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Saxo Bank: “Agenda de produtividade” devia ser foco de Portugal

Portugal poderia, fundamentalmente, ser um sucesso económico, mas não antes de parar de se focar nos ‘ratings’ e de viver à conta das garantias do BCE”, afirma o diretor de investimento do Saxo Bank, Steen Jakobsen.

12 de Março de 2021 às 12:00
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Steen Jakobsen (na foto), diretor de investimento do Saxo Bank, mantém a convicção de que as decisões das agências de notação financeira já não se revestem da importância que tiveram durante a crise financeira de 2008-09 e a subsequente crise da dívida soberana na Zona Euro. “Nada mudou. Acho que continua a já não se dar muita importância [aos ‘ratings’]”, diz.

Em dezembro, também em declarações ao Negócios, Jakobsen sublinhava que, em matéria de obrigações soberanas, o mercado é atualmente “incapaz” de “determinar o preço do risco ou da solvabilidade. Os governos tornaram-se credores de último recurso e, como tal, eliminaram qualquer necessidade ou valor das agências de ‘rating’”.

Uma vez mais, Jakobsen fala na garantia da dívida por parte do Banco Central Europeu, o que significa que há uma rede de segurança direta e implícita para os investidores. “O BCE está a garantir tudo no mercado obrigacionista, o que significa que os diferenciais continuarão estreitos até perder de vista.”

No seu entender, “Portugal deveria focar-se na criação de uma ‘agenda de produtividade’ enquanto tem esta garantia” – e “não como aconteceu quando me tornei bastante impopular no vosso país, em 2009/12, ao sublinhar que ‘nunca nada mudou’ no meu país preferido, Portugal”, aponta. Em 2009, numa entrevista ao Observador, disse que “Portugal devia ter vergonha de não ser um país de topo mundial”. Volta agora ao tema: “Nessa altura, tal como agora, considerei que era uma pena, dado que Portugal poderia, fundamentalmente, ser um sucesso económico – mas não antes de parar de se focar nos ‘ratings’ e de viver à conta das garantias do BCE”, afirma o diretor de investimento do Saxo Bank.

Por outras palavras, “95% do que acontece em Portugal, no plano económico, é ditado por fatores externos: euro, disposição do BCE para conceder garantias, e taxas de juro do BCE”. 

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