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Ucrânia finaliza acordo e consegue perdão de um terço da dívida internacional

A Ucrânia anunciou hoje o fim da operação de troca de obrigações em moeda estrangeira. Os novos títulos deverão permitir a Kiev poupar mais de 11 mil milhões de dólares nos próximos três anos.

O presidente ucraniano junto de militares ucranianos em Bucha, nos arredores de Kiev.
Marko Djurica / Reuters
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A Ucrânia chegou esta quarta-feira a acordo com a grande maioria dos detentores de 20,4 mil milhões de dólares em dívida internacional, que deram "luz verde" a uma reestruturação destas obrigações, fornecendo uma folga financeira financeira há muito desejada por Kiev e que deverá permitir que as atenções se centrem apenas na guerra com a Rússia.

Os investidores internacionais detentores de 97% de mais de 20 mil milhões de dólares em obrigações internacionais ucranianas acordaram assim uma troca dos títulos por outros de uma nova emissão (a operação terminou hoje), que vão começar a negociar a partir de 30 de agosto, de acordo com um comunicado entregue à London Stock Exchange, citado pela Bloomberg.

A partir dessa sexta-feira deixará assim de estar em inumprimento, o que tinha acontecido a 10 de agosto, depois de o país ter falhado o pagamento de um cupão referente a 35 milhões de dólares concedidos através de Eurobonds que atingem a maturidade em 2026.

Os credores internacionais aceitaram assim perdas de 37% em 13 linhas de obrigações, perdoando 8,67 mil milhões de dólares. Este valor poderá, no entanto, ser revisto em baixa para 25% caso a Ucrânia atinja os objetivos de crescimento do PIB definidos para 2028 pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Adicionalmente, o acordo aumenta a maturidade dos títulos e reduz a respetiva taxa de juro para 1,75%, que poderá depois aumentar para 4,5% em 2026 e posteriormente para 7,75%. Uma combinação que a Ucrânia acredita que poderá levar a poupanças de 11,4 mil milhões de dólares nos próximos três anos, de acordo com as contas do ministério das Finanças ucraniano.

"Este é um passo importante no caminho da Ucrânia para restaurar a estabilidade económica a longo-prazo e permitirá uma reentrada mais rápida nos mercados internacionais quando a situação de segurança melhorar", referiu o Ministro das Finanças ucraniano, Serhiy Marchenko, numa outra declaração.

O consenso foi a chave das negociações, dado que pelo menos dois terços dos credores tinham de aceitar um acordo que fosse vinculativo entre todos, com um patamar mínimo de 50% em cada conjunto de obrigações. Esse valor rondou entre os 95% e os 98,87%. 

O governo ucraniano consegue assim o feito de ter negociado uma das maiores e mais rápidas reestruturações de dívida na história moderno nos últimos quatro meses.

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