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Paolo Gentiloni: Retirar estímulos demasiado cedo pode ser um "grande erro"

O comissário europeu alerta que a subida da inflação deverá ser um fenómeno temporário, recomendando por isso que se evitem decisões precipitadas, com base na evolução dos preços.

Reuters
04 de Setembro de 2021 às 15:46
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A subida da inflação na Europa para 3%, na última semana, fez soar os alarmes em Frankfurt, abrindo espaço para uma discussão mais aguerrida no encontro da próxima quinta-feira sobre a manutenção dos estímulos monetários. A dias da reunião, o comissário europeu Paolo Gentiloni juntou-se ao lado das "pombas" na instituição, ao  defender que uma retirada precipitada de estímulos pode ser um "grande erro".

 

Paolo Gentiloni, comissário europeu para a Economia, adiantou que a União Europeia está a acompanhar a evolução da inflação, mas alertou que se devem evitar tirar conclusões precipitadas.

 

"Penso que seria um grande erro (reduzir estímulos monetários), porque o consenso mantém-se de que esta inflação é ainda um fenómeno temporário", adiantou o comissário, durante um evento, em Itália.

 

A taxa de inflação homóloga do índice harmonizado de preços da Zona Euro atingiu 3% em agosto, indicou a primeira estimativa do Eurostat. É preciso recuar quase dez anos, a novembro de 2011 para encontrar um valor idêntico. Números que vieram colocar pressão adicional na instituição liderada por Christine Lagarde e que suscitaram declarações de vários membros do banco central.

 

Jens Weidmann, líder do banco central da Alemanha, que, apesar de considerar o atual quadro acomodatício do BCE apropriado, alerta que a autoridade bancária não pode ignorar a subida de preços acima daquilo que era previsto. 

 

Mas se os membros mais conversadores estão a manifestar-se de forma preocupada com os dados da inflação, outros, que por norma apoiam políticas mais "dovish" (acomodatícia) desvalorizaram os números. Foi o caso de Yannis Stournaras, governador do banco da Grécia, que disse que o BCE não devia olhar para a subida de preços com uma preocupação que não merece.

 

Atualmente, o BCE tem o programa de compras de ativos que criou para ofuscar os efeitos da pandemia (PEPP) a disparar a um ritmo equilibrado, devendo ficar sem balas em março de 2022, altura em que se prevê que a ajuda termine - apesar de continuar por mais uns meses, até ao final de 2023, devido ao período de reinvestimento. O montante total deste apoio é de 1,85 biliões de euros.

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