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S&P reitera investimento de qualidade da EDP e vê renováveis com otimismo

A agência de rating manteve a EDP no segundo nível acima de "lixo", com perspetiva estável. "O plano de investimento da EDP irá reforçar significativamente a escala da sua pegada nas renováveis, solidificando a sua posição como líder global na transição energética", sublinha.

O CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, apresentou a nova imagem do Grupo na Central Tejo, onde se produzia energia no início do século XX.
Paulo Alexandre Coelho
31 de Março de 2023 às 15:47
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A Standard & Poor’s decidiu manter a dívida de longo prazo da EDP em BBB, que corresponde ao segundo nível acima do patamar de investimento especulativo (o chamado "lixo").

 

A agência de notação financeira continua também a atribuir uma perspetiva ("outlook") ‘estável’ à evolução da qualidade da dívida da elétrica liderada por Miguel Stilwell, pois estima que os fundos gerados o funcionamento da empresa permaneçam entre 19% e 20% acima do valor da dívida e que o rácio entre a dívida e o EBITDA fique abaixo das quatro vezes no período entre 2023 e 2026.
 

"O plano de investimento da EDP irá reforçar significativamente a escala da sua pegada nas renováveis, solificando a sua posição como líder global na transição energética", sublinha a agência no relatório hoje divulgado, recordando que a EDP anunciou um investimento total de 25 mil milhões de euros, dos quais 21 mil milhões para expandir a capacidade das renováveis do grupo em 18 gigawatts ao longo do período do plano estratégico de 2023-2026 – contra uma capacidade de 22 GW em 2022.

 

"Projetamos que 40% destes investimentos sejam aplicados nos EUA, seguidos de 40% na Europa, ficando o restante repartido entre a América do Sul e a região da Ásia-Pacífico, onde a EDP estabeleceu a sua posição através da compra da Sunseap em 2022", aponta.

 

A agência antecipa que estes investimentos sejam financiados, em parte, por uma dívida adicional de 4 mil milhões de euros, "o que resultará num fluxo de caixa discricionário grandemente negativo no período de 2023 a 2006". Por outro lado, refere a S&P, "o aumento de capital da EDP em mil milhões de euros será usado para financiar a compra de posições minoritárias na EDP Brasil, ajudando assim a simplificar a estrutura corporativa e de negócios do grupo".

Foi a 16 de março de 2021 que a S&P elevou o rating da EDP para o atual patamar. A última vez que a elétrica tinha tido uma classificação de dois níveis acima de lixo por parte da S&P tinha sido em 2011, quando em março desse ano viu a sua notação descer dois graus, de A- para BBB.

 

Depois, em fevereiro de 2012, a agência voltou a proceder a um "downgrade". Desceu a notação da EDP em dois níveis, para BB+, colocando assim a elétrica no patamar de "junk".

 

Foram precisos mais de cinco anos para a EDP regressar a um patamar de investimento de qualidade. Aconteceu em agosto de 2017, quando a Standard & Poor’s subiu o "rating" para BBB- (um nível acima de lixo). Em março de 2021 – três anos e meio depois de a dívida da EDP ter deixado de ser considerada "lixo" – voltou então a melhorar a sua notação em mais um nível, para o atual BBB. Em suma, foram precisos 10 anos para regressar a este patamar.

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