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Portugal paga menos para emitir mil milhões de euros em dívida a sete e 18 anos

O Tesouro regressou esta quarta-feira ao mercado de dívida, tendo colocado 1.001 milhões de euros em obrigações do Tesouro a sete e 18 anos. Foi o primeiro leilão depois das eleições e de o país ter "rating" A pelas quatro maiores agências.

A agência que gere a dívida pública, liderada por Miguel Martín, usa o crescimento económico como argumento junto dos investidores.
D.R.
Portugal emitiu esta quarta-feira 1.001 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) de médio e longo prazo, um valor que fica em linha com o montante indicativo - apresentado durante o anúncio da operação – que se situava num intervalo entre entre 1.000 e 1.250 milhões de euros. Em ambas as maturidades pagou menos.

O leilão duplo de obrigações do Tesouro é composto por uma linha a sete anos para a qual foi angariado 485 milhões de euros e a 18 anos que angariou 516 milhões.

"As taxas em ambos os leilões desceram face ao nível que estavam há um mês", salienta Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, sobre a primeira vez que Portugal foi ao mercado a seguir às eleições do passado domingo e pela primeira vez desde que conta com "rating" A por todas as principais agências de notação financeira.

Na maturidade mais longa, que vence em março de 2042, o juro pago foi de 3,262%, ligeiramente abaixo da taxa do último leilão comparável (3,462%). A procura superou 1,54 vezes a oferta, abaixo da última emissão a 18 anos, que ocorreu em janeiro, em que este rácio foi de 1,42 vezes.

A "yield" a sete anos cifrou-se em 2,645%. Neste caso, o último leilão semelhante aconteceu em julho de 2023 tratando-se de OT a seis anos. Na altura, o juro foi mais elevado: 3,181%. A procura superou 1,54 vezes a oferta, acima do "bid-to-cover ratio" da última emissão comparável (1,49 vezes).

No mercado secundário, a "yield" das obrigações a 10 anos está inalterada nos 2,953%, enquanto os juros da dívida a sete anos agrava-se 0,1 pontos base para 2,649%. A taxa de juro dos títulos a 30 anos (mais próximos da maturidade mais longa desta emissão) aliviam 0,4 pontos base para 3,35%.

"A subida de 'rating' por parte da Standard & Poors, bem como o movimento de descida de taxas em toda a dívida soberana europeia, ditaram o sucesso deste leilão", indica Filipe Silva.

Na sexta-feira passada, a Standard & Poor’s subiu a notação da dívida soberana de Portugal em um nível, para A-. Esta foi a última das quatro grandes agências a colocar Portugal no restrito clube do A. Assim, a classificação de Portugal pela S&P está agora no sétimo nível de boa qualidade, ficando equiparada à que é atribuída pela Moody’s e pela Fitch. A DBRS é a que dá melhor nota (sexto nível).

Além disso, "o Banco Central Europeu (BCE) deu nota de que deverá começar a descer taxas em junho deste ano, o que levou a um ajuste dos prémios de risco, beneficiando a divida nacional, dado que permitiu ter taxas de juro mais baixas no leilão de hoje", acrescenta.

(Notícia atualizada às 11:55h)
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