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S&P não se pronuncia sobre Portugal, que continua dois níveis acima de lixo

A agência de notação financeira decidiu não se pronunciar sobre a dívida soberana de Portugal.

Portugal emitiu certificados ao retalho que tinham indexado parte dos juros ao crescimento do PIB.
Pedro Nunes/Reuters
12 de Março de 2021 às 22:00
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A Standard & Poor’s não se pronunciou sobre a dívida soberana de Portugal, na data indicativa que tinha para hoje, pelo que o "rating" e o "outlook" da República se mantêm e sem relatório sobre a avaliação do país.

 

O rating de Portugal permanece assim em BBB, que corresponde a dois níveis acima de lixo - penúltimo nível da categoria de investimento de qualidade -, e a perspetiva para a evolução da qualidade da dívida soberana continua a ser estável.

 

A expectativa dos analistas que falaram com o Negócios era a de que tudo se mantivesse. O que aconteceu.

 

A última vez que a S&P procedeu a mexidas na avaliação à qualidade da dívida portuguesa foi em abril do ano passado – quando cortou inesperadamente o "outlook", de positivo para estável. Depois, a 11 de setembro, optou por deixar a avaliação inalterada.

Em setembro, a agência emitiu relatório sobre Portugal, tendo alertado para a dívida recorde. Nessa altura, estimava que a pandemia iria pesar na economia pequena e aberta de Portugal, tal como já tinha referido em abril.

 

Apesar de advertir para o nível da dívida, disse considerar "que Portugal será capaz de compensar o choque nas suas finanças públicas, devido ao recentemente reforçado apoio monetário e orçamental proveniente da União Europeia". Por essa razão, acrescentava, "reiteramos o rating de longo prazo em BBB e mantemos o outlook estável".

Relativamente ao outkook, a agência referia que o patamar estável refletia a sua convicção de que o apoio orçamental e monetário a nível europeu irá contrabalançar "aquilo que antevemos que seja um choque de um a dois anos para a economia e finanças públicas de Portugal, devido à emergência de saúde pública global".

 

"Em nosso entender, o compromisso das autoridades portuguesas para com políticas favoráveis ao crescimento e para com uma prudência nas finanças públicas irá sobreviver à recessão profunda e sincronizada de um a dois anos".

O que pode fazer subir ou descer o rating

 

A agência salientava ainda, em setembro, que se o contexto económico global se deteriorasse significamente, para lá das suas estimativas do momento, as repercussões nas finanças públicas de Portugal poderiam deixar de ser conciliáveis com o atual rating, atendendo a outras vulnerabilidades do crédito, incluindo o grande endividamento externo do país.

 

Além disso, advertia para o facto de o rating português poder ficar sob pressão se setores-chave mais virados para o exterior, como o turismo, sofressem uma permanente perda de rentabilidade.

 

Como gatilho positivo, a S&P dizia que se a economia portuguesa recuperasse nos próximos três anos, levando a uma substancial melhoria das finanças públicas, então a notação poderia ser alvo de upgrade.

 

Por outro lado, também poderia decidir-se por uma subida da classificação se houvesse uma melhoria da avaliação das instituições portuguesas ou da posição do país face ao exterior, incluindo das suas necessidades de financiamento externo no curto prazo.

(notícia atualizada às 22:29)

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