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“BCE deve subir taxas de juro em 50 pontos base em fevereiro e março”, defende Knot
Governador do banco central dos Países Baixos antecipa mais duas subidas de meio ponto nas próximas reuniões de fevereiro e março. Na segunda metade do ano, subidas deverão ficar-se pelos 25 pontos base.
O Banco Central Europeu deve manter a trajetória de aumento das taxas de juro a um ritmo de 50 pontos base, pelo menos nas duas próximas reuniões, em fevereiro e março, defende o governador do banco central dos Países Baixos, Klaas Knot, uma vez que a inflação subjacente ainda está a subir.
"Reduzimos em dezembro de 75 para 50 pontos base – e esse será o ritmo para várias reuniões", afirmou Knot em entrevista ao jornal italiano La Stampa. "Isso significa que o faremos nas próximas duas reuniões, em fevereiro e março", antecipando a manutenção desta política de aperto monetário do BCE "até o verão."
Para a segunda metade do ano, o holandês acredita que poderá ser tempo de reduzir o ritmo dos 50 para os 25 pontos base, deixando claro que "ainda estamos longe. Quero voltar a enfatizar que não temos em vista essa decisão para as próximas reuniões".
Na entrevista ao jornal italiano, Klaas Knot garante que "não é um falcão" e que a "inflação é o pior imposto sobre os cidadãos".
"Os dados de dezembro mostraram um abrandamento da inflação, mas deveu-se inteiramente a efeitos base e a uma inflação da energia mais baixa", referiu, lembrando que a análise do BCE tem em conta a inflação subjacente – que exclui os preços mais voláteis da energia e dos bens alimentares – e, "infelizmente, aí não há boas notícias", apontou o governador do banco central dos Países Baixos.
Questionado sobre a política de "aperto quantitativo" (quantitative tightening), que deve começar a em março para reduzir o balanço do BCE, aponta para um "impacto limitado", mas defende que esse passo seja dado de forma "cautelosa e gradual, porque nunca foi feito", acrescentou.