Notícia
Standard & Poor's desce 'rating' de Angola para CCC+ devido à queda no petróleo
A revisão em baixa do 'rating' de Angola, que é assim agravado ainda mais para território de não investimento (o chamado "lixo"), surge cerca de um mês e depois da última revisão, e longe da revisão prevista para agosto deste ano, algo que os analistas explicam pelo facto de as condições dos mercados se terem alterado substancialmente.
27 de Março de 2020 às 00:49
A agência de notação financeira Standard & Poor's desceu esta noite o 'rating' de Angola, de B- para CCC+, argumentando com a queda abrupta dos preços do petróleo e o agravamento dos défices externo e orçamental.
"As recentes e abruptas quedas nos preços do petróleo estão a acentuar os défices orçamental e externo de Angola e a aumentar as pressões financeiras", lê-se na nota que explica a mudança na opinião sobre a qualidade do crédito.
No documento, enviado esta noite à Lusa, acrescenta-se que "o programa de apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser insuficiente para cobrir as necessidades de financiamento, forçando Angola a buscar fontes externas comerciais, que são agora mais difíceis de aceder devido à atual turbulência nos mercados financeiros".
A revisão em baixa do 'rating' de Angola, que é assim agravado ainda mais para território de não investimento (o chamado "lixo"), surge cerca de um mês e depois da última revisão, e longe da revisão prevista para agosto deste ano, algo que os analistas explicam pelo facto de as condições dos mercados se terem alterado substancialmente.
"A razão para o desvio face ao calendário previsto é uma forte queda no preço dos hidrocarbonetos e uma revisão da nossa assunção de preços para 2020 e daí em diante", lê-se no texto que acompanha a decisão.
A 7 de fevereiro, quando a S&P avaliou pela última vez o 'rating' de Angola, a previsão para o preço do petróleo este ano era de 60 dólares por barril em 2020 e 55 no próximo ano, o que compara com a previsão atual de 30 dólares por barril para este ano e 50 dólares em 2021, todos abaixo dos 55 previstos no Orçamento Geral do Estado de Angola para este ano.
"Apesar de assinalarmos os significativos esforços das autoridades angolanas para reformar a economia nos últimos três anos, uma combinação de condições económicas globais desfavoráveis e choques externos têm minado os potenciais benefícios positivos destas reformas, exacerbando as métricas orçamentais e externas, que já eram elevadas", escrevem os analistas.
Na parte das previsões macroeconómicas, a S&P antevê que o país registe um crescimento negativo de 1,5% este ano e que as reservas internacionais desçam de 17 mil milhões no final do ano passado para 13 mil milhões em dezembro de 2020.
"Ainda assim, como os preços do petróleo devem subir em 2021, e a produção de petróleo deve manter-se mais ou menos nos níveis atuais, isto vai sustentar um crescimento económico positivo a médio prazo, com Angola a crescer 1% em 2021, antes de acelerar para pelo menos 2% entre 2022 e 2023", o que não é alertam, suficiente para impedir um crescimento 'per capita' negativo devido à depreciação da moeda e ao crescimento da população.
No que diz respeito à dívida pública, a S&P prevê uma forte subida este ano, em que o rácio face ao PIB passará de 103,1%, em 2019, para 127,2% este ano, antes de descer para 114,4% em 2021.
"As recentes e abruptas quedas nos preços do petróleo estão a acentuar os défices orçamental e externo de Angola e a aumentar as pressões financeiras", lê-se na nota que explica a mudança na opinião sobre a qualidade do crédito.
A revisão em baixa do 'rating' de Angola, que é assim agravado ainda mais para território de não investimento (o chamado "lixo"), surge cerca de um mês e depois da última revisão, e longe da revisão prevista para agosto deste ano, algo que os analistas explicam pelo facto de as condições dos mercados se terem alterado substancialmente.
"A razão para o desvio face ao calendário previsto é uma forte queda no preço dos hidrocarbonetos e uma revisão da nossa assunção de preços para 2020 e daí em diante", lê-se no texto que acompanha a decisão.
A 7 de fevereiro, quando a S&P avaliou pela última vez o 'rating' de Angola, a previsão para o preço do petróleo este ano era de 60 dólares por barril em 2020 e 55 no próximo ano, o que compara com a previsão atual de 30 dólares por barril para este ano e 50 dólares em 2021, todos abaixo dos 55 previstos no Orçamento Geral do Estado de Angola para este ano.
"Apesar de assinalarmos os significativos esforços das autoridades angolanas para reformar a economia nos últimos três anos, uma combinação de condições económicas globais desfavoráveis e choques externos têm minado os potenciais benefícios positivos destas reformas, exacerbando as métricas orçamentais e externas, que já eram elevadas", escrevem os analistas.
Na parte das previsões macroeconómicas, a S&P antevê que o país registe um crescimento negativo de 1,5% este ano e que as reservas internacionais desçam de 17 mil milhões no final do ano passado para 13 mil milhões em dezembro de 2020.
"Ainda assim, como os preços do petróleo devem subir em 2021, e a produção de petróleo deve manter-se mais ou menos nos níveis atuais, isto vai sustentar um crescimento económico positivo a médio prazo, com Angola a crescer 1% em 2021, antes de acelerar para pelo menos 2% entre 2022 e 2023", o que não é alertam, suficiente para impedir um crescimento 'per capita' negativo devido à depreciação da moeda e ao crescimento da população.
No que diz respeito à dívida pública, a S&P prevê uma forte subida este ano, em que o rácio face ao PIB passará de 103,1%, em 2019, para 127,2% este ano, antes de descer para 114,4% em 2021.