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Portugal reembolsou cerca de dois mil milhões de euros ao FMI

O Governo português reembolsou o Fundo Monetário Internacional em cerca de dois mil milhões de euros da verba recebida no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, o que representará uma poupança em juros de cerca de 80 milhões de euros por ano.

Miguel Baltazar/Negócios
22 de Novembro de 2016 às 13:34
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Ricardo Mourinho Félix revelou esta terça-feira, 22 de Novembro, que o Governo deu ordens para que fossem reembolsadas mais duas tranches da ajuda financeira concedida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do resgate financeiro concedido ao país em 2011.

 

No total serão reembolsados dois mil milhões de euros. Tendo em consideração que as taxas de juro associadas a estas verbas rondam os 4%, "estamos a poupar cerca de 80 milhões de euros por ano", em juros, em termos brutos, adiantou o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças à margem de uma conferência da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) em declarações divulgadas pela SIC Notícias.

"Anuncio-vos aqui agora, em primeira mão, que concluímos hoje o reembolso dessas duas tranches do empréstimo no valor total de 2 mil milhões de euros. Mais de 10% do valor que tínhamos em dívida ao FMI, o que reduzirá a despesa em juros em 2017 e aliviará a pressão sobre as necessidades de financiamento em 2018 e 2019", afirmou o responsável, citado pela TVI 24.


Minutos depois deste anúncio, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado a revelar os pormenores da operação: "O valor deste pagamento totaliza cerca de 2 068 mil milhões de euros (SDR 1 621 mil milhões) e foi realizado em duas tranches, com data-valor de 21 e 22 de Novembro, representando 11% do empréstimo remanescente do FMI a Portugal (equivalente a cerca de 18,853 mil milhões de euros)."

"Até à data já foi amortizado antecipadamente 42,6% do empréstimo total inicial", acrescenta o comunicado.

"Os reembolsos agora antecipados correspondem às amortizações de capital que originalmente eram devidas entre Setembro de 2018 e Fevereiro de 2019, permitindo reduzir as necessidades de financiamento da República Portuguesa nesses anos. A poupança estimada de juros, até à maturidade, das presentes tranches é de 41 milhões de euros [valores líquidos do custo de financiamento de 2016, que é de 2%]. Para este cálculo, assumiu-se a comparação entre o custo médio de financiamento observado este ano e o custo implícito nas tranches agora pagas", acrescenta a mesma fonte.

"Este reembolso antecipado insere-se no Programa de Financiamento da República Portuguesa para o ano de 2016 e beneficiou da implementação do plano de emissão de Obrigações do Tesouro em linha com o planeado, assim como do financiamento obtido no âmbito do programa de emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, iniciado em 2016", adianta a mesma fonte.

Este anúncio decorre a um dia de Portugal regressar ao mercado de financiamento. O IGCP quer colocar entre 500 e 750 milhões de euros em obrigações do Tesouro na próxima quarta-feira, 23 de Novembro. É a última vez que pede financiamento aos investidores este ano e acontece após uma semana de máximos desde Fevereiro nos juros da dívida no mercado secundário. O anúncio de ida ao mercado foi feito na sexta-feira passada, 18 de Novembro. 

Também nesta sexta-feira foi anunciado que o valor emitido em obrigações para o retalho (as OTRV) triplicou face ao valor estimado inicialmente para 1.500 milhões. Um aumento expressivo que se deveu à procura bastante superior à oferta existente.

(Notícia actualizada às 13:59 com mais informação)

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