Para o director da Escola do Porto da Faculdade de Direito – Universidade Católica Portuguesa, o sector demonstrou "grande dinamismo nos últimos 20 anos", tendo crescido muito, "quantitativa e qualitativamente, designadamente através das grandes sociedades de advogados, nacionais e de origem estrangeira". O professor acrescenta que é preciso "saber encontrar novos mercados, não apenas na ligação ao estrangeiro mas, também e ainda, em Portugal, onde os serviços jurídicos são vistos como de último recurso pela maior parte da população, quando deveriam ser serviços tão básicos como os de saúde".
Sobre a possibilidade de os advogados generalistas virem a ficar sem mercado, perdendo o seu lugar para os especialistas, Manuel Fontaine diz que "essa é já uma realidade, que tenderá a aprofundar-se". Por isso, a faculdade oferece oito diferentes especialidades de mestrado: em Direito Privado, Criminal, da Empresa e dos Negócios, Internacional e Europeu, Fiscal, Administrativo, do Trabalho e em Direito e Gestão.
De qualquer forma, acredita que "não se esgotou o mercado para o advogado generalista". "Importa é que este consiga conquistar um lugar como ‘advogado de família’ e, deste modo, garantir a prestação de serviços jurídicos de base, num contexto de normalidade, a uma fatia cada vez maior da população", explica e continua: "Mas este advogado generalista não pode prescindir de uma formação também ao nível de mestrado, o que é possibilitado na nossa faculdade pela frequência do mestrado em Direito Geral."
Igualmente importante é os alunos terem consciência de que um curso de Direito não dá acesso apenas às profissões jurídicas clássicas, mas a muitas outras. A licenciatura em Direito "proporciona um conhecimento do mundo que faz dela uma formação que, além de um aprofundamento do conhecimento, possibilita ainda, e ao mesmo tempo, um alargar de horizontes".