para trabalhar no interior, onde aliás a empresa tem três projectos novos.

 

Novos desafios para 2018 marcam agenda

Pedro Rocha e Melo, administrador executivo da Brisa Auto-Estradas de Portugal, Pedro Carreira, presidente do conselho de administração da Continental Mabor, e Guy Villax, CEO da Hovione, juntamente com Paulo Macedo, fizeram parte do painel de oradores de "Os Desafios para 2018". Guy Villax elogiou a qualidade do ensino superior português e dos seus alunos e disse não ver a disrupção como uma ameaça. "Nós [Hovione] fazemos a disrupção", atirou.


Pedro Carreira destacou a eficiência da operação portuguesa na produção de pneus agrícolas, explicando que 2% ficam em Portugal e 98% são exportados. A fábrica produz também pneus para marcas de luxo como Porsche, Ferrari e Rolls-Royce e fica situada em Lousado. "Já Pedro Rocha Melo frisou que "a construção de auto-estradas acabou e a Brisa tem de se reinventar".


Neste que foi o ponto alto do evento, constantemente salpicado com palmas da plateia que bebeu com entusiasmo as palavras dos diversos oradores, Paulo Macedo disse acreditar que não se repetirão os problemas na concessão desregulada de crédito, porque "os bancos têm sistemas de análises de crédito e exigências de capital distintos". "Mudou o rigor da concessão e as próprias exigências de capital e de enquadramento do crédito, designadamente a sua penalização. A penalização para a própria banca não tem nada a ver com a penalização que tinha antes", refere.


O ex-ministro da Saúde recordou que "a CGD tem uma proximidade às empresas portuguesas de décadas" e mantém uma característica especial em termos de crédito empresarial. Ou seja: "Tem uma posição de liderança com as empresas no crédito de médio e longo prazo, nos projectos mais complexos e mais associados ao investimento; e uma menor penetração no crédito de curto prazo, com critérios de decisão mais fáceis."


Sobre o impacto das "fintech" nos bancos, Paulo Macedo explica: "Atualmente a maior concorrência está nas áreas não "core" dos bancos, isto é, "os sistemas de pagamento e crédito ao consumo. Na área ‘core’ do banco, por exemplo, os depósitos, as "fintech" fogem como o diabo da cruz, porque para aceitarem depósitos era preciso ter capital, que não tem. E é preciso sujeitarem-se à regulação que não querem." A banca tem por isso que servir melhor "na área da segurança, depósitos e na relação duradoura e a Caixa tem feito isso".


O fecho do X Encontro Fora da Caixa esteve a cargo de Nicolau Santos, que ao abandonar o seu cargo de director do Expresso, deu aqui relevo ao papel dos empresários e dos artistas. Identificou semelhanças entre ambos, ao dependerem do seu talento; das suas convicções e da sua perseverança. Exaltou o desempenho das empresas nacionais e destas enumerou um conjunto de líderes mundiais que o confirmam. Esta "lista de campeões" resulta de uma evolução assinalável ao longo do tempo.

Este ciclo de encontros, organizados pela CGD, terá seguimento no próximo ano com o mesmo princípio de contextualizar empresas de alcance local e regional na realidade nacional e internacional.




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