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Os “millennials” crescem e os balcões diminuem

Os maiores bancos portugueses registam um crescimento maciço das interacções através das plataformas digitais. E as transacções através das apps e do “mobile” começam a ultrapassar as do “homebanking”.

29 de Junho de 2017 às 18:39

Recentes acontecimentos, alguns dramáticos, podem ter-nos lembrado de que ainda há um Portugal profundo, envelhecido e com hábitos enraizados. Ainda assim, já permeável ao uso de telemóveis, cuja elevada proliferação os coloca nas mãos de qualquer um, em qualquer lugar dos mais escondidos do país.

 

Do telemóvel ao smartphone, que é já hoje um acessório preferencial para as interacções bancárias, tudo indica ir um passo mais curto do que se poderia supor.

 

Há cerca de um ano, entre os portugueses com mais de dez anos residentes em Portugal que possuíam telemóvel, 68% tinham smartphones. E o Barómetro de Telecomunicações da Marktest indicava ainda que, em três anos, desde Abril de 2013, a introdução desses equipamentos tinha aumentado 89%.

 

"Na nossa opinião, o futuro será ‘mobile first’. E à medida que os ‘millennials’ entram na idade adulta e no mercado de trabalho a adesão será exponencial, à semelhança do que aconteceu noutras indústrias como a música, os media", sublinha fonte oficial do Banco Santander Totta, contactada pelo Negócios em Rede, para avaliar a actual situação do "e-banking" no país.

 

A chamada geração "millennials", uma definição criada pelos autores norte-americanos William Strauss e Neil Howe em 1991, segundo refere a revista Forbes, tem vindo a impor os seus hábitos e modos. Na prática, falamos dos cidadãos que nasceram entre 1980 e 2000, de entre os quais a fornada mais nova está a entrar na idade adulta. E que não conseguem sequer conceber como viver sem interacções digitais.

 

Internet "banking"

Os portugueses aproximam-se cada vez mais dos índices europeus, no que toca ao uso da internet. E nalguns casos até suplantam a média europeia: seja na participação em redes sociais, seja no preenchimento e envio de formulários oficiais para organismos da administração pública – 41% contra 32% da União Europeia, em 2015.

 

O Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística no final do ano passado, assinalava não só que o acesso à internet em casa era "uma realidade para 74% das famílias portuguesas", como 72% dos utilizadores tinham acedido à rede em mobilidade, um "valor que era de 35%, em 2012". Mais. Em 2016, o telemóvel/smartphone já era um equipamento mais utilizado (78%) do que o computador portátil (73%).

 

Em dois anos, entre Dezembro de 2014 e de 2016, o número de utilizadores de "mobile banking" cresceu 7,6%, segundo dados do estudo regular Basef Banca da Marktest, disponibilizados ao Negócios em Rede. São 834 mil portugueses, havendo 2,6 milhões de utilizadores de internet "banking", um número que corresponde a 30,3% dos residentes no continente português.

 

Faz notar a Marktest que, em dez anos, o aumento dos serviços bancários através da internet quase duplicou, dos 18,8% de portugueses maiores de 15 anos com conta bancária, em 2006, para os 35,5%, em 2016.

 

Da análise dos dados, se os homens aderem mais ao "homebanking" e ao "mobile banking", é a idade e a classe social que constituem os principais crivos: "Os valores oscilam entre um mínimo de 6,2% junto dos indivíduos com mais de 64 anos e um máximo de 59,7% entre os indivíduos dos 25 aos 34 anos", a geração dos primeiros "millennials".

 

O rumo futuro da banca a retalho parece estar assim traçado. Nem de propósito, mas sobretudo a propósito, o Banco de Portugal anunciou, esta semana, que os clientes bancários vão poder abrir contas através de canais digitais, online e "mobile", uma solução que deverá ser publicada em Diário da República já no início de Julho. 


834

mil portugueses utilizam mobile "banking".


2,6

milhões de utilizadores de internet "banking".

 

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