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Portugal vai emitir dívida a 28 anos
O IGCP volta ao mercado para emitir dívida até mil milhões de euros. Pela terceira vez na história vai emitir títulos com maturidade próxima de 30 anos.
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Na próxima semana, o IGCP volta ao mercado para emitir dívida até mil milhões de euros, num duplo leilão de títulos com uma maturidade de 10 e 28 anos.
"O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 12 de Julho pelas 10:30 horas dois leilões das OT com maturidade em 14 de Abril de 2027 e 15 de Fevereiro de 2045, com um montante indicativo global entre EUR 750 milhões e EUR 1000 milhões", refere um comunicado do IGCP.
No programa de financiamento para o terceiro trimestre, o instituto que gere a dívida do Estado previa a realização de várias emissões de obrigações do Tesouro, "através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão".
O IGCP não tinha indicado quantos leilões de dívida de longo prazo iria realizar, nem com que maturidades. Se a emissão de obrigações a 10 anos tem sido prática habitual, o mesmo não se pode dizer da dívida a 28 anos.
A última vez que emitiu dívida com maturidade tão longa foi em 2015, quando lançou uma linha de títulos a 30 anos anos. Em Janeiro desse ano abriu uma linha com maturidade a 15 de Fevereiro de 2045, tendo colocado 2 mil milhões de euros, através de uma emissão apoiada num sindicato bancário.
Desta vez a colocação dos títulos será realizada através de um leilão, com a reabertura desta linha co maturidade a 15 de Fevereiro de 2045. Na operação realizada em Janeiro de 2015 o IGCP colocou os títulos a 20 anos com uma taxa de juro implícita de 4,13%.
Esta emissão de 2015 foi apenas a segunda vez na história que Portugal realizou uma missão de OT a 30 anos. A primeira foi em 2006, antes da crise financeira, numa operação em que o país obteve três mil milhões de euros com uma taxa de 4,1%.
No mercado secundário, os juros das obrigações a 30 anos está hoje nos 4,05%, nível mais elevado desde Maio . É assim expectável que na quarta-feira, quando realizar a terceira emissão da história de títulos com maturidade tão longa, Portugal suporte um custo de financiamento idêntico aos das duas operações anteriores (2015 e 2006).
O IGCP volta assim a aproveitar o momento actual de juros reduzidos nos mercados, para se financiar em prazos muito longos.