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Juros portugueses em máximos desde Maio antes de leilão de dívida

Os juros associados às obrigações de dívida portuguesa com prazo a 10 anos estão a negociar no valor mais alto desde 29 de Maio. Esta quarta-feira Portugal realiza duas emissões de dívida, a 10 e a 28 anos.

Bruno Simão
11 de Julho de 2017 às 16:15
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Num momento em que se aproxima a emissão de dívida agendada para esta quarta-feira, os juros da dívida pública portuguesa transaccionada no mercado secundário seguem a subir em praticamente todas as maturidades, excepção feita aos prazos a três, seis e 12 meses.

 

Esta terça-feira, 11 de Julho, a taxa de juro associada às obrigações lusas com prazo a 10 anos cresce 2,3 pontos base para 3,149%, depois de esta manhã já ter tocado nos 3,183%, o valor mais alto desde 29 de Maio último.

 

Já o prémio de risco da dívida lusa – medido pela diferença face à taxa de juro germânica, a referência para a Zona Euro – escalou para um máximo de 28 de Junho.

 

Os juros da dívida da República Portuguesa acompanham assim a tendência de subida verificada na generalidade dos países do bloco da moeda única, designadamente a própria Alemanha, cujos juros a 10 anos continuam a negociar muito próximos dos máximos de Janeiro de 2016 que atingiram na semana passada.

 

Ao longo das últimas semanas a taxa de juro exigida pelos investidores para adquirirem obrigações alemãs (bunds) mais do que duplicou, estando actualmente na casa dos 0,57% na maturidade a 10 anos.

 

Nos periféricos do euro a tendência é idêntica, com os juros das obrigações italianas nos 2,315% (máximo de 29 de Junho) e das obrigações espanholas 1,685% (valor próximo de máximos de 20 de Abril deste ano).

 

O aumento dos juros da dívida pública lusa registam-se no dia anterior à dupla emissão em que o IGCP vai leiloar títulos com maturidade a 10 e a 28 anos, tendo por objectivo colocar um total entre 1.000 e 1.250 milhões de euros. Desde 2015 que o IGCP não colocava títulos com um prazo tão alongado.

 

Este facto ajuda a explicar o aumento dos juros lusos, já que se verifica o habitual movimento em que os investidores colocam obrigações no mercado para ficarm com liquidez de modo a participarem no leilão.

 

Por outro lado, Portugal acompanha a tendência de subida de juros na Zona Euro, em especial na Alemanha, país que funciona como uma espécie de barómetro para o comportamento da dívida dos congéneres da região do euro.

 

A justificar esta subida generalizada está a crescente convicção dos mercados relativamente à proximidade de movimentos de agravamento da política monetária na Europa (retirada de estímulos) e nos Estados Unidos (subida de juros), numa altura em que a recuperação económica ganha robustez.

 

Nos EUA, depois de uma segunda subida dos juros decretada pela Reserva Federal norte-americana em Junho, espera-se que haja um novo aumento dos custos do dinheiro ainda em 2017. Também na Zona Euro, apesar das garantias deixadas pelo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, de que os juros irão permanecer nos actuais mínimos históricos enquanto for necessário, os indicadores económicos positivos fazem crer que na Zona Euro começará em breve a redução do programa de compra de dívida.

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